Miguel Correia
Estamos em contagem decrescente para a mais bela altura do ano. Já se sente um clima de harmonia e paz, próprio da quadra Natalícia. As caixas de correio estão atulhadas de publicidade gratuita, mesmo que lá esteja o desgraçado do autocolante a dizer “publicidade não”. As televisões insistem na publicidade a brinquedos e as grandes superfícies comerciais lutam, afincadamente, pelo suposto título de “vencedor dos preços baixos”!
Também sou vítima desta época! Com uma lista de compras, maior que o saldo bancário, lá estou eu, num hipermercado sobrelotado, a desembolsar um euro para ter uma viatura com rodas quadradas do tempo dos Flinstones. Pronto para iniciar a jornada consumista!
Ainda se lembram da parte do clima de alegria e paz? Percorridos poucos metros, surge a paragem “obrigatória” na parte do vestuário. Carrinho encostado. E… em dois minutos, repito, dois minutos (enquanto reparo na etiqueta de uma camisa) o carrinho desaparece sem deixar rasto!
O “desaparecer” significa que outra pessoa, envolta no espirito natalício, achou que o carrinho merecia outras mãos e tratou logo ali do processo de adoção, sem que eu tenha sequer imaginado que tal pudesse acontecer. Desconheço se existe algum gangue organizado de “larápios de carrinhos de compras” mas, à custa das promoções natalícias e preços baixos, perdi um euro sem ter feito qualquer compra! Se isto é o desconto imediato, então prefiro o saldo em talão.
01dez15