Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“Por iniciativa da Misericórdia do Porto, principiou em 1816, segundo projecto aprovado pela Junta das Obras Públicas em 13 de Outubro de 1815, a abertura pelo meio do Campo da Agra, pertença do Casal do Robalo (onde se edificou o Hospital de Santo António), de uma nova rua que, cortando a Quinta da Bandeirinha, iria ligar a Alameda de Massarelos com a Rua do Rosário.
Levou a rua largos anos a abrir. Em 1825, ainda não tinha nome, e a Misericórdia subemprazava chãos para construir. Chamou-se depois de D. Miguel I, até 1832, por fim e até hoje, Rua da Restauração.
Em 1839, conforme se vê da Planta de Costa Lima, ainda não rompera a grande pedreira da Torre da Marca, quer dizer do Palácio de Cristal, em direcção ao rio, mas, cinco anos depois, em 1844, uma outra planta da cidade, levantada por Perry Vidal, já a mostra terminada em toda a sua extensão e ligada ao Passeio de Massarelos.
Cremos que esta «Restauração» se refere ao restabelecimento do Governo Constitucional, e não à data da Independência, em 1640.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 01-02-1971.
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “RUA DO VISCONDE DE BÓBEDA”
Foto: Arquivo EeTj
01mar19