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Memorável Mês de Maio

José Gonçalves

Ganhámos o Eurofestival com uma canção extraordinária, interpretada pelo (desalinhado) Salvador Sobral. Recebemos, em Fátima, e como ninguém, Francisco, o Papa do Povo – ele próprio ficou surpreendido com a fé, a emoção, a maneira de ser e estar dos portugueses. Foi uma jornada inesquecível! A nossa economia foi das que mais cresceu na União Europeia, deixando Portugal (22mai17) o Procedimento por Défice Excessivo. Um grupo de jovens portugueses conquistou a medalha de Prata nas Olimpíadas Europeias da Ciência.

Os benfiquistas festejaram a conquista do “tetra” – nunca o tinham feito-, e depois a Taça de Portugal. Em França, o treinador português Leonardo Jardim foi campeão, pelo Mónaco. Canoístas portugueses conquistaram 10 medalhas na Taça do Mundo da modalidade, em Montemor-o-Velho, sem que os jornais portugueses dessem ao feito o merecido e devido destaque.

Memorável este Mês de Maio.

Portugal está, definitivamente, na moda. Até a Madonna se rendeu às belezas da capital e pensa – vejam lá! – vir para cá viver. Pelo menos é mais seguro, e, além disso, não tem de aturar o Trump – ela detesta o Trump!

Mas, na moda… na moda (?!), está o Porto. Cada vez mais turistas; um crescente interesse no investimento local… enfim, uma cidade que está a crescer, mas que terá de se reorganizar, porque este “boom” turístico aconteceu, praticamente, de um momento para o outro (graças ao aeroporto e às suas mais-valias), e há raízes que não se podem perder, colocando em causa a nossa identidade; identidade essa que os turistas procuram, porque se vamos “oferecer” uma cidade igual às outras, então, que se lixe o turismo.

Mas, o Porto foi também destaque, neste Memorável Mês de Maio, por outras razões. Razões mais políticas. Questões “domésticas”.

Ficou a saber-se que o Movimento independente, de Rui Moreira, tem um núcleo duro – que é como quem diz uma Comissão Política – e, como tal leva o movimento a transformar-se num partido, o Partido do Porto, como já o era anunciado há quatro anos. E foi esse núcleo duro que levou Moreira a prescindir do apoio dos socialistas para as eleições de 01 de outubro próximo.

Estalou a crise institucional. O PS lançou, então, Manuel Pizarro – amigo inseparável de Rui – como cabeça-de-lista à presidência da Câmara.

O Porto passou, durante semanas, a ser a “lavandaria política” da nação. Rui não pode dizer mal de Manuel e Pizarro não pode dizer mal de Moreira. Estão atados! Isto, como se a política tenha sido feita só para “dizer mal”. Não o foi. Mas também não foi para ser romântica, enamorada de projetos muitos dos quais ainda se encontram no papel e no papel poderão ficar por mais algum tempo.

De resto, e desta novela, estamos falados. Fica a tarefa para verdadeiros formadores de opinião, que são pagos a peso de ouro em alguns órgãos de comunicação social e longe estão de ser jornalistas. São colunistas e um até é futurólogo…

marteladas

Ah! Está por aí – a dar que falar – a “Selminho”. Outra “série” de encontros e desencontros que vai animar, com certeza, o “S. João” político cá da urbe. Pelo menos “marteladas” não vão faltar, faltando só saber qual será o primeiro a cair na do “patego… olha o balão”…

Por cá. Vou comentando as coisas à “moda do Porto”. Como tripeiro, como cidadão eleitor e também como jornalista,  não me chafurdando em águas inquinadas. Como dizia a minha avó: eles já são grandes… que se entendam!

Agora é certo, que eu, como todos os portuenses, estarei atento ao desenrolar dos futuros capítulos da novela, disso ninguém duvide, até que por esta cidade sabe-se muito bem dar valor e significado ao voto.

Recorde-se que alguns castigados por ele (o voto) tiveram mesmo que abandonar a política. E eram muito “adorados”, muito queridos dos tripeiros, mas, um erro bastou para deitarem por terra essa reconhecida amizade. Vocês sabem de quem estou a falar.

Entretanto, e isto é, sem dúvida, mais sério: Perdi dois amigos para todo o sempre. O jornalista e professor Abílio Marques Pinto, e o repórter fotográfico, jovem, amigo, grande camarada, Carlos Tavares (CAT). Com ambos convivi e trabalhei em “O Primeiro de Janeiro”. Dizem que a vida é assim! Que a vida continua! Que ninguém fica para semente! E outras porras do género, tão frias e cruéis, porque na verdade, até são… verdade!

Ficamos mais sós.

01jun17

 

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