Carla Ribeiro
Enclausurei em mim dores, que não me permiti chorar, nem lutar para derrubar essas barreiras, e sangrar essas feridas.
Cresço a cada barreira que derrubo, e que liberto desta clausura em mim mesma.
Recupero diariamente, resgato-me de mim sem medo, cresço e desabrocho para a vida, como uma flor que um dia foi apenas uma semente lançada na terra e cheia de força e sonhos, de pés descalços sente a energia da terra, da Vida, para se fortalecer.
Sou a Mulher que o meu passado castrou, e o presente abraça… E neste consciente crescer, sem medo do inconsciente adormecido, derrubo barreiras… As minhas barreiras, às quais abri as portas e retiro da clausura.
Reconheço-me de olhos fechados, voltados para o sol, libertada pelo tempo de me aceitar e enfrentar os meus fantasmas.
Olho para trás, percorro-me no passado, abro cada porta fechada, abraço-me como quem se liberta da dor, respiro-me no corpo e na alma, olho de cima, e deixo ficar apara trás esse passado que me tinha enclausurado.
Tantas vezes fui incapaz de me escutar, de distinguir uma canção que me fechava, de uma melodia que me Amava.
Permiti que tantas ervas se arrastassem em mim, ofuscando-me a luz do caminho, que me gritavam com tanta ferocidade, na esperança de eu cair.
Procurei libertar-me, como uma flor que a cada amanhecer exala do seu perfume, uma fragância de sorrisos e Amor, para uma nova aurora que a inebria.
Neguei-me a mim mesma, tantas vezes esta liberdade, sufoquei as lágrimas, não me permitindo chorar, sangrar as dores, e limpar as feridas, num lânguido de dor.
Renasci de dentro de mim, como quem limpa as ervas que ofuscam o caminho, enfrentei-me, confrontei-me, permiti-me chorar, lamber as feridas e Amar-me.
Abracei-me como quem acolhe em si um recém-nascido, de si mesmo, que limpa e serena, que Ama sem medo e abraça sem dor.
E todo o ruido que me castrava e ofuscava, todas as ervas que permiti que me toldassem o caminho, foram caindo uma a uma, como pó que se derruba, como pedras que partimos e aprendemos a amar.
Perdoei-me as dores, que não soube chorar, amei-me em cada momento, que o Amor não esteve lá, peguei-me ao colo, sempre que não o encontrei, rasguei de mim a vergonha e o nojo que não me pertenciam, chorei-me em cada lágrima contida… Amei-me como nunca alguém me tinha amado, pois só eu poderia amar-me assim…
Olho-me de olhos fechados, nesta limpidez de um mar calmo, que enfrentou e rasgou as ondas, ultrapassou a maré, e reconhece em cada linha definida as feições do passado, que agora sei Amar.
Reconheço-me na minha alma, na essência do meu ser, e permito-me agora chorar, cada dor, cada sorriso, cada sentir de Amor, sem ter medo de caminhar.
Libertei do meu corpo, numa exaltação de felicidade e Amor, cada medo, cada vergonha, cada nojo castrado, e amei-me com a mesma suavidade com que se Ama um recém-nascido, que apenas sabe ser Amado.
Reconheço hoje, que momentos houve em que deixei que realmente me amassem.
Poucos foram capazes de verdadeiramente me Amar, sem deixar cravado em mim um espinho de uma rosa, que me sangrou de dor.
Acordei os meus sonhos, concretizo os meus desejos, sem medo de cair, pois a sorrir e a Amar-me, sei que de tudo sou capaz.
Sou a Mulher perfumada como a flor, serena e segura, que renascida de si mesma, olha o ontem, o hoje e o amanhã, a sorrir e a Amar.
Digo com a certeza e a força que me corre nas veias, a mesma com que respiro a Vida, que sei realmente Amar. Pois um dia aprendi que Amar-me é o único caminho a seguir no Amor-próprio e pelo próximo.
Quebrei as amarraras, rompi as mordaças…
Amo-me…
Amo-te…
Amar-me-ei sempre…
Quebrei as amarras, para seguir o caminho a sorrir e a Amar.
Até breve com novos “sentir”, novos “amar”…
Namasté
Foto: pesquisa Google
01jul19
Se eu não te conhecesse tão bem como conheço, minha querida Carla, eu diria que tu não existes. Cada vez me surpreendes mais, com toda essa força que emanas. Tu és Amor, tu és força tu és sorriso, tu és ENORME Carla. Tu podes ser o que quiseres pois o Mundo vais sempre receber-te de braços abertos.
És um ser Humano cada vez mais maravilhoso.
Ter-te como AMIGA é um dom uma bênção, um dádiva que a vida nos concede, a quem te estima e respeita com a Verdadeira Amizade e o Amor que nos ensinas a sentir em tudo o que fazes até na Amizade.
Continua a quebrar essas tuas amarras, e deixa-me continuar a ver-te crescer
Carla não há palavras , para descrever o SER HUMANO maravilhoso que é Amiga.
Obrigado, por seres assim
Beijinhos Amiga e um enorme abraço como sempre.
“Digo com a certeza e a força que me corre nas veias, a mesma com que respiro a Vida, que sei realmente Amar. Pois um dia aprendi que Amar-me é o único caminho a seguir no Amor-próprio e pelo próximo.”, Bravo, cara autora Carla Ribeiro. Espero, que um dia, todas as mulheres saibam amar -se Assim. Talvez nesse dia, deixem de morrer. Parabéns
Excelente!!! Uma visita ao passado sem esquecer o sucesso do presente. De fato você se ama e sabe destruir barreiras de qualquer tipo. Gostei muito,, fica aqui meu aplauso????.
Se puderes lê meu poema de hoje. Beijinhos
Muito bem quebraste as amarras e andaste a ti mesma parabéns,beijinhos