Ao chegar a Amarante encontram dois belíssimos cicerones ambos nos levam ao Convento, um está cativo, continua encerrado no Convento dentro da sua igreja o milagroso S. Gonçalo.
O outro fugiu do Convento das Clarissas na época das Invasões Napoleónicas que o incendiaram e anda por todo o lado que aprecia a Doçaria Conventual.
Este Convento de Clarissas do qual ainda subsistem algumas ruínas, situava-se nas traseiras do Convento e Igreja de S. Gonçalo e que hoje é conhecido pela Casa da Cerca. Deste Convento de Clarissas fugiu o grande segredo que uma maioria de pessoas adora e deixa qualquer um de barriga cheia a chorar por mais, no entanto bastam os dedos de uma mão para os contar:
Papos de Anjo, (Barriga de Freira), Foguetes, Lérias, brisas e S. Gonçalos. As famílias de belíssimas doceiras continuam de geração em geração, a levar bem longe os doces conventuais de Amarante.
Atribuiu-se a transmissão das receitas pela última freira Clarissa a uma senhora que sempre a acompanhou até à sua morte, em 1845, D. Maria do Sacramento Oliveira.
A origem da doçaria conventual em Portugal data possivelmente do século XV. Terá sido neste período que o açúcar entrou na tradição doceira dos conventos. Tanto de freiras como de frades. Antes adoçava-se com mel.
Algumas das receitas devem ter tido origem nas famílias abastadas de onde provinham as segundas filhas que não casavam, e os segundos filhos que não herdavam fortuna, o seu destino era a vida de clausura.
Os meus preferidos e mais tradicionais são os Papos de Anjo, feitos com uma massa de ovo e açúcar que é envolta em obreia (também conhecido por papel ou folha de hóstia) e cortada num formato de um rissol, envolto em açúcar.
Grau de dificuldade fácil
Custo médio
Tempo preparação 45 minutos
Tempo cozedura Até engrossar
Número de peças 2 dúzias +/-
Ingredientes:
300g Açúcar
1,5dl Água
15 Gemas
2 Folhas de Obreia
1 Clara
Açúcar em pó
Preparação em 10 passos:
1 – Fazer uma calda com a água e o açúcar até conseguir o ponto pérola. (rápido).
2 – Bater ligeiramente as gemas.
3 – Deitar a calda nas gemas batidas e levar ao lume brando.
4 – Mexer sempre até engrossar.
5 – Cortar as folhas de obreia em quadrados (cerca de 10x10cm).
6 – Deixar arrefecer um pouco o recheio e colocar uma colher pequena no centro da obreia recortada.
7 – Bata ligeiramente a clara de ovo.
8 – Com um pincel, ou mesmo com o dedo, molhe na clara e pincele as bordas da obreia e feche para que cole.
- Fica um retângulo, por isso, se quiser recorte as extremidades para ficar com a forma de uma meia-lua.
- Coloque num prato e polvilhe com açúcar em pó.
Se quiser pode pincelar ligeiramente com a clara para colar mais açúcar na parte de fora.
Deixe secar antes de servir.
Bom Apetite!
Carmen Navarro
(texto e confeção)
01ago19