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PONTES OBRIGAM “INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL” A INTERVIR NO PORTO! TABULEIRO INFERIOR DA “LUIZ I” VAI (FINALMENTE) PARA OBRAS E A “ARRÁBIDA” JÁ ESTÁ A SER ALVO DE REPARAÇÕES…

Parece que é desta: o tabuleiro inferior da ponte Luiz I vai mesmo para obras. E a verdade é que já não era sem tempo, dado o estado de degradação em que o mesmo se encontra. Depois de tantos anos à espera… fez-se luz. E luz fez-se também, mas esta intermitente, na ponte da Arrábida, devido à queda de pedaços de argamassa…

José Gonçalves                Mariana Malheiro

(texto)                                    (fotos)

Quanto ao tabuleiro inferior da Luiz I, sabe-se que o Governo autorizou a Infraestruturas de Portugal a gastar, este ano (2019) 800 mil euros e 1,2 milhões, em 2020. A portaria, dos gabinetes dos secretários de estado do Orçamento e das Infraestruturas, publicada no “Diário da República”, “autoriza a Infraestruturas de Portugal (IP) a proceder à repartição de encargos relativos ao contrato da empreitada “Porto Luiz I sobre o Rio Douro – Reparação do tabuleiro inferior”.

A portaria esclarece que, como a empreitada “tem execução financeira plurianual, torna-se necessário a autorização dos ministros das Finanças e das Infraestruturas e da Habitação”, que foi dada a 18 de abril. A IP revelou, em fevereiro, que previa lançar no primeiro trimestre do ano o concurso para a obra no tabuleiro inferior da ponte Luiz I, um projeto que prevê a substituição integral da laje do tabuleiro, incluindo passeios.

A isto soma-se a introdução de sistema de travamento longitudinal e o reforço dos banzos superiores das vigas, diagonais e montantes por adição de chapas de aço.
Prevê-se ainda a manutenção dos aparelhos de apoio, substituição das juntas de dilatação, reparação das portas de acesso aos encontros e reabilitação dos serviços afetados.

O projeto recebeu, a 30 de janeiro, parecer favorável da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). De salientar que a ponte Luiz I está classificada como imóvel de interesse público desde 1982 e insere-se no Centro Histórico do Porto, zona classificada como Património Mundial pela UNESCO.

Na realidade, só quem não tem uma visão muito apurada é que não vê, à vista desarmada, o estado em que se encontra o referido tabuleiro, por onde passam, por dia, milhares e milhares de viaturas (ligeiras e de passageiros), assim como a atravessam um incontável número de pessoas, entre os quais – e como não podia deixar de ser – uma percentagem considerável de turistas.

Alargamento do tabuleiro

E ideias não faltam para dar uma nova vida ao tabuleiro inferior da Luiz I (o superior esta destinado à passagem do Metro e também de milhares e milhares de peões), a começar por um projeto de 2016, da Universidade do Porto, que previa o alargamento do tabuleiro inferior da Luiz I, considerando a “solução mais doce” para resolver o “problema da travessia por parte de peões e ciclistas”, posição, aliás defendida pelo então vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto, o socialista, Manuel Correia Fernandes.

Este projeto contava com as “assinaturas” dos engenheiros António Campos e Matos e José António Campos e Matos e o arquiteto Virgínio Moutinho, passando a ideia “pelo alargamento do tabuleiro inferior da ponte, através da criação de dois passadiços exteriores suspensos, um para a travessia dos peões e outro dos ciclistas.

Mas, muitas outras ideias foram surgindo nos últimos anos, sem que uma sequer fosse avante, independentemente da concordância de autarcas das cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, como por exemplo, a criação de uma nova ponte, ou até mesmo a travessia através de barcos.

O alargamento do tabuleiro, sem descaraterizar o monumento, foi, porém, e há três anos, a solução mais consensual.

Passagem de elétricos

Entretanto, e há pouco mais de um ano, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, via com bons olhos a extensão do serviço do carro elétrico do Porto para a zona ribeirinha da sua cidade, com passagem, como é óbvio, pelo tabuleiro inferior da ponte Luiz I.

Numa reunião, realizada há pouco mais de um ano, do Conselho Metropolitano do Porto, do qual é presidente, Eduardo Vítor Rodrigues afirmou que há a possibilidade de exigir à Infraestruturas de Portugal (IP) que avance com as obras no tabuleiro inferior da ponte Luiz I, “eventualmente tendo em conta as novas realidades que se estão a pôr. Gaia já teve elétrico, que circulava no tabuleiro superior daquela ponte sobre o Douro até aparecer o metro”.

Na altura, o edil gaiense não deixou de lançar algumas tiradas ao poder central – as quais, e de acordo com a posição do governo já não fazem sentido – que o facto de as obras no tabuleiro inferior da ponte Luiz I estarem “empatadas” devia-se a quem “nos departamentos centrais da cultura empecilha o país com pareceres que, às vezes, são contraditórios e muito lentos”.

Mas, se o alargamento fazia parte dos planos do autarca, a verdade é que o mesmo não consta no plano de obras para já revelado pelo governo e, em concreto, pela Infraestruturas de Portugal.

De recordar que os tabuleiros da ponte Luiz I não foram concluídos ao mesmo tempo. O superior foi inaugurado em 1886 e só dois anos mais tarde é que o mesmo aconteceu com o inferior. Quanto a este, e num passado recente, muito se falou em obras, a começar em 2012 e a última em 2015, quando foi anunciado que iam ser construídos dois passeios de dois metros “do lado de fora do tabuleiro”, excluindo-se na altura a construção de passadiços suspensos, obra que custaria ao Estado 600 mil euros, o que a Direção-Regional da Cultura do Norte não via com bons olhos.

ARRÁBIDA: SUSTO OU SÉRIO AVISO?

Foto: Pedro N. Silva (Arquivo EeTj)

A noite de 14 para 15 de maio foi de susto, com a queda na marginal do Porto, de pedaços de betão (argamassa) da estrutura da Ponte da Arrábida, facto que levou a Câmara Municipal do Porto a cortar, de imediato, o trânsito no local.

Foto: Porto.
Foto: Miguel Nogueira (Porto.)
Foto: Miguel Nogueira (Porto.)

Obras no ” lado de Gaia”

Luís Navarro

(fotorreportagem)

Mesmo com a garantia, por parte da Infraestruturas de PortugaL (IP), que a estrutura da travessia não oferece problemas, desde a passada segunda-feira (27mai19), que a Ponte da Arrábida retomou os trabalhos de recuperação do betão, o que aconteceu no dia do acidente, mas agora com particular incidência no lado de Vila Nova de Gaia, como provam as imagens do nosso repórter Luís Navarro, ainda que, como as intervenções sejam efetuadas durante a noite, algumas pessoas, entretanto, contactadas pelo “Etc e Tal”, tenham dito desconhecer qualquer tipo de trabalho em desenvolvimento.

Seja como for, a intervenção (pelos vistos), é mesmo necessária…

Esta intervenção poderá terminar dentro de dias, mas até lá, a via da direita na ponte – sentido Porto-Gaia – fica cortada entre as 22 e as seis horas. A partir do dia 17 de junho, a IP vai tratar de recobrir as armaduras durante duas semanas.

O susto levou a cautelas de emergência, sem que algum acidente se tenha verificado com a queda dos pedaços de argamassa, se bem que se temesse o pior, pelo que foram algumas as vozes que se levantaram a questionar sobre qual o estado em que se encontra a Ponte da Arrábida.

A Câmara do Porto revelou, entretanto, em comunicado, que a ponte, construída em 1963, e da qual é proprietário o estado, “tem sido alvo de “frequente manutenção por parte do Estado, que é sua proprietária”, acrescentando que “eventos de desprendimento de argamassa acontecem, por vezes, neste tipo de estrutura devido a fenómenos variados, como alterações de temperatura”.

01jun19

 

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