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Castelo de Chaves

Castelo de Chaves localiza-se na freguesia de Santa Maria Maior, cidade e concelho de Chavesdistrito de Vila Real, em Portugal. Em posição dominante sobre uma elevação à beira do rio Tâmega, defendia a fronteira com a Galiza. A primitiva ocupação humana da região remonta à pré-história, conforme os testemunhos arqueológicos ali abundantes.

Certamente remontando a um castro pré-romano, à época da Invasão romana da Península Ibérica a atual Chaves foi importante centro urbano conforme também o testemunham os vestígios arqueológicos. A partir do ano de 78 tornou-se sede de município fundado por Tito Flávio Vespasiano, que a denominou Aquae Flaviae, em homenagem à excelência das águas termais em que a região é abundante. Para unir as duas margens do rio, cortado pela estrada romana que unia Bracara Augusta (atual Braga) e Astúrica Augusta (Astorga, hoje na Espanha), foi erguida a Ponte de Trajano, datada do século I. Acredita-se que também dataria deste período a primeira muralha envolvendo a povoação, circunscrita ao centro histórico da atual cidade, onde foi erguida a Igreja Matriz.

A partir do século III a cidade foi palco das invasões de Suevos, destacando-se as lutas entre Remismundo e Frumário que, disputando o direito ao trono, acarretaram a quase total destruição da povoação (411),culminando com a vitória de Frumário e a prisão do bispo Idácio de Chaves. Posteriormente se sucederiam Alanos e Visigodos até que, no início doséculo VIII, chegaram os Muçulmanos, vencendo Rodrigo, o último rei dos Visigodos (713). Os novos conquistadores terão reforçado a fortificação de Chaves, uma vez que choques entre mouros e cristãos se sucederam até ao século XI.

O castelo medieval

À época da Reconquista cristã da península Ibérica, Chaves foi inicialmente tomada aos mouros por Afonso III de Leão (866-910), que teria determinado uma reconstrução de suas defesas. Esta primitiva edificação do castelo é atribuída ao conde Odoário, no século IX. No primeiro quartel do século X, entretanto, Chaves voltou a cair no domínio mouro.

Afonso VI de Leão e Castela incluiu a povoação de Chaves no dote da princesa Teresa de Leão e Castela, quando a casou com o conde D. Henrique de Borgonha (1093), passando a integrar os domínios do Condado Portucalense.[2] A tradição local refere, entretanto, que, por volta de 1160, os irmãos Rui e Garcia Lopes, cavaleiros de D. Afonso Henriques, conquistaram Chaves para a Coroa portuguesa. Por este feito, teriam sido recompensados pelo soberano com os domínios da povoação e seu castelo. Os corpos dos irmãos encontram-se sepultados na Igreja de Santa Maria Maior.

Por volta de 1221Afonso IX de Leão e Castela, visando assegurar para a sua esposa, D. Teresa, infanta de Portugal, a posse dos castelos que o pai dela, Sancho I de Portugal (1185-1211) lhe legara em testamento, e que o irmão, Afonso II de Portugal lhe reivindicava, invadiu Portugal, conquistando Chaves. O domínio de Chaves só seria devolvido a Portugal entre o final de 1230 e o início de 1231, em virtude de negociações tratadas na vila do Sabugal (então leonesa), entre Sancho II de Portugal e Fernando III de Leão e Castela.

Embora tradicionalmente se afirme que Chaves foi o local das núpcias de Afonso III de Portugal (1248-1279) com a infanta D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X de Castela, na realidade o soberano dirigiu-se a Santo Estevão de Chaves (1253). Foi este soberano quem, determinando a reconstrução de suas defesas, outorgou o primeiro foral a Chaves, em 1258, com direitos idênticos aos de Zamora, no reino de Leão.

Data desta época, assim, o início da reconstrução do castelo com a ereção da torre de menagem, para o que construibuiam os moradores dos termos de Chaves e de Montenegro mediante o pagamento da anúduva. Alguns autores referem que a construção desta torre de menagem foi uma resposta à construção do Castelo de Monterey, no lado oposto da fronteira, no reino da Galiza.

O seu sucessor, Dinis de Portugal (1279-1325), deu prosseguimento às obras, concluindo a torre de menagem e a cerca da vila.Afonso IV de Portugal (1279-1325), por sua vez, confirmou o foral à vila (1350).

No contexto da crise de 1383-1385, a vila de Chaves tomou partido por D. Beatriz e D. João I de Castela. Após a batalha de Aljubarrota (1385), as forças do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, impuseram cerco ao castelo, que se estendeu de Janeiro a Abril de 1386, até à rendição de seu alcaide-mor, Martim Gonçalves de Ataíde. Em recompensa, D. João I de Portugal doou estes domínios ao Condestável, que os legou como dote a sua filha D. Beatriz, pelo casamento com D. Afonso, 1.° duque de Bragança. Por este motivo, alguns autores também denominam o Castelo de Chaves como o Castelo do Duque de Bragança

Sob o reinado de D. Manuel I (1495-1521), a povoação e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509). Chaves recebeu o Foral Novo do soberano a 7 de Dezembro de 1514.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

O castelo voltaria à ação durante a Guerra da Restauração, tendo-lhe sido modernizadas as defesas, adaptadas aos então modernos tiros de artilharia. Para esse fim, entre1658 e 1662 foram reconstruídas as muralhas da vila, mais baixas, com traçado abaluartado, escavados fossos secos, colocadas estacas no Alto da Trindade, e erguidos oRevelim da Madalena e o Forte de São Francisco, sob a direção do Governador Militar, D. Rodrigo de Castroconde de Mesquitela. Numa segunda etapa, entre 1664 e 1668 a estacaria do Alto da Trindade deu lugar ao Forte de São Neutel, sob a orientação do Governador Militar, General Andrade e Sousa.

No contexto da Guerra Peninsular estas defesas voltariam a ser guarnecidas. Com a paz, as muralhas de Chaves foram sendo absorvidas pelo progresso urbano, conforme exemplificado na região da Porta do Anjo e na da Rua do Sol.

No século XX, Chaves foi elevada a cidade a 12 de Março de 1929, estando o seu castelo classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 22 de Março de 1938.[3] No final da década de 1950, a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciou uma série de intervenções de consolidação, limpeza, restauro e reconstrução das suas defesas.

Os trabalhos prosseguiram ao longo das décadas de 1960 e de 1970, culminando, em 1978, com a instalação de um museu histórico-militar nas dependências da torre de menagem do castelo medieval. Nele os visitantes encontram expostas armas, uniformes, bandeiras, desenhos e plantas, desde a Idade Média até à aos nossos dias. A década de 1980 foi marcada pela execução de diversos trabalhos de beneficiação e por pesquisa arqueológica nos jardins do castelo, a sul da torre de menagem (1985), ao passo que a da 1990 deu prioridade à requalificação dos espaços do Forte de São Francisco e do Forte de São Neutel.

Século XXI

Parte da muralha ruiu em 2001 devido ao mau tempo na região. Cerca de uma semana após concluída a reconstrução, o baluarte voltou a desmoronar.[2] Apesar de estarem em causa 450 mil euros – valor das obras de reconstrução – o inquérito aberto pela Câmara Municipal não encontrou responsáveis. Empreiteiro, arquitetos, Câmara ou Instituto Português do Património Arquitetónico, que deu aval ao projeto, ninguém foi responsabilizado. O inquérito identificou como causas do desmoronamento o facto da recuperação não ter sido feita de cunhal a cunhal e de não se ter recuperado o espaço superior do baluarte, onde existiam pequenas hortas. Um concurso para a nova reconstrução foi lançado em 2004 e as obras ficaram concluídas em 2007.

Características

O Castelo de Chaves, Portugal: detalhe das ameias, no alto da Torre de Menagem. O conjunto é marcado pelo castelo medieval, em posição dominante sobre a cidade, com planta rectangular compreendendo internamente a Torre de Menagem e, externamente, fortificações abaluartadas ao estilo Vauban.

Do castelo medieval sobreviveu apenas parte da muralha e a Torre de Menagem. Esta, apresenta planta quadrangular com as dimensões de doze metros de largura por cerca de vinte e oito metros de altura, dividida internamente em rés do chão (cisterna) e mais três pavimentos com teto em abóbada de berço.

Em suas paredes de granito rasgam-se algumas seteiras, e no alçado a Leste, varandasde madeira. Coroada por merlões e ameias, nos vértices, pequenos balcões semicirculares são suportados por matacães. É acedida pelo primeiro pavimento, através de uma escada de pedra em ângulo, com guardas, também de pedra, e porta em arco de volta perfeita, com moldura torada, encimada por um brasão real com dezanove castelos.

barbacã da torre, percorrida por adarve, apresenta, na fachada sudoeste, uma porta em arco de volta perfeita. Esta porta é defendida por um balcão rectangular e saliente com matacães. Balcão semelhante pode ser observado na fachada noroeste, assim como um outro, de canto circular, no ângulo destas fachadas. O acesso ao adarve é feito pelo balcão com passadiço, a partir do segundo pavimento da torre. O conjunto encontra-se parcialmente envolvido por um jardim artístico, delimitado pelas muralhas.

Texto: Wikipédia

Foto: Pesquisa Google

01dez15

 

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