Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“O Carregal abrangia, como já tivemos ocasião de dizer, uma vasta área extramuros, que tomou diferentes designações, uma das quais não sabemos bem explicar: o Burgo do Carregal, mencionado num registo da freguesia de Cedofeita, em 1658.
Mas deixemos esses pormenores, para referir que, construindo-se, nas últimas décadas do século XVIII, o Hospital de Santo António, no chamado Casal do Robalo (já tinha este nome em 1549), nasceu naturalmente uma rua que lhe passava à porta principal.
Uma planta desenhada por D. José Champalimaud de Nussane, e datada de 1788, mostra o projeto de urbanização «das belas ruas que vão do Carmo para o Carregal de esta para os Quartéis».
Na planta redonda de Balck (1813) vê-se já, em seguimento do Largo e da Rua do Carmo, a Rua do Carregal, ligando à viela, agora Travessa do Carregal, pois não existia ainda o jardim.
Na planta de Costa Lima (1839) denomina-se Rua do Paço (parece-nos que erradamente, porque esta era a actual Rua de Clemente Menéres).
O Dr. Vicente José de Carvalho, cirurgião e lente da Escola Médico-Cirúrgica do Porto, de que foi depois seu director, cavaleiro da Torre Espada, da Academia de Ciências Médicas de Lisboa e de várias outras corporações científicas e literárias, nasceu em Setúbal, em 1792, e morreu no Porto, em 1851. Exerceu aqui o magistério desde 1825, «comcréditos de um dos mais distintos professores da Faculdade», e colaborou em diversas revistas da sua especialidade”.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 22-12-1973.
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “RUA DA REBOLEIRA”
01jan19