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Casa da Junta de São João mostra “Exposição Coletiva de Pintura” do espólio do Museu de Ovar

Uma das vertentes da atividade do Museu de Ovar tem sido, também dar a conhecer o seu vasto espólio de arte fora de portas. A mais recente mostra que ainda pode ser visitada durante este mês de junho, na Casa da Junta de São João (Edifício Polo de Capacitação e Inovação Social), reúne numa exposição de pintura, alguns nomes das artes plásticas com trabalhos entre os anos 40 e 60, que desta forma são dados a conhecer ou mesmo a revisitar obras de artistas como: Jorge Barradas; Domingos Rebelo; José Basalisa; Jaime Murteira; M Fernanda Amado; Paulo Gama; José Mendonça e M. Emília Barbosa Viana.

A Exposição Coletiva de Pintura (Museu de Ovar) organizada pela União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira, inaugurada no dia 25 de abril, insere-se no âmbito da parceria entre esta autarquia e o Museu de Ovar, com vista a tornar mais acessível e com maior proximidade tais mostras de arte às populações da mega freguesia.

Nesta exposição é possível admirar obras de Jorge Barradas, que nasceu em Lisboa, em 1894 e destacou-se na pintura, cerâmica, ilustração, desenho e caricaturista, vindo a falecer em 1971. Um dos Mestres representado no Museu de Ovar nas suas diferentes áreas artísticas. Uma carreira multifacetada entretanto, a partir de meados da década de 1940, dedicou-se durante duas décadas à cerâmica e azulejo, deixando obra pública de azulejaria também em Ovar. Entre as várias obras que integram o espólio do Museu de Ovar desde a sua fundação, é possível ver na referida mostra em São João, os quadros com os títulos, “Capricho” e “Paisagem”.

Um outro mestre da pintura e da cerâmica que esta instituição de Ovar tem o privilégio de preservar algumas das suas obras que fazem parte desta coletiva de pintura, é José Basalisa, que desde muito novo esteve filiado aos diversos movimentos culturais do fim do século XIX, como o romantismo, naturalismo, positivismo, simbolismo e socialismo. A viver em Carnaxide (Lisboa), assistia às aulas noturnas da Sociedade Nacional de Belas-Artes, tendo os melhores professores da época, como José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro ou José Veloso Salgado. Depois de trabalhar com vários artistas e em oficinas de pintores da época, José Basalisa, para além da pintura, criou o seu próprio atelier para pintar azulejaria que depois era enviada para as fábricas para ser cozida. Algumas das suas obras de azulejaria povoam Sintra desde 1910, como “As Três Graças” na Quinta da Regaleira. Deste artista pode-se ver na coletiva as pinturas, “Regresso da pesca” ou “Auto-Retrato”.

Domingos Rebelo é outros dos nomes de grandes metres da pintura que ali podem ser contemplados alguns exemplares da sua obra. Como o seu “Auto-Retrato” ou “Natureza morta”. Nascido a 3 de dezembro de 1891 em Ponta Delgada e falecido em 1975, Domingos Rebelo, frequentou em Paris a Académie Julien, e o curso livre da Académie de la Grande Chaumière, onde contatou com mestres como Léon Bonnat. Conviveu ainda com grandes nomes da pintura portuguesa que iam passando por Paris, como Amadeu de Sousa Cardoso, Santa Rita Pintor, Emmerico Nunes, Dórdio Gomes, Eduardo Viana, Manuel Bentes e Pedro Cruz. Segundo investigações sobre a sua carreira de pintor, foi nesse meio artístico, onde se fazia sentir a originalidade dos modernistas Paul Cézanne, Henri Matisse e Amedeo Modigliani, que Domingos Rebelo aperfeiçoou a sua formação técnica e ganhou conceção a sua visão do mundo que demonstrou na obra que deixou, e que o Museu de Ovar agora partilha algumas das suas obras numa mostra de tais relíquias das artes.

Nesta Exposição Coletiva de Pintura que reúne diferentes nomes sem rigorosos critérios das correntes artísticas e das suas épocas, conta ainda obras de Paulo Gama, como “Véspera de S. Martinho”, “Na Praia” e “Arcos – Rio Este” ou o artista de Estarreja, José Mendonça, falecido em 2012, que deixou pinturas com paisagens naturais da região a exemplo da Ria, “Da Ré à proa (Ria de Aveiro)”, “Rio Antuã” e “Vela Areinho”. Destaca-se também Jaime Murteira (1910-1986), um dos últimos artistas no movimento naturalista português, cuja obra é composta principalmente por paisagens, como as que se podem ver na exposição, “Lezírias”, “O Rio” ou “Pinheiros Manços – Sintra”.

No feminino pode-se ainda admirar algumas obras da pintora, designer, aguarelista e ilustradora, Maria Emília de Barbosa Viana, nascida em Lisboa em 1912, representada nas coleções do Museu de Ovar com, “Águas Tranquilas”, “Trecho da Ria de Ovar” e “Rio Júnior”. Assim como M. Fernanda Amado, nascida em 1924, identificada como pintora de raiz clássica, mas de sentido moderno na simplificação das formas e cores. A sua obra está citada no Dicionário de Pintores e Escultores, e está representada em Museus Nacionais e Estrangeiros, tendo o Museu de Ovar também o privilégio de contar com algumas das suas obras, como “Rainúnculos”, “Varina” ou “Embarcações”, que podem ser contempladas nesta Exposição Coletiva de Pintura em São João de Ovar.

Texto e fotos: José Lopes

Pesquisa: Google

01jun19          

 

 

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