Portugal só tem de estar orgulhoso com eleição de António Guterres para secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O país uniu-se, a diplomacia portuguesa funcionou, mas acima de tudo foi o caráter singular, humano, do Grande Homem que é António Guterres que lhe valeu uma vitória indiscutível e cristalina, na votação dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU (13 votos a favor e 2 abstenções), deitando por terra jogos políticos sub-reptícios… de bastidores.
O momento é histórico! Foi a primeira escolha aberta e Guterres venceu-a (vitorioso nas seis votações). Hoje (06-out-16) foi nomeado secretário-geral da ONU por unanimidade e aclamação. Portugal, repito, só tem de estar orgulhoso, bem como orgulhoso deve estar o Presidente da República, o primeiro-ministro, o ministério dos Negócios Estrangeiros, a Assembleia da República, e, claro está, a diplomacia portuguesa, assim como diversas lusas instituições que, sem propaganda de apoio populistas a Guterres, conseguiram revelar relevando o Homem, o Intelectual, o Humanista que agora está à frente da mais importante organização planetária.
Como Alto Comissário da ONU para os Refugiados. Guterres desempenhou um papel exemplar. Conheceu o mundo, com ele falou, com ele criou consensos, com ele (com este complexo mundo em que vivemos) soube valorizar os valores humanos e da paz, como poucos até hoje souberam fazer.
António Guterres terá, como secretário-geral da ONU, que enfrentar importantes e complexos desafios (os refugiados, a guerra na Síria, as questões relacionadas com a Coreia do Norte, com a Ucrânia e a Rússia, com Taiwan e as relações com a China, com os desequilíbrios internos, a igualdade dos géneros, e até com os problemas económicos e sociais que afetam a União Europeia, que, através da sua Comissão, recebeu com agrado, mas, estranhamente, aos empurrões a notícia da nomeação de Guterres (Merkel apoiava a candidata que entrou a última hora, na corrida à liderança da ONU).
Socialista, católico, poliglota, humanista, o engenheiro eletrotécnico António Guterres (67 anos) é, principalmente, um homem que cria consensos, que constrói pontes, como aliás é apanágio, ou caraterística própria, dos portugueses.
Figura exemplar, Guterres leva alto o nome de Portugal, como mas não tão quanto ele, o elevaram. Freitas do Amaral já foi presidente da Assembleia Geral da ONU, Jorge Sampaio, também na ONU, exerceu um importante trabalho no que concerne às “igualdades”, e outros nobres portugueses espalhados pelo mundo (a maior parte deles anónimos) são considerados, como nunca o foram cá pela “casa”, por diversos povos, por diversas religiões, políticas e etnias. Somos um povo de paz, dialogante, de espírito aberto, e tudo isso Guterres deu a conhecer através da sua simpatia, da sua inteligência, persistência, trabalho no terreno, convicção, amor pela vida e pela luta intransigente pelos direitos humanos.
A ONU ganha com a nomeação de Guterres. Ganha um novo dinamismo. Portugal está orgulhoso. A maioria dos portugueses emocionados.
Parabéns António Guterres.
O mundo conta consigo.
O Diretor
José Gonçalves
06out16