Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“Falámos aqui (…) da antiga Quinta da Prelada. E com razão dizemos antiga, porque na verdade o é. Afirmam as inquirições de D. Afonso III, de 1258, que no lugar chamado Pedra Lada, na paróquia de Ramalde, havia quatro casas desde o tempo da rainha D. Mafalda, filha de D. Sancho I.
Portanto, a etimologia do topónimo nada tem que ver, como parecia, com qualquer prelado; significa simplesmente pedra larga – ou, talvez, um pouco mais forçadamente, pedra á beira da estrada a que davam na baixa latinidade o nome de lada. Por ali corria, efectivamente, a velha estrada romana para Barcelos e para a Galiza.
Nos princípios do século XVI, e pelo menos desde meados do anterior, existiam nos limites de Ramalde e Cedofeita, a Quinta da Prelada, e um Casal da Venda que certo documento de 1519 situa junto da estrada que vai do Porto para Vila do Conde.
Pertenciam ao nobre cidadão do Porto, Gonçalo Vez Pessoa, casado com catarina de Couros, e em seus descendentes continuou, quase até aos nossos dias, quando o último senhor dela, D. Francisco de Noronha e Meneses de Melo Portugal legou à Santa Casa da Misericórdia a quinta e seu belo palácio nasoniano – uma das mais notáveis obras do gigante arquitecto italiano. Hoje é parque de campismo. Sic transit gloria mundi…”.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 20-08-1971.
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “RUA DO PROF. VICENTE JOSÉ DE CARVALHO”
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