Maximina Girão Ribeiro
Ao iniciarmos um novo ano temos sempre a tentação de saber quais as efemérides que se irão comemorar nesse mesmo ano, neste caso, em 2019.
Começando por Portugal, este será o ano em que se iniciarão as comemorações do V Centenário da Viagem de Circum-Navegação, expedição comandada pelo navegador português, Fernão Magalhães (1480-1521), realizada entre 1519 a 1522. Embora tivesse sido realizada ao serviço do rei de Espanha, Carlos V, depois da recusa de Portugal aceitar este projecto, a mesma representa um feito de grande alcance a nível mundial e é, também, um acontecimento muito “nosso”, muito português, pois Fernão de Magalhães idealizou, concebeu, preparou e comandou essa primeira viagem à volta da Terra, tomando como base, não só todos os ensinamentos colhidos em Portugal, como os cálculos efectuados pelo cartógrafo português Rui Faleiro.
A importância desta expedição que revolucionou a navegação mundial, fez com que, recentemente, surgisse uma candidatura da Rota de Magalhães a Património Cultural da Humanidade, da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), pretendendo que seja “reconhecido o papel, passado e presente, de Portugal e dos portugueses para a promoção do conhecimento, do diálogo intercultural e da sustentabilidade do planeta, contribuindo para uma sociedade mais justa, inclusiva e com maior bem-estar.”
O ano de 2019 terá outras comemorações a nível nacional e internacional, no entanto, destacamos que 2019 será Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos, no sentido de reconhecer a importância dos benefícios produzidos pela química, em relação ao desenvolvimento sustentável e como uma ciência geradora de energia, educação, agricultura e saúde. A celebração desta data, em 2019, coincidirá com o aniversário dos 100 anos da IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada). Esta dupla celebração será importante para aumentar o entendimento e o reconhecimento da importância da química para o desenvolvimento da sociedade.
Igualmente, o ano de 2019 será o Ano Internacional das Línguas Indígenas, criado com a finalidade de preservar, revitalizar e promover as línguas indígenas existentes no mundo, dado que, a maior parte dessas línguas faladas por povos indígenas, estão a desaparecer a um ritmo alarmante. Portanto, terão de existir medidas apropriadas para que não se perca a diversidade linguística e as histórias, tradições e memórias dessas comunidades, dado que o desaparecimento das línguas indígenas coloca em risco as culturas e os sistemas de conhecimento desses povos.
O ano de 2019 é, ainda, o Ano Internacional da Moderação, num esforço para amplificar as vozes da moderação, através da promoção do diálogo, da tolerância, da compreensão e da cooperação, a fim de combater o extremismo em todos os seus aspectos e permitindo que as vozes da moderação soem mais alto e se unam para construir um mundo mais seguro, inclusivo e pacífico. Combater o extremismo e o terrorismo, que são das mais sérias ameaças à paz e à segurança internacionais, será uma oportunidade para que se coloquem em prática os valores, as atitudes e as formas de conduta que inspirem uma Cultura de Paz, dentro da família, no bairro de cada um, na cidade, na região, ou em cada país, ao promover a não-violência, a tolerância, o diálogo, a reconciliação, a moderação, a justiça e a solidariedade, em atitudes do quotidiano.
Olhar a História é, também, olhar aquilo que se faz ou se fará, em nosso redor. Não é só um olhar voltado para o passado mas, poderá ser, um olhar enunciador do que será o futuro.
Fotos: pesquisa Google
Obs: Por vontade da autora e, de acordo com o ponto 5 do Estatuto Editorial do “Etc eTal jornal”, o texto inserto nesta rubrica foi escrito de acordo com a antiga ortografia portuguesa.
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