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A contragosto

António D. Lima / Tribuna Livre

Antes de explicar o porquê do título que dou a este meu escrito, a ser publicado pelo nosso jornal on-line que nasceu, no ano da Graça de 2010, em 21 de Janeiro fez cinco anos. Foi batizado, com o nome “Etc e Tal”. José Gonçalves foi o pai e a mãe. Gerou e concebeu o que hoje é um jornal on-line sem preconceitos. Fala-se de tudo e de todos, noticias, entrevistas, artigos de opinião, eventos culturais, etc. Tudo isto sem censura.

Este aniversário será comemorado com todos os colaboradores, ou quase todos, com pompa e circunstancia. Ao jornal, ao seu director, aos colaboradores, (alguns pertencem à elite da arte de bem escrever, com conta, peso e medida) merecem os parabéns pela tenacidade com que se têm empenhado nas denúncias das muitas incapacidades que graça neste país, e combatido as invejas, com as suas críticas assertivas que incomodam muita gente.

contramao - 01fev15

“Contragosto” é como quem anda em “Contramão”

Andar em contramão: define que um qualquer condutor pelos mais diversos motivos, não consegue ler as sinalizações, ou então não as conhece.

Ou, porque não sabe ler (neste caso comprou a carta, nos tempos que correm não será muito difícil corromper um qualquer engenheiro. Temos um preso e na cadeia cabem mais), ou, porque vai com os copos e, daí, enfiou-se autoestrada adentro.

Temos também os pulhas que por maldade e puro prazer, ignóbil, só porque lhes apetece chatear os parceiros que circulam em sentido contrário, vendo-os a fazer piruetas, sinais de luzes, buzinar, acidentarem-se, atropelar alguém, estatelarem-se contra os railes, fugir aos carros patrulhas, tudo isto só por prazer idiota.

Contragosto: define as pessoas que vão a um qualquer evento, seja ele qual for, neste caso poético, sem qualquer tipo de vontade de ver, ouvir, e calar, incomodando e desrespeitando, se calhar por inveja, quem vai com gosto ao evento e que vê, ouve, e cala.

Vem este desabafo a propósito do que se passou na última noite de poesia, realizada como é habitual, pela APSH, no dia 26 de Dezembro, última sexta-feira do ano que findou.

Estavam sentados numa mesa, mesmo atrás de mim, seis (6) poetas? Ou pseudo-poetas? Não sei muito bem, talvez nem dizedores de poesia, serão.

chiuuuu

Os poetas ouvem os outros poetas em silêncio, tentando, assim, interpretar o sentimento do seu estado de alma descrito entre palavras que podem conjugar, alegrias, tristezas, amores a pessoas ou coisas, desamores, revolta, esperança e muitas outras formas de ver o mundo e tudo quanto faz parte da vida do ser humano.

Os dizedores de poesia, (como eu, muito embora, reconheça que o faço muito mal) tentam transmitir a quem ouve, o sentimento do poema, escrito por um qualquer poeta, ou até por si mesmo, dando-lhe a mágica beleza e encanto que ele, poema, contém mas que o poeta não consegue.

Na mesa atrás de mim, como acima refiro, o desrespeito por quem dizia poesia era tal que, algumas vezes, ainda me virei e fiz o habitual: “chiuuuu”, pouco ou nada adiantou. Nos momentos seguintes, lá continuava o desrespeito, lá voltava eu: “chiuuu”.

Das seis pessoas ali sentadas destaco duas com (2) zeros de nota negativa. As quatro outras (1) zero de nota negativa.

Um destes (2) zeros surpreendeu-me, é pessoa muito acarinhada por quase todos os poetas, e também por quem o ouve. O seu aparecimento não foi como poeta, mas como cantor de música “Gospel”, não sou um grande apreciador deste tipo de música, nem tão pouco domino o inglês, porém, não será este comportamento (influenciável) e um pouco menos correcto, (o que não é normal, bem pelo contrário, é correcto, educado e amigo de fazer um favor) o suficiente para que não o tenha em grande consideração e seja amigo dele e, que o não ouça com todo o respeito que ele merece, como pessoa, e como cantor.

Já a segunda pessoa a quem atribuo dois zeros. Não é poeta, não é dizedora, nem é cantora. É assim uma espécie de coisa que gosta de estar em todo o lado, gosta de desestabilizar, gosta de ter visibilidade, que em boa verdade a tem, mas, pela negativa.

Todo este meu desabafo mais não é senão a minha revolta pela resposta dada por esta néscia a uma pergunta, e que muito me chocou.

Jorge Carvalho, (nome de guerra, Jorge Pisco) homem activo nos meandros culturais de vários lugares e responsável pela noite de poesia na APSH. Este amigo poeta, homem de luta e coordenador deste evento, chamou a suposta dizedora para ir dizer o seu poema (por norma sempre muito extenso). Quando se preparava para dizer o poema, o amigo Jorge Carvalho confrontou-a com a pergunta: – O que dirias se agora os presentes falassem como tu estavas a falar? Resposta desta supra-suma “intelectualoide”: Dizia que palavras de burros não chegam aos céus! Fiquei incrédulo, fez-se um silêncio total na sala, mas fiquei devidamente esclarecido, quanto à índole moral e educacional desta pequenina senhora.

 

Por vontade do autor, e de acordo com o ponto 5 do Estatuto Editorial do “Etc eTal jornal”, o texto inserto nesta rubrica foi escrito de acordo com a antiga ortografia portuguesa.

 

Fotos: Pesquisa Google

 

01fev15

 

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1 Comment

  1. Mª Helena Nogueira do Calvário Costa da Mata

    Meu amigo, contragosto está um gosto, hoje e nesta vida social é muito difícil impor regras.
    Falta de chá e boa educação não é para todos.
    Beijinho e quero mais.

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