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RIO TINTO DESPOLUÍDO! OBRAS PARA A CONSTRUÇÃO DE “INTERCETOR DE ESGOTOS” VÃO ARRANCAR…

– Primeira pedra da empreitada foi colocada pelo primeiro-ministro e pelos presidentes das câmaras do Porto e Gondomar 

– Obras está avaliada em nove milhões e meio de euros

Texto: José Gonçalves

Fotos: Paulo Silva (CMG*)

rio tinto - 00

O rio Tinto está prestes a ser o que era há cerca de quatro décadas: um caudal de água despoluído, que nasce em Ermesinde e desagua no rio Douro (zona do Freixo – Porto). A construção de um intercetor de esgotos na freguesia gondomarense a que o rio lhe dá o nome, é o passo de gigante para que “aqui se volte a ver peixes”, como nos disse um popular.

intercetor - personalidades

A importância desta obra é tal, que a primeira pedra colocada no passado dia 19 de maio, na freguesia de Rio Tinto, contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa; do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, e dos presidentes das câmaras de Gondomar e do Porto, Marco Martins e Rui Moreira, respetivamente, isto entre outras individualidades com responsabilidades autárquicas na Área Metropolitana do Porto.

intercetor - 01

A empreitada, orçada em nove milhões e meio de euros – montante da responsabilidade das câmaras de Gondomar (800 mil euros) e Porto (500 mil euros), e o restante de fundos comunitários -, tem como objetivo a construção de um equipamento (intercetor) entre as estações de tratamento de águas residuais (ETAR) do Meiral, em Gondomar, e do Freixo, na cidade do Porto e conta com o apoio do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

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A construção deste intercetor permitirá, no essencial, reabilitar o emissário existente que conta com mais de 25 anos e uma extensão de 1.950 metros, estando ainda prevista a criação de um exutor (4.100 metros), que permitirá a junção das descargas das ETAR de Rio Tinto e Freixo, que servem mais de 140 mil habitantes. Além disso, destaque para um exutor submarino para entrega dos efluentes tratdos no rio Douro, junto à ponte do Freixe.

Marco Martins: “Um dia histórico para Gondomar, para o Porto e para a Área Metropolitana”

marco martins - 2017

Para o presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins, 19 de maio de 2017 “é um dia histórico, não só para Gondomar e para o Porto, cidades por onde passa o rio Tinto, mas para toda a Área Metropolitana. Finaliza-se, assim, um processo de três anos para a colocação de um intercetor neste rio, ou seja, naquele que é o pior curso de água da zona Norte”, salientando que esta solução “beneficiará diretamente”, a freguesia de Rio Tinto (Gondomar) e Campanhã (Porto).

“É importante construir o intercetor, mas, sobretudo, é fundamental devolver o rio à população”, disse Marco Martins que não se esqueceu de endereçar algumas críticas, nomeadamente, aos responsáveis pelo “entubamento e desvio do leito do rio”, tendo considerado “um dos erros crassos do passado”.

marco martins - intercetor

O autarca gondomarense enalteceu a colaboração do município do Porto em todo o processo, facto que, em seu entender, se deveu “à mudança de políticas municipais tanto no Porto como em Gondomar”, as quais “permitiram às duas câmaras juntarem-se e falarem a uma só voz de um problema que afeta ambas as autarquias”.

Marco Martins disse ainda que “não é demais recordar que o rio Tinto, a sua poluição e o estado de massa de água é um problema com mais de 30 anos”, pelo que o projeto “permitirá revitalizar as margens, devolvendo-as à população, tratar o leito e unir o centro de Rio Tinto ao rio Douro até ao Freixo, atravessando o Parque Oriental do Porto e permitindo ligar quer ao percurso do Polis de Gondomar, que à marginal do Porto até à Ribeira”.

marco martins e costa

O presidente da Câmara de Gondomar elogiou, por fim, o papel do Governo em toda esta obra, uma vez que “a apoiou”, e “inverteu a tendência centralista que vinha a ser seguida anteriormente”, agradecendo o papel da capital importância desenvolvido pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

Rui Moreira: “Esta solução representa uma enorme oportunidade de desenvolvimento, qualidade e investimento”

rui moreira em gondomar

Começando por realçar o diálogo intermunicipal existe na Área Metropolitana nestes últimos três anos, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, referindo-se à empreitada relativa ao intercetor de esgotos do Rio Tinto, afirmou que “se em Gondomar esta solução representa o solucionar de um problema muito antigo, que resultava da incapacidade do rio diminuir a poluição que depois seguia para o Porto, no nosso lado, no lado do Porto, o projeto representa uma enorme oportunidade de desenvolvimento, qualidade e investimento, principalmente, na zona oriental da cidade, mais concretamente, em Campanhã.”

rui moreira - gondomar

Com todo o processo de despoluição do rio Tinto, Rui Moreira enfatizou alguns dos benefícios para o Porto, entre os quais, a duplicação da área do Parque Oriental da Cidade, e, uma vez mais, o “desenvolvimento de Campanhã, “freguesia para onde estão projetadas obras estruturantes que começarão brevemente”, como a requalificação do edifício do antigo matadouro e a construção do Terminal Intermodal.

João Matos Fernandes: “O rio Tinto está classificado como mau”

joao matos fernandes - ministro

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, começou por enfatizar um facto: “o estado ambiental do rio Tinto está classificado como mau, mas, hoje, está dado o início à resolução de um problema ambiental antigo, indo ao encontro das ideias partilhadas por mim e pelos autarcas de Gondomar e do Porto”.

De recordar que João Matos Fernandes foi, entre janeiro de 2014 e novembro de 2015, presidente do Conselho de Administração da “Águas do Porto” tendo, já nessa altura, defendido acerrimamente a despoluição do rio Tinto, pelo que Rui Moreira o considerou o “pai” do projeto que agora arranca.

António Costa: “Este é um investimento público que qualifica um rio, um espaço e valoriza um território”

antonio costa - 00 - 2017

Depois de muitos abraços, cumprimentos e muitas selfies, o primeiro, António Costa fez questão de realçar, em relação ao lançamento da primeira pedra do intercetor do rio Tinto, que “este não é só mais um investimento público. É um investimento público que qualifica um rio; que qualifica um espaço e valoriza um território, sendo essencial para a qualidade de vida das populações do Porto, de Gondomar e de todos aqueles que querem usufruir da bacia hidrográfica do Douro e, sobretudo, valoriza um bem finito que temos de proteger que é o ambiente”.

O chefe do Governo, depois de um périplo pela Área Metropolitana do Porto, generalizou o seu discurso. “O País tem tido, felizmente nos últimos tempos, boas notícias em matéria de evolução da sua situação económica. Neste primeiro trimestre do ano crescemos como há muito tempo não crescíamos. Tivemos o défice mais baixo desde que somos um país democrático. Mas não podemos ficar descansados. Temos de encontrar ânimo acrescido para fazer mais e melhor. Se a bicicleta está a andar, nós temos de continuar a pedalar para ela continuar a andar”, disse.

Entusiasmado e otimista (como sempre) com os factos anteriormente referidos, António Costa alertou os presentes para “termos de dar prioridade à execução dos fundos comunitários, com investimentos de qualidade” referindo-se aos exemplos constatados no referido périplo feito nesse dia (19mai17) por Vila Nova de Gaia, Maia, Lousada e Porto.

antonio costa - 01 - 2017

E, como não podia deixar de ser, o primeiro-ministro voltou à carga com a descentralização, da qual é férreo defensor: “ela é a pedra angular para uma verdadeira reforma do Estado. Quem está mais próximo das pessoas e mais próximo dos problemas tem uma maior capacidade de resolver os problemas do que quem está à distância. Ao Estado o que é do Estado, aos municípios o que é dos municípios, às freguesias, o que é das freguesias”.

“Se todos tivermos mais recursos para fazer o que cada um está em melhores condições de fazer, seguramente o país fica em melhores condições e terá uma administração pública mais eficiente, menos burocrática e que presta melhor serviço às populações”, concluiu.

O rio em… “números”

Saiba, entretanto, que o rio Tinto nasce em Ermesinde, a cerca de 200 metros de altitude, desenvolvendo-se ao longo de 10,6 quilómetros, indo desaguar no rio Douro, na zona do Freixo (Campanhã-Porto). Antes, porém, atravessa o concelho de Gondomar numa extensão de 5.823 metros.

A sua bacia hidrográfica ocupa cerca de 2.200 hectares dos concelhos de Gondomar, Porto, Valongo e Maia e atinge uma altitude máxima de 227 metros junto á cabeceira do rio, dominando nele as formações graníticas. A parte norte da bacia apresenta um relevo mais plano.

Um dia de “festa”

E no dia (“histórico”) do início da despoluição do rio Tinto, ficam as imagens de festa relativa à cerimónia do lançamento da primeira pedra da construção do intercetor de esgotos, realizada, praticamente no centro da freguesia de… Rio Tinto (junto à estação da Levada – Metro do Porto); imagens essas da autoria de Paulo Silva

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Fontes: Wikipéddia

(*)Jornalista e assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Gondomar

01jun17

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