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OVAR INVESTE EM ECOPISTAS MAS JOVENS ALUNOS PEDALAM CADA VEZ MENOS

Contrastando com os investimentos que há vários anos vêm sendo feitos por diferentes executivos do Município de Ovar, em várias tipologias de ciclovias e na emblemática EcoPista do Atlântico que une a Praia do Furadouro ao Parque do Buçaquinho em Cortegaça, paralela à Estrada da Floresta e com ligação ao norte e sul do concelho, no âmbito do designado projeto da Rede de Mobilidade Ciclável e Pedonal do Concelho de Ovar.

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A verdade é que os jovens alunos da zona escolar de Ovar estão a pedalar cada vez menos e a serem pedagogicamente pouco sensibilizados e estimulados para o uso da bicicleta, como meio de transporte cada vez mais raro a circular nos abandonados corredores “vermelhos”, ciclovias que fazem a ligação à Zona Escolar e Piscinas Municipais de Ovar, agora ao abandono e sem qualquer tipo de manutenção.

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José Lopes

(texto e fotos)

Entre as apostas deste Município ribeirinho, a exemplo de vários outros ligados pela Ria de Aveiro, que se interligam por uma Rede de Mobilidade Ciclável, a norte, com Espinho e Vila Nova de Gaia, e a sul, com Estarreja e Murtosa, faltando ainda uma ligação entre Ovar/Carregal e a Ponte da Varela ao longo do Canal da Ria. Constam a própria disponibilidade de bicicletas, que em Ovar têm o nome de BIA, localizadas estrategicamente em vários Parques, que permitem, incluindo aos turistas se fazerem transportar de forma ecológica e saudável na pesquisa de roteiros culturais, ambientais e gastronómicos, que podem encontrar ao longo de várias dezenas de quilómetros de pistas cicláveis ou mistas, com acessos ao longo do Litoral, ao mar, à ria, Barrinha e à floresta. Apostas que deram ao concelho de Ovar com cerca de 60 quilómetros de ciclovias, o Prémio Nacional da Mobilidade em Bicicleta (2014), pela Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta.

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Mas ao contrário das reconhecidas dinâmicas de sucesso no fomento e promoção do uso da bicicleta, fundamentalmente junto dos munícipes locais e visitantes, a mesma mensagem não está a passar relativamente aos jovens alunos, nomeadamente aos que frequentam as escolas básica e secundária na Zona Escolar de Ovar (exemplo em que este trabalho se baseia).

Nestas comunidades escolares, em que o uso da bicicleta como meio de transporte era bastante significativo, tendo chegado haver mesmo necessidade no caso da Escola EB António Dias Simões, de aumentar no dobro a oferta de equipamentos para guardar tais veículos. Ao mesmo tempo que se realizavam ações de sensibilização para a segurança, através de iniciativas de prevenção rodoviária.

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A intensa circulação de bicicletas por parte dos alunos em zonas como esta em referência, e a necessidade de na via pública, ordenar de certa forma o uso mais adequado deste meio de transporte, com que alguns jovens chegavam a percorrer mais de cinco quilómetro, como os que se faziam deslocar do Furadouro ou do lado nascente da via-férrea.

Acabou também por despertar nos autarcas por volta de 2002, alguma sensibilidade para tal realidade, ainda que, com recursos a meros corredores implantados em cada um dos sentidos das estradas, pintados de vermelho, e “separadores” luminosos colados no pavimento, com respetiva sinalética para ciclistas e automobilistas, como primeiros projetos de ciclovias. Equipamentos que, não sendo garante de absoluta segurança, permitiam um melhor ordenamento da circulação dos alunos entre vários pontos da área da rede escolar, que desembocavam na Zona Escolar, devidamente identificados e regularmente reavivados tais corredores pintados a vermelho.

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Longe, bem longe do movimento saudável em que os jovens alunos muito pedalavam para a Escola, e aí proporcionavam um cenário de grande concentração de bicicletas, que nos últimos anos desapareceram de vista e tornaram-se mesmo insignificantes o número de alunos utilizadores deste meio de transporte. O cenário é verdadeiramente desolador mesmo com bom tempo para pedalar e estranhamente, é o oposto da “moda” em que Ovar se tornou relativamente às condições para o uso da bicicleta.

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No caso das ciclovias que fazem a ligação à Zona Escolar de Ovar, estes corredores estreitos pintados a vermelho ao longo das estradas e arruamentos, vêm-se constatando há vários anos o seu estado de abandono, refletindo pouca atenção dos autarcas a tais percursos cicláveis, criados exatamente para sensibilizar e fomentar a utilização da bicicleta por parte dos alunos. Um desleixo nada compreensível e pouco pedagógico junto de uma população juvenil estudantil, para quem, esta falta de investimento na melhoria destas ciclovias, em nada estimulam ou incentivam o uso da bicicleta.

Uma incompreensível diferença de atenção dada pelo Município a tais comunidades de alunos, comparativamente com outros investimentos na promoção de novos equipamentos, como a bem sucedida “EcoPista do Atlântico”.

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