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Beastie Boys – Depois do rock vem a bonança

Mário Rocha

1983, Nova-Iorque, EUA

Três rapazes judeus de classe média criam o tema “cooky puss”. Estava dado o primeiro passo dos Beastie Boys, de Adam “MCA” Yauch, Michael “Mike D” Diamond e Adam “AD-Rock” Horovitz no universo do Hip Hop. A música era baseada numa “prankcall” que costumavam fazer para a cadeia de gelados Carvel Ice Cream e rapidamente se tornou num êxito entre clubes noturnos mais underground da big apple.

Nos anos seguintes, a banda de punk e harcore, que havia feito primeiras partes de concertos para bandas como os Bad Brains, Dead Kennedys e Misfits, começava cada vez mais a incluir hip hop nas suas setlists de concertos ao ponto de contratar um DJ para os seus espetáculos. Esse DJ não seria nada mais nada menos que Rick Rubin. Rubin, esse que nesses mesmos anos viria a fundar a Def Jam Records pela qual os BB lançariam o seu primeiro álbum: License to Ill.

License to Ill chega-nos em 1986 e do nada torna-se o albúm de hip hop mais vendido da década de 80 e atinge o 1º lugar de vendas da Billboard (primeiro albúm do género a consegui-lo). Entretanto os BB já haviam feito tours com Maddona e Run DMC.

MCA, Mike D e AdRock viviam um verdadeiro conto de fadas aos 20 anos de idade e apesar dos elogios e sucesso que lhe trouxe o seu primeiro álbum e os singles “Fight for your right to party” e “No Sleep Till Broklynn”, poucos acreditavam que fosse algo sustentável e duradouro. Este cenário de one hit wonder torna-se ainda mais provável quando os BB decidem por fim à sua ligação com a Dej Jam Records e Rick Rubin.

Mas o que teriam estes três miúdos “parvos” mais para oferecer ao mundo da música? Bem… tinham Paul’s Botique, lançado em 1989 pela Capitol Records. O 2.º álbum dos BB surge após um período de descanso e de reflexão dos 3 membros. Em 88 entram em estúdio acompanhados dos Dust Brothers para produzir um dos seus trabalhos mais elogiados pela crítica de sempre. Para muitos, este álbum não era só um marco na carreira da banda, mas também, no mundo do Hip Hop. Paul’s Boutique era um álbum mais maduro que o anterior e repleto de “samples” (porção retirada de uma música que é aplicada na construção de uma outra) – 105 músicas foram “sampladas” e usadas em múltiplas camadas ao longo do disco.

Beastie Boys
Beastie Boys

Adam e Michael já tinham mostrado ao mundo que eram artistas e, como tal, voltam a alterar a sua estética musical, a sua face para o seu 3.º álbum e, em 1992, foram buscar os instrumentos ao sótão e “tiram-lhes o pó”. MCA no baixo, Mike D na bateria e AdRock na guitarra gravam um albúm que nos traz desde músicas punk a instrumentais “jazzy”. Check Your Head foi lançado pela sua própria label, a Grand Royal record label.

Se Check Your Head tinha sido um sucesso, então Ill Comunication era a cereja no topo de bolo. Em 1994, o trio estava de volta ao top da Billboard com um álbum não muito diferente do anterior. No meio de músicas como “Sure Shot”, “Root Down” e “Sabotage” surgem novamente instrumentais “jazzy/funky” e, ao mesmo tempo, hipnotizantes como “Sabrosa” e “Ricky’s Theme”. Ill Comunication é como que um irmão mais velho do disco anterior, mais polido, maduro e com mais sucesso.

A banda que tinha passado de lutar pelo direito de festejar para lutar pelos direitos humanos dos tibetanos com os concertos “Tibetan Freedom Concert” organizados por Adam Yach volta à carga em 1997. Sai para as lojas “Hello Nasty”. Com a adição do DJ Mix Master Mike o som volta a mudar e tem como cartão-de-visita a estranha e viciante “Intergalatic”. O álbum atinge o top em tabelas de vários países e vale à banda dois Grammys. Os BB saem daquela que parecia ser a sua zona de conforto com este seu 5.º albúm.

Do forno musical dos BB saem mais três albúns, “To the 5 Boroughs”, ”The Mix-Up” e “Hot Sauce Committee” em 2004, 2007 e 2011 respetivamente. Segue-se a trágica morte de Adam “MCA” Yauch em 2012 após uma luta perdida contra o cancro. AdRock e Mike D decidem em 2014 que não voltarão a fazer música em nome dos BB.

Os Beastie Boys, ao contrário do que muita gente pensa, foram mais que 3 miúdos “palermas” que se juntaram para se divertir enquanto faziam música. São verdadeiros artistas e músicos tal como a sua evolução albúm após albúm demonstra. A banda saiu da asa do aclamado produtor Rick Rubin e criou o seu próprio som voltando a recriá-lo consecutivamente. Esta capacidade e vontade de alargar os seus horizontes e experimentar novos caminhos do trio nova-iorquino é o que faz deles uma das melhores bandas de todos os tempos.

Se os BB aparecessem hoje seriam novamente uma lufada de ar fresco no mundo da música.

Foto: pesquisa Google

01nov17

 

 

 

 

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