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41.º FITEI “EMPODERA-SE” E CRIA FRENTE ATLÂNTICA À ESPERA DE APLAUSOS CONVINCENTES!

A 41.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) está aí, que é como quem diz de 12 a 22 de junho, em palcos do Porto, Gaia, Matosinhos e também (novidade!) de Felgueiras e Viana do Castelo. Os “empoderamentos” foram escolhidos como tema da iniciativa que terá como que um desdobramento (motivado por questões financeiras) nos próximos meses de setembro e de outubro.

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Com a presença do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, ladeado pelos vereadores da Cultura das câmaras municipais de Gaia e Matosinhos (Paula Carvalheira e Fernando Rocha, respetivamente), e ainda pelos diretores artísticos de Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes; do Teatro Nacional São João, Nuno Carinhas, e do FITEI, Gonçalo Amorim, o festival foi, oficialmente, apresentado no passado dia 24 de maio, no café Rivoli do Teatro Municipal do Porto.

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“Este é um festival que tem um importante historial e que se encontra em renovação estrutural e artística, assumindo uma importante projeção para a cidade e para o País”, começou por referir Rui Moreira que salientou um reforço de investimento da Câmara Municipal do Porto no FITEI, o qual será de 110 mil euros, como apoio direto a coproduções, acrescidos, mas à parte desta edição, de “10 mil euros para o livro que será lançado no dia de abertura do Festival”, e que relevará revelando “os 40 anos de história do FITEI”.

Fazendo parte da “Frente Atlântica” que apoia o FITEI 2018, Paula Carvalheira, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, realçou “a importância deste projeto, pelo que Gaia se junta para com ele colaborar, tal como aconteceu com os Dias da Dança”. Por sua vez, Fernando Rocha, responsável pela Cultura no município de Matosinhos, salientou a “qualidade do FITEI verificada nos últimos anos, depois de já termos visto, há tempos, este Festival ferido de morte”.

“A Câmara Municipal de Matosinhos”, continuou, “tem um papel muito pequeno nesta organização, mas está pronta para lhe dar a devida relevância, juntamente com Porto e Vila Nova de Gaia. Penso que o FITEI terá sucesso, contribuindo para a dinâmica da Grande Cidade, ultrapassando as pontes e a circunvalação”, concluiu Fernando Rocha.

“Empoderamentos”

Gonçalo Amorim
Gonçalo Amorim

Além de companhias de teatro de Portugal, participarão na edição deste ano do FITEI, trupes oriundas do México, Brasil, Argentina e Chile, isto num festival de “empoderamentos”, tema que “guiará as atividades paralelas e para munir o festival de uma linguagem comum, a qual permita um diálogo mais horizontal com os artistas e com o público. Este tema não pretende condicionar os artistas, mas ajudar a fixar o discurso sobre as suas obras, com a abertura que elas necessitam para serem percecionadas”, disse, explicando, Gonçalo Amorim, diretor artístico do FITEI.

Destaques

Caranguejo Overdrive
Caranguejo Overdrive

“Caranguejo Overdrive, de “Aquela Companhia” (Brasil), “Na House”, do “Agrupación Señor Serrano (Catalunha/Espanha), “Mendonza, de Los Colochos (México) e “Correo” de Paula Arcos Gho (Chile), são alguns dos destaques do FITEI 2018 que focará temas tão pertinentes quão atuais como a mulher, o pobre, as minorias étnicas, os habitantes do sul da Europa e do sul do mundo e o indígena.

No que à produção nacional diz respeito, os holofotes centram-se na obra de Victor Hugo Pontes, “Margem”, que nasce a partir dos “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, assim como de histórias recolhidas a partir de adolescentes institucionalizados na Casa Pia de Lisboa e no Instituto do Terço do Porto.

"Margem"
“Margem”

De acordo com Gonçalo Amorim, ainda poderemos ver no Porto “duas companhias de descentralização, como o Teatro Didascália e o Teatro do Noroeste, além das mais recentes e muito esperadas obras de Paulo Ribeiro e Tonán Quito”. O Festival tem também “várias atividades paralelas e uma secção formativa, intitulada Isto Não É Uma Escola FITEI”-.

Segundo o diretor artístico do FITEI, “ainda falta fazer muito, mas este parece-nos o caminho certo”, isto depois de o Festival “começar a vida aos 40”, assumindo-se como “um espaço de resistência, de apoio da diversidade, da transgeracionalidade”, ou seja, “um espaço de empoderamento do próprio tecido artístico português e ibero-americano”. Espaço com novos espaços como é o caso do Mira (na portuense freguesia de Campanhã) e do CAEC Cultural.

“Finanças”

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E eis, então, a 41.ª edição do FITEI que se prolongará por setembro e outubro – isto além dos dez dias de festa do teatro a começar já no dia 12 de junho. E prolongar-se-à por esses dois meses, pois, e de acordo com Gonçali Amorim, “foi a forma que encontramos para manter a programação sem colocar o Festival numa situação ainda mais difícil. No entanto, tentamos fazê-lo mantendo uma lógica formativa e de desenvolvimento de públicos, direcionando, para esse período, atividades que tivessem estas características”.

Problemas financeiras, e crise no Teatro, com destaque para algumas companhias do Porto (Teatro Experimental do Porto; Festival Internacional de Marionetas do Porto – estas últimas com garantia de apoio da autarquia – e Seiva Trupe), que damos conta em trabalho que se publica na secção “Geral” deste jornal.

E, pronto, fica a par de toda a programação: www.fitei.com

Texto: José Gonçalves

Fotos: FITEI press

01jun18

 

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