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Contingências…

Carla Ribeiro

(texto e fotos)

Vivemos neste momento, no Mundo, em especial na Europa uma situação difícil e para a qual devemos estar sem dúvida atentos e vigilantes

Estamos a escrever novos capítulos para a nossa História, que vamos alguns de nós poder um dia contar aos nossos netos.

Temos pela frente tempo de cumprimento de planos de contingência que decretadas pelo nosso estado nos asseguram os serviços essenciais.

Podem os guilhões ser apenas as correntes sociais que nos empurram para um abismo, agora sim a forma negativa do desenvolvimento social e humano.

Contudo, preocupa-me o aumento de casos de violência domestica não denunciados, bem como aqueles que estão nas ruas, pois as equipas de apoio param e ficam cada vez mais desprotegidos…

Inquieta-me, que voltemos a ter demasiadas Mulheres a sofrer em silêncio, pois estamos num estado de Emergência, e as nossas forças e sistemas não conseguem dar resposta a todas as situações e, serão priorizadas as mais urgentes e fatais.

Sei e tenho consciência que estamos a viver e iremos continuar a viver tempos difíceis, controversos e de muito cuidado e atenção.

Preocupam-me alguns comportamentos psicóticos, que até hoje não me tinha apercebido na sociedade/ comunidade que me rodeia, mas que sujeitos a este isolamento social, estão a demonstrar-se preocupantes.

Preocupa-me como irão conseguir sobreviver tantas famílias que já se encontravam em rotura, a terem que conviver 24 horas no mesmo espaço.

foto: contingnecias

Tantas são as famílias, completamente desestruturadas em que as pessoas já mal conhecem os seus hábitos e rotinas, que quase somente habitavam o mesmo espaço e mais nada.

Analiso e observo com mais calma os meus vizinhos, e reparo agora, numa população cada vez mais envelhecida, e tantos completamente abandonados pelas suas famílias.

Preocupa-me a alteração de comportamentos das pessoas, pois não fomos educados para estar fechados, e se lhes pedem para ficar em casa, parece inicialmente fácil, mas pensemos na quantidade de vezes que já ficamos em casa um fim-de-semana completo, porque nos apeteceu, e estarmos a fazer Teletrabalho há mais de uma semana, talvez há quase duas, pois as restrições obrigatórias são o isolamento social.

Preocupa-me se teremos capacidade médica de resposta para estas situações, ou se vamos simplesmente ignorar e deixar que não seja nada…

Assusta-me o egoísmo das pessoas, que compram tudo e, mais tudo e se esquecem que temos uma sociedade/ comunidade para alimentar.

Assola-se-me um enorme receio de tantos idosos isolados sem capacidade de se deslocarem a rua para fazerem as suas compras.

A nossa sociedade/ comunidade, nós seres humanos, não estávamos preparados para olhar apara a porta do vizinho e serrem solidários.

Deixamos de estar presencialmente nos nossos locais de trabalhos, de conviver com os colegas e mesmo que até não simpatizemos com todos até percebemos que já sentimos falta disso.

Esquecemo-nos de dar importância ao chilrear dos pássaros, já não se sentem tantas gaivotas na cidade, baixam os níveis de poluição, e sentimos o aroma das árvores os frutos e a primavera a despertar.

Que se aproveite da melhor forma esta fase.

Reparem que as nossas rotinas se alteraram, bem ou mal alteraram, reconheçamos, que algumas foram para melhor, e tenhamos a coragem de não as voltar a perder.

O Universo renasce, volta o ecossistema a ter fauna e flora, onde há anos não se via senão poluição, fruto do negócio exagerado do turismo.

Não terá sido esta a forma que o Universo teve para nos fazer acalmar e mudar de hábitos.

Não estará a Natureza a comunicar connosco, nesta batalha que estamos a travar?

Tantas poderiam ser as perguntas a fazer e tantas podem ser as conclusões a tirar.

Deixo que cada um pare e pense, que apesar de tanta dor, deste sofrimento e preocupação que nos assola o pensamento, há um lado positivo e uma lição de vida que temos para tirar.

 

Desejo a todos tudo de bom, e que consigamos ultrapassar esta fase com Amor, tranquilidade, serenidade e solidariedade e uma esperança que se renova a cada novo dia.

Que encontremos um sorriso todos os dias, para vestir com Amor.

Recordar as palavras sentidas é ter a certeza que vivemos e sentimos,
É ter a certeza que seguimos novos caminhos…

Namasté

Até breve com novos “sentir”, novos “amar”…

 

01abr20

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1 Comment

  1. João Bernardes

    Estamos no medo de ser atingido pelo vírus e há reacções primárias de autodefesa estranhas. Tenho 63 anos, prereformado da PT, com diabetes há 20 anos e reaprendi a viver com a mulher. Mas é difícil estar confinado sem ver o mar

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