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“Conhecimento e aprendizagem” em destaque no II CONGRESSO NACIONAL de HEMOFILIA realizado em Tomar

A cidade de Tomar foi, este ano, o ponto de encontro da comunidade hemofílica, clínicos e enfermeiros, e de todos quantos se interessa e apoia a causa da hemofilia e dos distúrbios hemorrágicos, que durante os dias 20, 21 e 22 de novembro se reuniram no II Congresso Nacional de Hemofilia, organizado pela APH – Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulapatias e Congénitas.

Depois do sucesso do I Congresso realizado o ano passado em Monte Real, que aqui demos conta, a APH volta a estar de parabéns e já apontou a cidade do Porto como palco para receber o 3.º Congresso em 2016.

Como afirmou o presidente da direção da APH, Miguel Crato, “com este tipo de eventos pretende-se que seja um momento essencial de conhecimento e de aprendizagem para toda a nossa comunidade, cumprindo assim um dos objetivos maiores da nossa Associação”.

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O Congresso que reuniu mais de duas centenas de participantes foi mais uma vez, uma importante resposta aos desafios que a hemofilia enfrenta hoje, porque, como chamou a atenção Miguel Crato, “os desafios, hoje são diferentes dos experimentados há décadas atrás e tal como esses, só através de um grande espírito de partilha, entreajuda e de vontade de conhecer se conseguirá que as pessoas com hemofilia e outros distúrbios hemorrágicos sejam respeitadas na sua vontade e no seu direito a um tratamento eficaz e seguro”.

Ora, como o espirito que se vive na APH é de que o “futuro é cheio de esperança”, em novos tratamentos, novas abordagens terapêuticas e novos enquadramentos sobre o papel dos doentes numa escolha livre e informada, “abrir janelas para o conhecimento”, lema deste II Congresso, foi mais uma oportunidade para a comunidade hemofílica e familiares, como realçou o presidente da direção, “assumir nas suas mãos a plenitude do conhecimento sobre a sua doença”.

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Foram assim, na perspetiva de diálogo entre médico e o doente, proporcionados durante o fim-de-semana na cidade dos Templários, um intenso programa de workshops / sessões e um painel médico com seis palestrantes, em que intervieram clínicos representando os principais Centros de Hemofilia do país.

A exemplo do Hospital de Santo António, que através de Maria Coutinho, assistente hospitalar de imunohemoterapia do Serviço de Hematologia Clínica, abordou, “Distúrbios hemorrágicos nas mulheres – Doença de von Willebrand”. Um tema que nos últimos anos passou a estar mais presente na agenda da APH, cuja composição social começou também a ser influenciada pela presença das mulheres, igualmente com múltiplos distúrbios hemorrágicos, a merecerem atenção para tratamento de hemorrogias específicas, para além das que são portadoras de hemofilia.

III Congresso será no Porto

Entre os contributos da comunidade médica, destacamos ainda a intervenção de Susana Nobre Fernandes, assistente hospitalar de imunohemoterapia que integra a equipa médica responsável pelo Centro de Hemofilia do Hospital de São João, que se centrou na temática, “O envelhecimento na Hemofilia”. Tema apresentado como, “novos desafios para os profissionais de saúde, na prestação de cuidados de saúde integrados ao doente Hemofílico”. Segundo a palestrante, “o envelhecimento desta população de doentes apresenta não só as comorbilidades tipicamente associadas à hemofilia (artropatia, dor crónica), mas também doenças relacionadas com a idade”, dando os exemplos da Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares várias ou neoplasias entre outras.

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Como se pode ficar com uma ideia, pelos trabalhos apresentados, partilhados e debatidos neste II Congresso Nacional de Hemofilia que aqui deixamos discriminados mais a baixo, foram uma panóplia de temas bastante interessantes para a comunidade hemofílica cuja direção da APH assume, corajosa e conscientemente a necessidade de prosseguir esta aposta ganha e este caminho da formação e da informação.

Ficamos então a aguardar com espectativa a realização do III Congresso Nacional de Hemofilia na cidade do Porto em 2016.

Workshop/sessões realizadas:

“Aspectos Psicológicos da Hemofilia em adultos” – Cristina Cunha (APH).

“A actividade física na Hemofilia, dos primeiros anos à adolescência” – Paula Kjollerstrom (Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital D. Estefânia.)

“Os desafios da Hemofilia em 2015” – Miguel Crato / Nuno Lopes (APH).

“Hemofilia e cuidados em Estomatologia” – Rosário Malheiro / Ana Fernandes (Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital D. Estefânia).

“Fisioterapia e Hemofilia” – João Barroso (Centro Hospitalar de São João).

“Desafios da Hemofilia no espaço europeu e o papel do Consórcio Europeu de Hemofilia” – Olívia Romero Luz (Consórcio Europeu de Hemofilia).

“Avaliação da Terapêutica em Hemofilia” – Ramon Salvado (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra).

“Enfermagem e Hemofilia” – Ana Paula Sebastião / Malam Ture (Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Santa Maria)

Painel médico:

“Profilaxia personalizada” – Cristina Catarino (Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Santa Maria).

“O perfil hemorrágico em Hemofilia” – Ema Margarida Antunes (Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital São José).

“Cateteres Centrais e primeira infância – Graça Mousinho (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra).

“Distúrbios hemorrágicos nas mulheres-Doença de von Willebrand” – Maria Coutinho (Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António).

“Segurança Viral?” – Marina Costa (Hospital de S. Teotónio – Viseu)

“Envelhecimento na Hemofilia” – Susana Fernandes (Centro Hospitalar de São João).

Texto: José Lopes (Enviado Especial)

Fotos: APH/Facebook

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