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Bonecos de Santo Aleixo anunciam: BIME 2015 não se realiza!

Cendrev (*)/Tribuna Livre

“Ouvirem mandar que mandava o meu xinhor qu’este ano não xe torna aqui a dar advertimentojinho nesta caja e neste pobo. Qu’há muntos xervixinhos  p‘ra xe fajere qu’inda qui xe non fijeram”.

“Quando afirmamos que os cortes na cultura não destroem só o que existe, destroem o que fica impedido de existir, é disto mesmo que estamos a falar. Para que Évora possa assumir o papel de cidade de cultura, com dimensão no espaço regional, nacional e internacional, será necessário uma estratégia de intervenção cultural que deverá passar, entre outros eixos, por um calendário de eventos que a cidade já acolheu como seus, como é notoriamente o caso da BIME – Bienal Internacional de Marionetas de Évora.

Qualificar a vida cultural da cidade pressupõe apostar nas dinâmicas criadas pelos agentes e incentivar as práticas dos artistas locais e de outros que se possam cá instalar. A imagem de Évora como cidade de cultura resulta fundamentalmente das iniciativas dos programadores e criadores locais – nas artes do espetáculo (música, teatro, dança), nas artes plásticas, no cinema, na valorização do património – o mesmo se diga da própria vivência quotidiana da sociedade eborense, não negligenciando o impacto económico e turístico decorrente destas atividades.

Trabalhámos, empenhadamente, desde Outubro de 2014 no sentido de descortinar a forma de garantir as condições necessárias à concretização de mais uma edição da BIME, todavia, quando nos transmitiram que a opção seria os financiamentos do novo quadro comunitário e posteriormente conhecemos os calendários para a apresentação das candidaturas, percebemos logo que esta edição da Bienal de Évora estaria em perigo. Ainda se concretizaram mais um conjunto de contactos institucionais sem, no entanto, se conseguir encontrar uma solução.

Estranho é que, passados todos estes anos, a sua organização continue suspensa de decisões pontuais, determinadas por avaliações arbitrárias de um número infinito de interlocutores com quem recorrentemente conversamos, desde a sua primeira edição em 1987. Não nos revemos, naturalmente, numa visão da Cultura e da Arte em que se distingue agentes de público, onde se separa em compartimentos diferentes criadores e espectadores, em que a uns cabe a produção, a outros o consumo. Estamos convictos de que a experiência directa da criação cultural e da expressão estética é a garantia mais segura e rica de uma fruição profunda e plena.

bonecos de santo aleirto - 02

Os Bonecos de Santo Aleixo são os dignos anfitriões da festa das marionetas que a cidade Património Mundial já se habituou a viver, daí que não seria esta a notícia que gostaríamos de dar, mas os caminhos tortuosos porque passa a cultura no nosso país, determinados seguramente pela malfadada crise, empurraram-nos para esta decisão: não haverá BIME este ano, mas queremos anunciar simultaneamente a concretização da sua 13ª edição em 2016, de 31 de Maio a 5 de Junho e o acerto do calendário da BIME com a 14ª edição, de 30 de Maio a 4 de Junho de 2017. Este compromisso é possível devido ao acordo firmado entre o Cendrev, a Câmara Municipal de Évora, a Entidade Regional de Turismo e a Direcção Regional de Cultura do Alentejo. Ao tornar pública esta situação, fazemo-lo na convicção de que a vida cultural da cidade é também uma preocupação do público que dela participa, bem como de toda a sociedade eborense”.

Fotos: Cendrev e Pesquisa Google

(*) Centro Dramático de Évora

01jun15

 

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