José Luís Montero
É bom parecer que estamos num colégio dirigido por Diretor que tem favoritos, sobrinhos e pupilos que merecem uma atenção especial. Evidentemente, essa atenção é sempre diferente das marcadas nas normas. São fins de semana que não tocariam disfrutar; estudos suplementares que deveriam ser feitos e não são; ausências nas aulas de ginástica não justificadas e um etecetera de coisas e desejos.
Sempre disse que um País é como um enorme colégio com internos e externos. Portugal é como um desses colégios com bons professores, péssimos professores; com perfeitos horrendos exceto o que se extraviou e está onde está porque é o único buraco que arranjou. E está cheio de alunos de ambos os sexos; de contínuos rabugentos e outros que só pensam na crise do Benfica.
Um belo dia, os jovens sentem apetites associativos e pedem autorização ao Diretor para organizar uma associação académica. O Diretor que é das tradições coimbrãs e gosta da barbárie da praxe autoriza. Pedem e ganham um pavilhão; pedem e ganham uma mesa de snooker e convocam eleições para a Direção da Associação.
Concorrem duas listas: uma liderada por um sobrinho e quatro enteados e dois pupilos. A lista do sobrinho e povo sereno tem a bênção e a Lista do que vive nas normas do Colégio precisa autorização paterna ou do tutor.
Portugal como esse Colégio enorme que é tem um Diretor que é o Presidente da República. Teve eleições. O voto foi repartido e a abstenção cresceu. E formaram-se dois bandos na bancada. Um dos bandos é indigitado para Presidente do Governo sem ter maioria ou acordo para uma governação estável e o outro bando tem estabilidade para votar Presidente e acordos básicos de governação estável. O Presidente da República pede-lhe ao estável que mostre a sua estabilidade e pede-lhe autorização paterna. Portugal tem como Presidente da Republica um Diretor com sobrinhos, enteados; pupilos e varre para dentro.
O Poder é assim tanto nos colégios como nos países. Haja crise ou bonança no bananal. Entretanto, na categoria de bárbaros com visão de mula aparece o terror mais vil que se pode existir: atacar de surpresa e cobardemente população de toda escala etária e também social sem possibilidade de defesa, nem de fuga. É o Terror que tem dor dilacerante; é o estado primitivo do Homem que despreza o Homem e tudo isso em nome de um deus.Se esse Deus fosse verdadeiro e se fosse o protetor dessa barbárie teria que se eliminado; derrogado; ostracizado.
As palavras não explicam a morte porque na morte não existem. As palavras só servem para os colégios porque para o amor só existem sussurros. Deve ser por isso que o Presidente Cavaco é parco em palavras porque talvez tenha más recordações colegiais. E sussurrar não se sabe se sussurra; pertence a outro domínio; não interessa aos outros; aos desconhecidos. É privado e intimo.
Mas, os que dizem que protegem não protegem. Nas guerras sempre existe o fator negócio; económico. O Estado Islâmico provoca o horrendo caos do terror do flagelo e Hollande fala sobre o Presidente Sírio. É mais um Estado laico do mundo árabe que é posto em causa. Ocidente parece que não simpatiza com os laicos doutros territórios.
Os subterrâneos do Poder e dos Estados conhecem o mundo bárbaro do Estado Islâmico. No entanto, os seus agentes ou comandos são capazes de atuar ainda que depois sejam apanhados. É um fracasso em todas as regras. Apanhar o criminoso não evita o terror causado e se se conhece esse mundo bárbaro a terapia está na antecipação porque só assim se evita a dor; o terror; a pena; o sofrimento colateral que deixa muitas pessoas em estado de choque e de padecimento crónico.
A guerra de terror está espalhada por um enorme campo de batalha. Pode-se andar a ver as montras do mundo e ficar estilhaço como os vidros da montra. Como em todas as guerras, o temor à morte e à fome pode crescer como uma maré cheia. Perante estas situações aparecem novos deuses para aferrar; novas crenças para cegar.
Quem viveu um sonho de vida a babar com a música de Janis Joplin; quem ouviu que debaixo das calçadas de Paris estava a Praia, começa a sentir-se mais estranho a toda esta vida que no tempo em que Jani Joplin cantou em Woodstock Piece of my Heart. Foi em 1968.
O mundo vivia uma guerra Imperial: Vietnam. Portugal sangrava-se em possessões coloniais em Africa e Sandy Shaw ganhava Eurovisão de minissaia e descalça. E agora vive-se o que padecemos. O mundo só é uma banana grande que cresceu muito. Se não o fosse Cavaco e Silva não repararia na banana da Madeira.
Fotos: Pesquisa Google
01dez15
O mundo onde tudo se vende e mais ainda se compra é dirigido por directores a quem apenas interessa o presente que o aluno lhe dá quer possa quer não possa. Haja presentes e a normalidade está garantida