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Museu de Ovar: Rosa Pereira expõe “momentos” sem títulos

Até ao passado dia 27 de dezembro, a Sala dos Fundadores no Museu de Ovar acolheu a exposição de pintura “momentos” da artista natural da cidade do Porto, Rosa Pereira. Uma pintora representada em várias coleções quer a nível nacional e internacional, que incluiu no conjunto de obras inauguradas no dia 10 desse mesmo mês o quadro que esteve patente na exposição sobre a queda do Muro de Berlim realizada na capital alemã, em que representa na tela, o Muro de Berlim a negro e um homem de costas viradas e meio inclinado, representando o declínio, em que é questionado o porquê da guerra e do Muro, quando novos “muros” se erguem pelo mundo.

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Nesta obra recorreu também ao vermelho para transmitir “dor”, ainda que para si, “o vermelho é uma cor de força e muito positiva, mas neste quadro especial representa um pouco isso, representa o ser humano a pensar nas atrocidades que nós seres humanos fazemos ainda hoje no mundo” declarou ao nosso jornal.

Estas pinturas de Rosa Pereira, segundo a própria, “são momentos do meu trabalho, de alguns anos” e como defeniu, referindo-se aos últimos três anos de atividade, são, “muito abstratos, essencialmente híper-abstratos, embora também inclua o hiper-realismo, não nestes trabalhos expostos em Ovar, mas noutros que tenho feito”.

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A dinâmica das obras muito coloridas e muito fortes que sobressaíram nesta mostra, resultam como assumiu a pintora, do facto de ser, “uma pessoa muito dinâmica e extremamente selvagem”, acrescentando, “é o que tento transmitir nos meus trabalhos, alegria e dar alguma vida à vida das pessoas”.

Uma particularidade destes “momentos” residiu ainda na apresentação de todos os quadros, sem título, uma opção desta artista com a formação, do Curso de História de Arte Moderna e Contemporânea (Porto) e experiências formativas no Canadá e Estados Unidos, que gosta de explicar às pessoas o que representam para si as suas obras expostas.

Depois de ter concluído, que colocar os títulos leva as pessoas, “ a não olhar atentamente. (…) Nós estamos habituados a ter tudo muito simplificado e neste tipo de trabalho abstrato as pessoas que se interessam questionam, e é isso que é a minha intenção, é as pessoas questionarem-se e questionarem-me a mim também”.

Texto e fotos: José Lopes (*)

(*) Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro

01jan17

 

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