A “Red Bull Air Race” estará de regresso aos céus de Porto e Vila Nova de Gaia, dias 02 e 03 de setembro de 2017, ou seja, uma década depois desta importante competição internacional de aviões se ter estreado na região, mais concretamente, nas margens do Douro das duas cidades. Na altura da sua estreia, a competição atraiu qualquer coisa como mais de um milhão de espetadores. Este ano, a prova promete ainda mais adesão de público, se tivermos em conta o crescente número de turistas que a região tem registado nos últimos anos.
A prova a realizar em Porto-Gaia foi apresentada, oficialmente, no passado dia 08 de março, na sede do “Porto Innovation Hubb” (ao edifício do Palácio dos Correios), na presença, entre outros, dos presidentes cas câmaras das duas cidades, Rui Moreira (Porto) e Eduardo Vítor Rodrigues (Gaia), do responsável máximo pelo “Turismo do Porto e Norte”, Melchior Moreira, e ainda do diretor-geral da Red Bull Air Race, o austríaco Erich Wolf.
E foi precisamente, Erich Wolf que abriu a cerimónia começando por salientar o facto de estar “muito animado com o regresso da Red Bull Air Race a Portugal”, que, em seu entender, “é uma das etapas preferidas do público e dos pilotos.”
“Este ano”, disse ainda Wolf, “o calendário vai evoluir de sucesso, com cada etapa a adquirir um significado especial, seja pelo histórico do desporto, ou por se tratar de uma estreia num cenário único. Estamos especialmente orgulhosos por trazer de volta ao rio Douro esta corrida de alta velocidade a baixa altitude, e, estou certo, que cada piloto e cada equipa, tudo farão para ser coroados no Porto perante os aplausos de milhares de fãs”.
Já o presidente do “Turismo do Porto e Norte”, Melchior Moreira, começou por dizer que o “regresso desta competição é, para nós, um motivo de orgulho”.
“Depois de há dez anos ter ganho grande notoriedade, o regresso da Red Bull Air Race é também importante para às câmaras de Porto e de gaia, que muito trabalharam para este facto fosse uma realidade, mas, essencialmente para a região do Norte a para a marca Portugal”.
Não se esquecendo do desenvolvimento turístico da região nos últimos anos, Melchior Moreira, enfatizou o mesmo com números: “eles estão aí para confirmar a potencialidades turística de um destino: quase sete milhões de dormidas no final de 2016, e a importância cada vez mais crescente deste setor para a economia nacional. Nem questiono a importância que os grandes eventos internacionais assumem nestes resultados”.
Melchior Moreira destacou também o “árduo trabalho efetuado durante um ano pelas câmaras de Porto e Gaia e da Red Bull nacional, a qual fará o financiamento necessário para apresentar esta prova. Isto também só é possível com os apoios da Comissão de Desenvolvimento da Região e pela Secretaria de Estado do Turismo”. Para o presidente da “Turismo Porto e Norte de Portugal”, o “retorno está assegurado”, realçando que “serão mais de 50 países que acompanharão a prova pela televisão”, isto além da multidão que se espera nas margens do Douro de Porto e Gaia, quanto mais não seja porque “este é um evento aberto, sem custos para os espectadores”.
O presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, fez, por seu turno, questão de frisar que o “Red Bull Air Race” é um “evento de relevância a nível mundial”, pelo que o “investimento feito terá um retorno inquestionável”.
O edil gaiense relembrou o trabalho desenvolvido para que a competição regressasse à região, o qual, disse, “se prolongou durante, praticamente, um ano.”
“Com este evento vai reforçar-se a importância da marca Porto, que é, no fundo, uma fonte de riqueza para a região, dado também ser o destino preferido de cada vez mais gente”.
O edil portuense, Rui Moreira, enfatizou, antes de tudo, “todo o trabalho estratégico” da autarquia, a qual “procura sempre a diversidade”, dando como exemplos eventos desportivos internacionais já realizados no Porto de diferentes modalidades, como os casos do “Rally de Portugal ou da motonáutica”.
Para o presidente da CMP “este é um evento de dimensão importante para a região”, basta para o efeito recordar-se “o impacto que, há nove anos, esta iniciativa teve na população” e depois “não causa constrangimentos”. Ainda que tenha obrigado a “muito trabalho subterrâneo” para trazer de volta a Red Bull Air Race.
Estou assim, e ainda de acordo com Rui Moreira, “criadas todas as condições para trazermos mais turistas e para que se afirme a marca Porto na atração de mais investimento”.
Prova custa seis milhões! Red Bull paga metade…
A prova, a realizar em Porto-Gaia – sexta do calendário da Red Bull ZAir Race de 2017 – , terá um custo de seis milhões de euros, sendo que cinquenta por cento ficarão a cargo da Red Bull Internacional, e os restantes cinquenta comparticipados pelas câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia e Turismo do Porto e Norte, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e do Turismo de Portugal (TP), no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários.
Sucessos e “novidades”
A Red Bull Air Race estreou-se em Portugal em 2007, mantendo-se no calendário até 2009. Durante esse período fez história no desporto português, afirmando-se como o evento com maior presença de público de sempre – mais de um milhão de espectadores em dois dias de ação que deixaram uma forte marca na região e no país. Entre o pelotão, há apenas dois pilotos atuais que subiram ao pódio no Porto – o norte-americano Kirby Chambliss e o australiano Matt Hall. No entanto, não há um único piloto no ativo que tenha conseguido alcançar aqui uma vitória.
Em 2017, a competição segue os moldes originais – qualificações num dia e corrida no outro – embora os motivos de interesse tenham sido largamente ampliados. Reconhecida pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI) como o Campeonato do Mundo da aviação desportiva, esta competição evoluiu significativamente nos últimos anos. Neste campo destaque para a existência de duas classes, uma para pilotos consagrados (Master Class) e outra para novos talentos (Challenger Class). É nesta última que se estreou no ano passado a primeira mulher a alinhar na Red Bull Air Race, a francesa Mélanie Astles. Ao todo são 23 pilotos em representação de 15 países, sendo o atual detentor do título o alemão Mathias Dolderer.
Além da novidade do Porto, o calendário de 2017 destaca-se também pelo regresso da etapa norte-americana de San Diego e pela estreia da Capital russa dos desportos, Kazan. No total há oito etapas para cumprir, com arranque no Médio Oriente (Abu Dhabi) – onde se assinalou a 75.ª corrida da Red Bull Air Race – e passagem por San Diego (EUA), Chiba (Japão), Budapeste (Hungria), Kazan (Rússia), Porto (Portugal) e Lausitzring (Alemanha). A despedida tem lugar em outubro no lendário circuito de corridas de automóveis de Indianápolis, nos Estados Unidos da América.
A temporada de 2017 da Red Bull Air Race arrancou a 10 e 11 de fevereiro em Abu Dhabi, nos Emiratos Árabes Unidos, com um resultado histórico para o piloto checo Martin Sonka, que conquistou a primeira vitória da sua carreira, assegurando desta forma a liderança da classificação geral.
Calendário de provas
Estados Unidos da América – San Diego | 15 e 16 abril
Japão – Chiba | 3 e 4 junho
Hungria – Budapeste | 1 e 2 julho
Rússia – Kazan | 22 e 23 julho
Portuga – Porto | 2 e 3 setembro
Alemanha – Lausitzring | 16 e 17 setembro
Estados Unidos da América – Indianápolis | 14 e 15 outubro
Texto: José Gonçalves (*)
Fotos: Amadeu Almeida
(*) Com o apoio “Red Bull – Free Lance”
01abr17