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Matosinhos: “Casa do Design” abriu portas e é já considerada centro nevrálgico da criatividade nacional

A exposição “BURILADA | arte-factos para a sobrevivência” marcou a abertura, no passado dia 30 de junho, da Casa do Design, um novo equipamento cultural que consolidará Matosinhos como um dos centros nevrálgicos da criatividade portuguesa. Resultado da parceria entre a Câmara Municipal de Matosinhos e a ESAD IDEA Investigação em Design e Arte, a Casa do Design ocupará todo o espaço da antiga garagem do edifício dos paços do concelho, desenhado pelo arquiteto Alcino Soutinho, e integra um projeto mais vasto que inclui uma incubadora de empresas de design, já em funcionamento no Mercado Municipal de Matosinhos, e o espaço Quadra-Investigação em Design, que abrirá ainda este ano na Rua de Brito Capelo.

Casa do Design pretende afirmar-se como um espaço central de exposição, divulgação e produção crítica de conhecimento em design, com enfoque no design produzido em Portugal. A par de uma programação regular — centrada em exposições que suscitem reflexão e debate sobre a cultura do design contemporâneo ou, noutra perspetiva, que investiguem, recolham e preservem conhecimento histórico ligado à evolução do design nas suas diversas áreas — será criada uma coleção permanente e um acervo documental que potencializem a investigação e disseminação de conhecimento em design.  O projeto pretende ainda afirmar-se por uma abertura a diferentes áreas, temas e públicos mas, igualmente, pela recetividade de novas propostas e futuros parceiros, de forma a reforçar a dimensão de um espaço que se quer de abrangência e relevância nacional e internacional.

A exposição BURILADA | arte-factos para a sobrevivência pretende recolher, agrupar e organizar um conjunto de artefactos portugueses de design e produção contemporânea que contribuam para a preservação e divulgação de identidades culturais, para o resgate de saberes técnicos ancestrais e para a promoção do uso de materiais e dinâmicas produtivas locais, constituindo-se como estratégia de sustentabilidade social, económica e ecológica.

Com a curadoria de Francisco Providência, designer e investigador, e de Helena Sofia Silva, docente ESAD Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, BURILADA | arte-factos para a sobrevivência apresentará objetos que estimulem a reflexão sobre os valores de uso, apresentando novas funcionalidades e formas de validação de técnicas e materiais. É exemplo disso o caso da lã pisoada de Bucos (Cabeceiras de Basto), a qual, reinventada nas peças contemporâneas criadas sob orientação de Helena Cardoso, contribuiu também para a fixação da população e a renovação geracional.

O mesmo sucedeu com a filigrana da Póvoa de Lanhoso, o burel de Manteigas, a cortiça, os bordados do Minho ou a olaria de S. Pedro do Corval, casos em que o olhar distanciado do designer encontrou o saber ancestral dos artesãos e propôs alternativas.

Instrumentos sofisticados, da prototipagem rápida à venda online, possibilitam hoje validar a escala da pequena manufatura, permitindo reduzir custos de produção e dispensar os intermediários e os encargos de grandes infraestruturas. Estes novos arte-factos para a sobrevivência material e cultural constituem manifestações de conhecimento investigadas já pela ESAD IDEA e pelo ID+.

Texto: Jorge Marmelo (CMM) / EeT

Foto: Pesquisa Google

01jul16

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