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Rua de António Carneiro

Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…

Cunha e Freitas (*)

“Primitivamente, a Rua de Barros Lima ia da Rua do Heroísmo à actual Avenida Fernão Magalhães (antes Rua do Monte Belo), ladeando a bela quinta que o cidadão Francisco José de Barros Lima, um dos conjurados de 1820, ali fizera (do qual tomou nome), e onde morreu em 1843. Modernamente, ao troço desta artéria que vai da referida Rua do Heroísmo à do Bonfim, foi dado o nome de Rua de António Carneiro. Encontramos, pela primeira vez, a Viela de Barros Lima em 1842, e a rua em 1844, nos registos paroquiais do Bonfim.

Rua de António Carneiro e a Casa-Oficina do artista
Rua de António Carneiro e a Casa-Oficina do artista

António Teixeira Carneiro Júnior nasceu em Amarante, em 1872, e morreu no Porto em 1930. Grande mestre da arte de pintura e de desenho.

António Carneiro cursou Belas-Artes no Porto (1890-96) e na Academia Julien, de Paris, sendo aí discípulo de Benjamim Constant e de J. Paul Laurens. Regressado a Portugal, senhor já de seguríssima técnica, foi professor e director da Escola de Belas-Artes, desta cidade. No dizer de um seu biógrafo, “deixou obra vastíssima e admirável, afirmando-o como um dos maiores pintores portugueses do seu tempo, e artista cuja fama passou fronteiras”.

O seu desenho era leve e vigoroso, retratou admiravelmente a sanguínea os vultos mais notáveis das individualidades do seu tempo, pintou a aguarela e a óleo.“Pujante e conhecedor de todos os segredos da técnica”, decorou o tecto da sala de leitura da Bolsa do Porto e o palácio Baraona, em Évora, realizou numerosas exposições em Portugal e no estrangeiro, que lhe mereceram os maiores louvores e as mais altas distinções.

António Carneiro
António Carneiro

A sua obra, vastíssima, está representada em museus e colecções particulares, sendo alguns dos seus quadros muito conhecidos pelas reproduções, tal como “Camões Lendo os Lusíadas aos Frades de S. Domingos”, “Lenda do Martírio de S. João no Deserto”, “A Fonte do Bem”, o “Triptíco da Vida”, “Ecce Homo”, a “Ceia”, o “Baptismo de Cristo” e ainda uma série magnífica de retratos, em que tem especial relevo o da sua mulher.

António Carneiro era também um bom poeta. Os filhos, o pintor Carlos Carneiro, e o músico Cláudio Carneiro, publicaram os seus sonetos postumamente, num livro denominado “Solilóquios”.

 

(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 13-01-76

 

Fotos: Pesquisa Google

 

 

Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO” destaque para a “RUA DE ANTÓNIO ENES”.

 

 

01nov/dez14

 

 

 

 

 

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