Integrada nas várias intervenções no âmbito do “Reordenamento e Qualificação da Frente Lagunar de Ovar” da responsabilidade da Sociedade Pólis Litoral Ria de Aveiro que representou um investimento de 331 mil euros. A obra no Cais do Carregal que implicou a recuperação dos muros de alvenaria, inaugurada a 5 de dezembro de 2014, rapidamente pôs a nu as fragilidades deixadas por uma empreitada que se propunha dotar as frentes lagunares de condições de vivência e usufruto pela população através da requalificação paisagística e ambiental, incluindo zonas de lazer equipadas com passadiços e permitir uma ligação de qualidade com a Ria.
Ao fim de quatro meses depois da inauguração das primeiras obras da Pólis no concelho de Ovar que incluíram a empreitada do Cais do Carregal, este cais não só não está a permitir tirar partido da prometida navegabilidade através da ligação com a riqueza natural que é a Ria, como está já a mostrar sinais de fragilidade das margens pouco consolidadas. Uma vez que, ao longo deste canal, alguns poucos metros beneficiaram da reconstrução de muralhas em pedra, reforçadas com dupla muralha em betão, enquanto a restante parte na ligação ao braço da Ria ficou com as margens em terra e estacarias, que na sequencia das fortes correntes de água que se estão a verificar na Ria em função das marés, acabam por arrastar as terras das margens ao longo do Cais depositando-se no leito do canal visivelmente assoreado.
Este atual cenário no Cais do Carregal acaba por refletir uma irónica contradição, entre a área envolvente que beneficiou de requalificação paisagística e equipamentos para lazer, e a rápida degradação de uma obra cujos objetivos de recuperação deste cais, podem não ter tido em conta a realidade das marés e suas consequências nas margens a desmoronarem-se e a, agravarem o assoreamento do canal do Cais.
Tratando-se de uma obra da Pólis que entretanto passa para a responsabilidade do Município de Ovar, que fica responsável pela gestão, limpeza, manutenção e vigilância destes locais intervencionados, tardam medidas de consolidação das margens, que contrariem o assoreamento que se está a verificar no canal do Cais do Carregal.
Texto e fotos: José Lopes
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