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MUSEU DE OVAR – ESCRITOR PEDRO PAIXÃO LEU TEXTOS SOLTOS E INÉDITOS

Sem tempo para apresentações do escritor convidado da noite (4 outubro), em mais uma tertúlia literária Conversas Úteis, Pedro Paixão surpreendeu os presentes numa acolhedora sala do Museu de Ovar, com a sua relação e dependência do computador portátil em que estavam escritos textos soltos e inéditos, que de imediato começou a ler, sem espaço para a habitual moderação do escritor Carlos Nunes Granja, que teve ainda a companhia de um outro escritor na sala, Pedro Guilherme-Moreira, com quem partilhou este momento também inédito no longo percurso deste evento que vem promovendo com particular naturalidade, a proximidade entre escritores e leitores com animados serões literários.

Ainda que a continuação desta iniciativa possa estar em dúvida no seu atual modelo, dadas as dificuldades de apoio entretanto surgidas, como reafirmaria o seu impulsionador e organizador Carlos Nuno Granja na sua página do fecebook, “sonhar com um final perfeito para as Conversas Úteis só poderia ser com este senhor. Foi uma sessão magnífica a que tivemos ontem no Museu de Ovar com Pedro Paixão. Aconteceu literatura. Apenas isto. Obrigado a todos os presentes, mais uma vez, deram sentido a esta existência”.

Caso esta tenha sido mesmo a última sessão destas tertúlias, a participação de Pedro Paixão não deixa de ser inesquecível, ao proporcionar aos presentes o contacto com textos inéditos, que como afirmou o escritor, “este texto nunca li a ninguém”.

Com uma leitura pausada, em que o autor relê a frase e acentua a pontuação, aqui e ali ia introduzindo diálogos sobre palavras, negando ser um texto de poesia, mas também resistindo a caraterizar o que escreve, uma vez que, diz ser “misterioso escrever” ou “escrever é algo enigmático”, porque como adiantou, “isto vem de ler muito e pensar”, depois acrescenta, “as palavras são espirituais”.

A conversa entre o escritor e vários seus leitores, como se veio a revelar nesta sessão em Ovar, por quem trazia quase a coleção completa de livros de Pedro Paixão, que tem publicados mais de duas dezenas de livros, permitiu entretanto conhecer melhor o escritor e a sua obra, cujos livros de ficção são escritos num curto espaço de tempo e negando o recurso a inspiração, admite que passa sobretudo por escrever histórias que viveu ou viu viver de amor e solidão. Partilhou aliás algumas curiosas histórias da sua vivência pessoal nos EUA, incluindo a que o identifica como fotógrafo com dois álbuns de fotografia publicados, que considera ter sido um acaso.

Nascido em Lisboa, em 1956, Pedro Paixão assume-se amante das Matemáticas, mas viria a trocar Economia por Filosofia, licenciando-se na Bélgica (1983) e mais tarde (1986) doutorou-se pela Universidade Católica de Lovaina, com uma tese versando o conceito da vida (lê-se em wikipedia).

Na literatura estreou-se com A Noiva Judia, em 1992, a que se seguiram livros como: Histórias Verdadeiras (1994), Viver Todos os Dias Cansa (1995), Muito, meu amor (1996), Nos Teus Braços Morreríamos (1998), Amor Portátil (1999), Barely Legal (com fotos – 1999), Saudades de Nova York (2000), A cidade depois (2001), 11 dias em Jerusalém (2002), O Mundo É Tudo o que Acontece (2008), A rapariga errada (2011), Espécie de amor (2014) ou Lembra-me de Mim (2017) entre outros.

Texto e fotos: José Lopes

01nov19

 

 

 

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