A Câmara Municipal do Porto, por intermédio do seu presidente, Rui Moreira, entregou, na manhã do passado dia 09 de julho as Medalhas da Cidade 2017, em cerimónia realizada na Casa do Roseiral, aos jardins do palácio de Cristal.
Este ano, as atenções foram todas para o escritor nova-iorquino Richard Zimler, a quem foi atribuído mais importante galardão, ou seja a Medalha Municipal de Honra da Cidade.
Zimler, que vive no Porto desde 1990, publicou nos últimos dezanove anos, dez romances, uma coletânea de contos e dois livros infantis, que entraram nas listas de “bestsellers” de vários países e ganhou ainda diversos prémios, incluindo o “National Endowment of the Arts Fellowiship in Fiction (EUA), em 1994, sentiu-se “agradavelmente surpreendido, comovido e grato pelo afeto e reconhecimento que lhe tem o Porto”.
“Sinto-me totalmente portuense. Moro aqui há 27 anos. Os meus amigos vivem cá, eu conheço os lojistas do meu bairro, é onde passo o meu dia-a-dia. Posso até passar uns meses cá e outros em Paris, noutro lado, mas sempre sabendo que volto para o Porto. É a nossa casa”, disse ainda o principal medalhado do ano pela Câmara Municipal do Porto.
Rui Moreira: “Aqueles que homenageamos são o “hardware” da cidade”
Antes, porém, Rui Moreira abriu a cerimónia com um discurso de afetos, ou não fosse esta iniciativa um reencontro de pessoas que, no entender da autarquia, muito deram e poderão dar à cidade. Uma cidade que, segundo o edil, “ alicerça princípios no seu caráter, que se orgulha de ser granítica e nobre” e que “não pode deixar de agraciar os seus cidadãos e instituições que se distinguem. Porque, na verdade, uma cidade é sobretudo isso: cidadãos e instituições.”
Rui Moreira, depois de referir que o “Porto é inspirador” é “a casa de quem nele quer aportar. É porto de abrigo”, afirmou que é “pouco interessante ouvir hoje de alguns um discurso intolerante, que não joga com este Porto que descrevo. Como é fácil o discurso do medo do que vem de fora, quando de fora chegou Nasoni e com ele se ergueu os Clérigos, quando de fora chegaram alemães e ingleses que desenharam os nossos jardins”, explicando, assim, a atribuição da Medalha Municipal de Honra da Cidade a Richard Zimler, considerando que ele “é como Nasoni ou Eiffel. Como os Niepoort ou os Vanzellers. É um portuense que nasceu longe, fazendo o Porto maior, enorme, imenso”.
O autarca enfatizou a data escolhida (09 de julho) para homenagear os “portuenses notáveis” e as “instituições com obra feita na cidade – engenheiros, médicos, historiadores, desportistas e cientistas –“, pelo “seu simbolismo”, pois foi “a nove de julho que as tropas de D. Pedro entraram na cidade”, ficando Rui Moreira com “a certeza que aqueles que homenageamos em quatro anos são os «hardware» da cidade” e que “não foram uma escolha solitária”.
Os homenageados
E os homenageados foram:
Medalha Municipal de Bons Serviços – Grau Prata
Adelina Seabra Soares dos Santos Carvalho
Eulália da Conceição Soares de Oliveira Miranda Pinto
Maria Aurora Fernandes de Almeida Cruz
Medalha Municipal de Valor Desportivo – Grau Ouro
Clube Desportivo de Portugal
Clube Infante de Sagres
Clube Desportivo União Académica António Aroso
Fernando Manuel Neiva Machado Amorim (Ni Amorim
Mário Daniel Pereira de Barros
Domingos Dias Gomes
Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro
Joaquim Augusto Ribeiro Sarmento
César Manuel de Castro Oliveira
Rui Ochôa
Manuel Silva Araújo (a título póstumo)
Albuquerque Mendes
João Alves Cerqueira Cleto
Mama Help
Ach. Brtio / Claus Porto
Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto
Henrik Clausen
Patrício Soares da Silva
Januário Torgal Mendes Ferreira
Álvaro José Costa de Mendonça e Moura
Associação dos Comerciantes do Porto
Manuel Moreira de Sampaio Pimentel Leitão
Texto: Amadeu Almeida (AA) / José Gonçalves
Fotos: Filipa Brito – “Porto.” (foto de destaque) e AA
01ago17