Carla Ribeiro
“Não sei bem o que sinto, nem mesmo o que devo sentir.
Deveria sentir dor, ou simplesmente sorrir,
Mas nem mesmo sei o que devo sentir.
Olho para ti, e simplesmente, sorrio.
Fecho os olhos, recordo o teu olhar brilhante, e apenas sinto saudades,
Uma imensa saudade que me sufoca e quase não me deixa respirar.
Não sei bem o que sinto, nem o que deveria sentir.
Apenas saudades…”
In’ “Não sei bem o que sinto…”
(Carla Ribeiro)
Vivemos numa sociedade que nos cobra a cada dia um olhar, um sentimento, ou simplesmente uma forma de estar. Às vezes até apenas uma presença, pois nem os sentimentos são já importantes.
Mas será que já alguém parou para perceber que somos seres com sentimentos e não simples robots dos quais não podemos aliar os nossos sentimentos, que somos seres, somos vida, somos sentir?
Todos os dias pela manhã, olho a estrada e nela caminham, alegres as crianças, de mão dada com os seus Avós, sim os avós, essas pessoas que quase são atiradas para o esquecimento, pela nossa sociedade e pela forma como vivemos.
Os avós de hoje, que voltam a ter tanta importância, alguns, nas nossas vidas.
São novamente o aconchego dos netos, o testemunho vivo de várias gerações, o porto seguro de tantos filhos que, depois de divorciados, voltam para casa dos pais. Os avós, os pais, educadores e até as crianças, que todos juntos voltam a fazer nichos familiares alargados
Vejo alegria nestes olhares, pois assim continuam vivos para a vida.
São amor, são testemunhos de vida, são até a sociedade em movimento.
Vão para as Universidades Sénior, aprendem coisas novas, concretizam tantas vezes o sonho de tirar o curso que outrora a vida não lhes proporcionou, sentem-se jovens, pois continuam a aprender.
O computador deixa de ser um “bicho”, que só faz mal e passa a ser uma excelente ferramenta para estarem mais próximos de amigos, família, da informação e até dos seus netos.
Já não sentem medo nem vergonha, por não poderem desta forma estar mais próximos dos seus netos, pois, falam agora, todos a mesma linguagem.
A linguagem das novas sociedades em que os netos ensinam os seus avós a navegar na internet, a desmistificar os medos do computador e de viverem a vida também nas redes sociais e na arte do ser virtual.
Aproximam-se assim gerações, avós, filhos e netos.
São uma nova geração de avós, que se aproximaram dos seus netos e até mesmo da sociedade, que crescem com esta realidade de mãos dadas, ficando assim também mais próximos da sua família.
Foram as crianças que brincavam na rua, ao pião, às cordas, à macaca, com carrinhos de rolamentos, nos jardins e nos parques, que brincavam sem o medo que hoje tantos pais têm.
Foram pais, e são agora os avós que dedicam uma grande parte do seu tempo aos seus netos, a estas crianças e jovens que os transportam, para esta nova realidade e sociedade.
Nem sei bem que sociedade é esta em que, sentados a mesa, já quase ninguém larga o telemóvel e as redes sociais para comunicar.
Quantas vezes, já não terão acontecido, duas pessoas, na mesma casa, estarem em locais diferentes a comunicar-se por uma qualquer rede social?
Será esta a nova sociedade, a nova noção de Família?
E que vai acontecer a estes avós, quando necessitarem de cuidados e já não puderem acompanhar os seus netos?
Serão o “Lixo” da nova sociedade, desprovida de sentimentos, que apenas sabe olhar num qualquer teclado de Computador, ou num ecrã de um telemóvel, em que já nem teclas existem, tudo esta a distância de um simples toque com o dedo.
Já alguém percebeu que estamos a destruir a nossa identidade, as nossas raízes, a nossa história, as nossas impressões digitais.
Temos agora a nova era a da “Pegada Digital”, em que tudo o que fazemos fica registado num qualquer servidor de Internet, numa qualquer Rede Social.
Somos a nova geração, mas não podemos esquecer-nos de quem nos deu o se: os nossos Pais, pois eles são vida, são sentir, são viver, são amar.
Todas estas novas ferramentas, são essenciais para a nossa vida, mas temos que as saber usar e dosear, pois podem também elas ajudar na nossa destruição, e colocar-nos em perigos.
Mas não sei bem o que sentir, neste turbilhão de sentimentos e de acontecimentos.
Não sei bem o que sinto, quando olho a minha volta e vejo uma sociedade desestruturar-se, e a perder-se nos seus valores.
Esta não é infelizmente uma realidade generalizada, pois vemos atirados para lares e esquecidos em hospitais, tantos dos nossos idosos, com a sua sabedoria e valores, deixados ao acaso para um fim de vida tão frio.
Que fizeram as pessoas aos sentimentos? Colocaram-nos por detrás de um tela de TV, computador, ou simplesmente de um ecrã de um telemóvel?
Não sei bem o que sentir, quando penso que um presidiário, acaba por ter uma vida mais digna, pois tem cama com rouba lavada, refeições servidas a horas, espaços de lazer, internet, direito a visitas, acesso a bibliotecas e atividades de caráter social, que os podem ajudar numa próxima reintegração, até direito a roupa lavada…
Que sociedade é esta que estamos a deixar criar e compactuar, em que deixamos que se atirem idosos numa qualquer cama de hospital, quando passam a ser um fardo, ou os enfiamos num primeiro lar, ou simplesmente uma casa sem mais nos lembrarmos deles?
Terão eles roupa lavada todos os dias? Direito a um banho diário? Refeições bem confecionadas e a horas adequadas as suas necessidades? Acesso há medicação essencial? Internet? Visitas dos seus familiares?
Afinal que sociedade é esta em que vivemos, em que se não ligamos a nossa família, com o podemos nós conhecer os nossos vizinhos ou ais ainda como queremos nos ajudar o próximo, se não começamos pela nossa casa?!
Não sei bem o que sentir
Se pena, se dor, se ate indignação.
Não sei bem o que sentir …
A todos, um simples até já.
A todos sem igual,
Obrigada
Até breve com novos “sentir”, novos “amar”…
Fotos: Pesquisa Google
01jul15
obrigada jose lopes
continua a ler
bjnhs
É bom sentir neste simpatico espaço, palavras tão belas! GOSTEI de ler!
Carla
Continua a fazer-nos sentir assim, pois so assim podemos acordar e sentir, como tu tantas vezes dizes “SIMPLESMENTE SENTIR”
Bjnhs
Minha amiga
chegado de ferias,li hoje o teu texto, e no meu rosto fizeste-me cair uma lágrima.
deixei-te esta mensagem e corri a visitar os meus pais, esqueci-me de fazer enter, estou agora a submeter
Obrigada por me acordares, Obrigada pela grande Mulher que és
Mas ainda mais , obrigada pois mesmo sem saberes o que sentir, me acordaste para tantos sentir.
Bjnhs Amiga
Carla,
Felizes são os que te conhecem e sabem que tu sentes em cada movimento e em cada palavra.
Obrigada Amiga
continua esse teu caminho de sentir e de ajudar, és uma grande Mulher
e uma Amiga sem igual
carla,
mesmo sem saberes o que sentir, estás plena de sentimentos.
nunca pares de nos fazer sentir com todas as tuas palavras e todo o teu sentir.
Obrigada miuda tu és uma Muher sem igual
Beijinhos
Sr. João P
sem palavras fico com o carinho que recebo nas suas palavras.
desejo-lhe muitos sentir plenos de felicidade e magia
Deixo um beijinho pelo de carinho
Pedro S e Francisco
As vossas palavras ecoam no meu coração, pela enorme Amizade e carinho que nosune
Beijinhos a ambos e obrigada por serem o que são na minha vida, AMIGOS
Beijinhos
Sr. Aniceto
Obrigada pelas suas palavras, e que continue a sentr cada palavra.
Deixo um Bjnh de carinho
bom dia Amigo Luizinho
grata pelas tuas palavras.
Bjnhs
Amiga
Como sempre palavras que nos fazem sentir e pensar.
Continua amiga
Beijinhos
Tudo é tão simples nesta vida, nós é que complicamos….se amarmos somos felizes e irradiamos felicidade aos outros…..reciprocidade.
Bjinho grande, sempre muito sentimento em tudo o que escreves…
Menina Carla
pelos textos que tenho acompanhado, mesmo nao sabendo o que sentir, sempre nos transmite muitos sentimentos
Obrigada e continua a fazer-nos sentir
Amiga
Sem palavras e sem saber o que sentir fico eu ao ler os teus relatos.
mesmo sem sabereso que sentir, estas repleta de sentimentos.
Não pares nunca,
derruba barreiras, ultrapassa os obstaculo0s, contorna as atrocidades, mas jamais deixes de sentir e partilhar esse teu sentir.
Beijinhos e Parabéns pela Mulher que és e pela nosa amizade
Mimalha,
Nem eu sei mais o que sentir,cada vez que leio os teus textos e os teus poemas.
Sei apenas que crescesa cada dia pela tua escrita e pela Mulher maravilhosa que és.
Mesmo que não saibas o que sentes, sei que sempre sentes algu, pois esse teu coração, não sabe viver sem sentimentos e sem um imenso Amor pela Vida.
Continua Mimalha, continua essa Mulher maravilhosa que sei que és.
Beijinhos de alguém que jamais te irá esquecer, pois temos uma amizade sem limites.
Beijinhos
Amei ler! Beijo
Boa tarde Menina Carla
este espaço cheio de sentimentos, mesmo quando a menina não sabe bem o que sentir e nos transmite claramente o que se pode sentir.
Sem palavras e sentimentos quando olho para o futuro e qs me revejo no que escreveu tão plena de sentimentos.
Obroigado e continue a sentir desta forma,mesmo quando não sabe o que sentir…
deixo se me permite um beijinho paternal
Sr. António
Obrigada pelas suas palavras
espero sinceramente que ainda possa ter muitos momentos de alegrias em que não sabendo o que sentir, seja apenas Feliz.
E como alguém nos disse antes de partir..”Façam o favor de ser Felizes”…
Votos de muita felicidade e se possiível muitos reencontros com os laços familiares.
Obrigada e permita-me que lhe deixe um beijinho pleno de carinho
Carla Ribeiro
Abraço apertado Carla Ribeiro, não deixe nunca de escrever!
bom dia menina Carla
depois do que li, nem eu sei bem o que sentir…
Cheguei a perguntar-me o que será que a vida me reserva.
Sem palavras, pois nem sei bem o que sentir, quando penso que a idade já vai longa , a familia se afasta e me resta apenas a solidão, o centro de dia que me dá algumas alegrias, os amigos que lá tenho, mas sem dúvida… o que será que ainda me espera?
Menina, não sei bem o que sentir, mas senti uma enorme tristeza de não ter filhos, não ter netos, estar apenas só , neste mundo em crescimento.
Origado por este texto, e por este não sei bem o que sentir…
Continue a escrever, pois pelo menos a mim até me faz bem
Menina Carla, continue, mesmo que seja sem saber o que sentir.