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E… etc e tal!

José Gonçalves

A 15… de janeiro de 2016. Das muitas frases, dos muitos incentivos, de notas de consideração, que recebemos para se relevar os seis anos de existência do “Etc e Tal Jornal”, destaco uma; uma que nos envaidece, mas, ao mesmo tempo, nos dá uma maior responsabilidade para o futuro: “Um jornal que honra o Porto”, de Manuel Pizarro, vereador na Câmara Municipal da cidade Invicta.

O ser responsável, sério, pluralista é, por assim dizer, o nosso “ADN” . Posso tornar-me repetitivo nas ideias que transmito sobre este nosso jornal, mas é isso que nos caracteriza e que nos distingue. Honrar uma cidade como a do Porto, paladina que foi do jornalismo, da liberdade e da democracia em Portugal, é para nós um orgulho; e quando falo em “nós”, refiro-me a uma equipa que a custo “zero” connosco colabora, dá o seu melhor e se sente bem em “casa”, porque é família unida. De uma equipa que sabe ser equipa, que se sabe respeitar respeitando os leitores e amigos do jornal.

Numa sociedade que, nos últimos anos, tem vindo a perder importantes valores, é cada vez mais necessário ter em consideração o papel fundamental da comunicação social na democracia, sendo ela – facto comummente aceite -, um dos pilares da mesma.

OpiniLogo

A liberdade de expressão não pode ser libertinagem de escrita; é, e será sempre, um espaço responsável de opinião, de contraditório, de notícia séria, do revelar relevando a verdade dos factos. Essas são as linhas mestras do nosso trabalho, do nosso jornal.

O dar voz a quem, por ostracismo, vive escondida na vergonha de uma miséria que lhe foi imposta; o dar voz às milhares de coletividades e instituições que desenvolvem um papel importantíssimo na sociedade – seja em termos culturais, desportivos, sociais ou de ensino; o dar a voz, por exemplo, aos que partiram, a convite de um senhor que todos nós conhecemos, para a estranja faz parte da razão jornalística, independente, plural, séria e profissional.

Quando vos escrevo, estamos a dias de importantes eleições – todas elas são importantes, diga-se de passagem – para a Presidência da República. Durante a campanha, que à data ainda decorre, ninguém falou na importância da Comunicação Social na sociedade democrática, nem tão pouco, como milhares de jornalistas exercem a sua profissão, condicionados que estão a contratos a termo certo, a recibos verdes e às exigências impostas por certos senhores.

O tratamento dado aos 10 candidatos a Presidente da República não tem sido – na maioria dos casos – linear. Há quatro sempre na primeira do jornal, e seis em rodapé ou em coluna de secção obrigatoriamente destinada ao ato eleitoral. A prática não é comum, mas, de resto, há uma certa e notória discriminação a qual advém dos estudos de sondagens e da promoção de certas candidaturas em detrimento de outras, quanto a espaço nos jornais, a tempo de antena nos telejornais e nos serviços noticiosos das rádios.

Já se sabe que há uns que são mais mediáticos que outros; já se sabe que uns são catedráticos e outros não – até há um calceteiro -, mas todos são, ou não são, candidatos à Presidência da República? Se são têm de ser tratados em pé de igualdade.

Isso não tem acontecido!

Não que este caso seja muito grave, mas que é grave… é! Sabemos que a ERC está atenta à questão e que, à exceção de um candidato, ninguém fez queixa à CNE de tratamento discriminatório, mas também pouco sucesso teria porque o interesse editorial  sobrepõe-se, em alguns casos, ao interesse de relevar revelando as notícias de forma equitativa.

Temos excelentes profissionais na comunicação social, mas o mesmo já não se poderá dizer com certos responsáveis pelas condutas editoriais neste caso das eleições.

Milhares de jornalistas foram ou estão para ser despedidos. Fala-se no desaparecimento de dois títulos (“Sol” e “I”). Fala-se cada vez mais na precarização do trabalho nas redações. Fala-se mesmo de quem paga para ter emprego num jornal, numa rádio ou numa televisão.

Fala-se, fala-se, mas, engraçado é, que nenhum candidato falou sobre um assunto que é importante para a credibilidade e enraizamento do sistema democrático: a comunicação social e a liberdade responsável de expressão.

Com 32 anos de experiência profissional, aprendi em sede de “O Primeiro de Janeiro” – não havia faculdade de jornalismo e a Escola Superior não era de acesso fácil a quem era oriundo de família pobre – a dar voz a todos; a respeitar todos por igual, isto para ser respeitado e nos lerem com respeito.

Hoje, penso que se perdeu um pouco isso. Perdeu-se a noção do equilíbrio informativo. Lava-se mais roupa suja do que se enaltece a que está limpa e no “coradouro “.

Estamos a perder valores; os valores que este jornal quer manter, para também se manter um “jornal que orgulha”, neste caso específico, a cidade do Porto.

É com estas linhas que nos cosemos. É com esta linha (editorial) de uma relação de forças equilibrada que fazemos jornalismo. Não somos mais nem menos que os outros, até porque respeitamos os outros… somos isso sim diferentes, para melhor ou para pior, isso cabe ao leitor decidir. No fundo, somo nós e etc e tal…

Ah! Não se esqueça, dia 24 de janeiro. Vote… por si!

15jan16

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