Repórter X
(texto e fotos)
Chegou-nos, recentemente, ao conhecimento, e isto por intermédio de alguns leitores, que, na estação Carolina Michaëlis do Metro do Porto, é elevado o número de assaltos que lá são cometidos, principalmente “junto ao elevador e mesmo no seu interior”.
Utilizada – por certo, na maioria -, por estudantes e professores, devido à proximidade com o estabelecimento de ensino que dá nome à estação, são precisamente os alunos que se queixam de uma “estranha” vaga de assaltos nos últimos tempos, surpreendendo-se por “nada ter sido divulgado pela comunicação social, nem pela Polícia de Segurança Pública”, como nos referiu um jovem leitor através de mensagem por telemóvel.
Bem!
A Polícia de Segurança Pública divulgou (com o devido destque na comunicação social), ainda que no ano passado (2018), em comunicado, a “detenção ocorrida no dia 01 de abril, junto à referida estação, de jovens de 16 e 18 anos de idade, estudantes, e residentes no Porto.
Lê-se:
“Polícias afetos ao Programa Integrado de Policiamento de Proximidade da 1.ª Divisão Policial, na sequência de informação difundida pela Central de Comunicações desta Polícia dando conta de estar a ocorrer um roubo sob a ameaça de arma de fogo, de imediato se deslocaram para a artéria indicada. No local e na sequência de diligências policiais, foram os acima identificados intercetados. Foi-lhes apreendida uma réplica de arma de fogo, assim como um telemóvel e um ipod, que os mesmos, momentos antes, haviam subtraído a três jovens estudantes, através da prática de dois assaltos”.
Muito antes, a 05 de junho de 2014, o Ministério Público no DIAP do Porto, 1.ª Secção, identificava a Estação de Metro de Carolina Michaëlis como sendo um local onde foi deduzida a acusação, a jovens com idades compreendidas entre os 17 e os 23 anos, da prática de crimes de violência após a subtração, resistência e coação e ofensas à integridade física.
Como se prova, o local tem histórico em incidentes criminais e, na sua maioria, praticados por jovens, alguns deles também estudantes.
O Repórter X foi lá várias vezes, esteve, nas vezes que foi, um bom bocado, e tentou contactar pessoas que frequentam periodicamente o local – até por obrigações profissionais – mas sem sucesso, pois não quiseram prestar declarações sobre o assunto.
Mas, se nos cais ninguém, por este repórter contactado, quis abordar o problema, já em viajem, no Metro, e levantando a questão dos assaltos (a boa voz) e isso diretamente para uma pessoa amiga que me acompanhava, houve logo dois jovens que abanaram com a cabeça como que a dizer que “sim”, e um outro chegou mesmo (ainda que timidamente) a referir que, pela Carolina Michaëlis, há muitos problemas do género e, principalmente, “nas horas de alguma confusão” – referia-se, neste caso, a carteiristas.
Pergunta-se: há vigilância permanente no local (pelo que vimos, parece que espaçada, mas há)? Se há, tem servido para alguma coisa? Há videovigilância a funcionar? Se há, que factos têm sido revelados às autoridades? Há, ou não, assaltos na estação e zona envolvente? Há, respondemos nós, ainda sem saber com que periodicidade, e em que alturas do dia, isto a ter em conta os relatos atrás reproduzidos.
Por estas e por outras, (e “outras” mais recentes) há um mal-estar entre a comunidade escolar da área, mas também entre alguns frequentadores assíduos da estação.
Ainda sobre esta estação, é também curioso um trabalho publicado no “Jornal de Notícias, de junho de… 2015, referindo que a Carolina Michaëlis foi das “paragens” de Metro (que se encontram à superfície) a que apresentava o maior número de passageiros que, de lá, utilizavam o Metro de borla.
Pronto. Isso foi em 2015, e em 2019?
Bem. Mal por mal, que todos os males sejam esses, até porque é preciso reforçar a fiscalização no interior das composições dado o número crescente de utilizadores depois do aparecimento do “Passe único”. E ao reforçar a fiscalização estarão a ajudar a diminuir o número de desempregados. Será ou não será? Penso que será, não sei!
AINDA DE “METRO”, MAS POR PEDRAS RUBRAS…
Muitos pensam que o “Repórter X” só existe para criticar negativamente seja o que for. Primeiro, nunca aqui se crítica seja o que for, critica-se o que tem de ser criticado; e, depois, nem sempre as críticas são negativas, pois aqui já se fizeram importantes elogios, a par de (naturais) alertas que têm de ser tornados públicos, porque essa é também a função do… repórter.
Então, aí vai uma nota positiva para a Metro do Porto, ou para quem faz a manutenção (Manvia), e principalmente, para as nobres gentes de Pedras Rubras (Maia) pela forma como preservam a sua… estação.
Herdando e preservando um histórico ligado ao caminho-de-ferro (Linha da Póvoa de Varzim) a estação de Pedras Rubras é, sem dúvida, funcional, bem organizada em termos de espaço para espera – embarque e desembarque -, com boa visibilidade, bons locais para estacionamento de viaturas ligeiras, bonita em termos de aspeto geral e… muito limpa.
Esta é, por certo, das mais bonitas estações do Metro do Porto, a qual não passará despercebida a quem frequenta a Linha Vermelha, até porque também os “expressos”, oriundos da, ou para, a Póvoa de Varzim, lá fazem paragem.
A estação é, como já se referiu, bonita – tem ainda um local de restauração e ainda uma cafetaria -, mas em termos de interligação, entre os passageiros do Metro que queiram ir para o aeroporto e os autocarros da STCP (linha 602) a coisa não está bem sincronizada, tendo assim, quem se desloca para apanhar o avião e vem de “Expresso”, ter de esperar pelas composições que param em todas as estações, sair em “Verdes”, e aí aguardar pelo Metro em direção ao aeroporto.
Se houvesse maior “sintonia” entre os autocarros e o Metro (estivemos, a um dia útil, quase 45 minutos à espera de uma viatura da STCP), esta estação teria todos os requisitos para ser a melhor da Linha Vermelha, em termos funcionais, porque de resto está tudo (muito) bem!
01jul19