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COVID-19 (CRONOLOGIA): EM ABRIL “CONFINAMENTOS MIL”… MAS, JÁ COM UMA LUZINHA AO FUNDO DO… “CORREDOR”

E para a história, tal como fizemos na edição passada, fica a cronologia da pandemia originada pelo novo coronavírus em Portugal, através da covid-19, desta feita respeitante ao passado mês de abril.

Um mês em que surgiram os primeiros sinais de moderação na propagação da pandemia, ao ponto de se falar no regresso regrado a uma normalidade que, jamais será idêntica, à vivida antes da covid-19 nos ter visitado e invadido.

Portugal foi, por diversas vezes, elogiado no estrangeiro pela forma como combateu, combate e prevê combater o novo coronavírus. Por cá, os consensos iniciais já não são tão consensuais como isso, em termos político-partidários, mesmo assim, uma maioria significativa de políticos está ao lado do trabalho que o Governo tem vindo a desenvolver, com o apoio declarado do Presidente da República.

Pelo Porto, e independentemente dos esforços da Câmara Municipal, alguns dos quais pioneiros no País quanto ao combate à propagação da covid-19, o número de infetados é dos mais altos do País, o mesmo acontecendo, de uma maneira mais geral com todo o Norte.

Estes e mais factos fizeram atualidade de um mês pleno de informação, e que terminou com uma luzinha ao fundo do… corredor, depois de tanto confinamento doméstico e… concelhio.

Vamos lá, então, aos factos…

A 01 de abril, no Palácio da Ajuda reuniu-se o Conselho de Ministros para preparar novas medidas a implementar de acordo com o prolongamento, por mais 15 dias, do Estado de Emergência, que o Presidente da República promete anunciar oficial e publicamente, dia 02 de abril, depois de seu reunir em plenário a Assembleia da República.

Neste dia, o número de óbitos causados pela Codiv-19 é de 187, enquanto o de infetados de 8 251. Há 4 957 pessoas à espera de resultados de análises, enquanto o número de recuperados continua a ser de 43 pessoas, número que é o mesmo desde meados de março. Lisboa é concelho com maior número de infetados, 546, logo seguido do Porto, 505 casos. Em Itália, o país europeu mais afetado pela pandemia, morreram só nas últimas 24 horas, 727 pessoas, mesmo assim em número inferior ao dos últimos dias. De salientar que neste país, até hoje, registaram-se 13 115 óbitos.

O dia ficou marcado também pelas condições de segurança sanitária nas prisões portuguesas, estudando o Governo as soluções para a resolução dos problemas relacionados com a questão.

Como se esperava, no dia 02 de abril, o Presidente da República viu aprovado o seu decreto para a prorrogação do Estado de Emergência Nacional por mais uma quinzena, em sede da Assembleia da República, com os votos a favor do PS, PSD, BE, CDS e PAN, contra da IL e as abstenções do PCP, PEV, Chega e deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, isto depois de o Governo já o ter aceitado, em reunião de Conselho de Ministros realizada a 01 de abril.

Marcelo Rebelo de Sousa, na sua comunicação ao País, e de forma convincente, referiu, entre outros factos apelativos, para os portugueses, e de acordo com a época pascal, “não trocarem uns anos de vida por uns dias de férias”. O primeiro-ministro, por seu turno, anunciou que os aeroportos nacionais estarão fechados ao tráfego de passageiros, com exceção de voos de repatriamento, de carga e humanitários durante o período da Páscoa, entre a meia-noite de dia 9 de abril e a meia-noite de 13 de abril. O renovado estado de emergência nacional previu ainda a proibição do ajuntamento de mais de cinco pessoas.

Durante estes cincos dias não foram possíveis deslocações para fora dos seus concelhos de residência, excetuando quem for trabalhar ou residir em concelhos de “descontinuidade territorial” como Vila Real de Santo António, Oliveira de Azeméis e Montijo. O primeiro-ministro não excluiu ainda e no caso dos trabalhadores a possibilidade de terem um documento da entidade patronal a indicar que onde estão empregadas, para quando circularem fora da área de residência.

Neste dia, e em Portugal, o total de óbitos, diretamente relacionados com a Codiv-19, subiu para 209, e o número de infetados (confirmados) para 9 034. O total de recuperados – que se manteve, dias seguidos, nos 43 – é de 68 pessoas. Neste dia é atingido o número “redondo” de um milhão de mortos no planeta.

A 03 de abril regista-se, até à data, o maior número de óbitos num espaço de 24 horas (37) o que perfaz 246 mortos. Também numa altura em que a possível libertação à condição de mais de mil presos, geral alguma polémica, saliente-se o número de infetados, a chegar quase, no seu total, aos 10 mil casos. (9 886), sendo de registar também o número em crescendo de recuperados: 68. Uma subida digna de registo, depois de vários dias nas 43 recuperações.

Segundo o semanário Expresso, na sua edição de hoje, dia 04 de abril, realce para o facto (lê-se em manchete) que há mais trabalhadores em lay-off (425) mil) que desempregados: Sinais de uma profunda crise (recessão extrema) para depois da pandemia. Neste caso a nível nacional, mas, tendo em conta outros preocupantes sinais, a nível… mundial!

É informação do dia, a possibilidade apontada pelo Governo das aulas presenciais, no Ensino Secundário, poderem começar em princípios de maio. Sinais que algo está a mudar, para melhor, no quadro pandémico nacional, ainda que a referida decisão não esteja tomada e careça ainda de avaliação por parte de epidemiologistas. Pronto a avançar, estará a telescola, em sinal aberto, e possivelmente pelo atual Canal Memória, para alunos até ao nono ano de escolaridade, depois de, devido à covid-19, as aulas terem sido suspensas.

Assiste-se, entretanto, a um reforço policial de vigilância nas estradas nacionais, como que antecipando os prometidos dias de aconselhamento, antecedendo a prevista e rigorosa intervenção de segurança no período pascal, isto de acordo com as novas regras da segunda fase do Estado de Emergência, recentemente aprovadas. Mas, as consequências da covid-19, em Portugal, como no resto do mundo, não se cingem aos dramáticos registos de doentes e infetados, mas também, e num outro plano, no de desempregados. Há, por terras lusas, 28 mil novos desempregados, de acordo comas notícias do dia. Comissão Europeia aprova subsídio de Portugal às empresas e “envia” 13 mil milhões de euros.

A semana começa (05 de abril), em Portugal, com um global de 295 óbitos; 11 278 infetados (mais 7,9 por cento que no dia anterior, mas a percentagem de crescimento abaixo da barreira dos 10 pontos percentuais); 75 recuperados; 86 370 suspeitos; e com os três concelhos com maior número de infetados a continuar a ser Lisboa (681),seguido de perto pelo Porto (660) e, mais atrás, mas com números também preocupantes, Vila Nova de Gaia (499). Na Invicta, é notícia, que a ação promovida pela Câmara Municipal de fazer testes covid-19 em lares de idosos, já chegou a 1 400 pessoas.

O Governo contrata 500 enfermeiros para fazer face à pandemia. E avião fretado, proveniente de Pequim, aterrou em Lisboa com 20 toneladas de equipamento médico. A trazia uma mensagem da China: “a epidemia vai desaparecer e a amizade durar para sempre!”. Por último, em entrevista à RTP, à noite, a ministra da Saúde, Marta Temido, referia que a “DGS teve parecer positivo para uso generalizado de máscaras”, o que veio contrariar, os constantes avisos da responsável pela DGS, quanto ao não uso desse assessório por originar uma falsa sensação de defesa.

Nos primeiros dias da Semana Santa, período no qual se intensifica a vigilância policial, o dia 06 de abril fica marcado pelo número de óbitos por covid-19, que ultrapassa as três centenas (311), mas é de crescimento mínimo. Outro dado, concretamente positivo é o número de recuperados que quase duplica (140 pessoas). O registo global de infetados é de 11 730, e suspeitos: 91 794. Relativamente ao uso de máscaras, a questão, nesta altura, continuava em discussão a nível mundial (OMS).

Neste dia, o Governo nomeou cinco secretários de Estado para coordenar emergência nas regiões. Por sua vez, o PSD e em relação à crise económica e social certa no País pós crise pandémica, propõe mais de 300 milhões de euros de apoio a famílias e empresas. O Presidente da República reuniu-se com banqueiros e referir, no final, que “eles estão mobilizados para ajudar a economia portuguesa”…

Em Inglaterra, o primeiro-ministro, Boris Johnson, que, inicialmente, “vulgarizou” a pandemia, acabou por ficar infetado com a covid-19, e deu entrada em Unidade e Cuidados Intensivos.

No dia 07, e não parando o frenesim constante de notícias sobre a pandemia, o Presidente da República reuniu-se com as principais personalidades do País, desde o presidente da Assembleia da República, passando pelo Governo, partidos com assento parlamentar e especialistas, num encontro técnico efetuado em sede do Infarmed. Marcelo Rebelo de Sousa pediu a todos os portugueses um “esforço” suplementar em abril, prevendo – com otimismo, até porque a taxa de crescimento de casos é de seis por cento, portanto aquém dos preocupantes 10 pontos percentuais – para este mês de maio, uma “luzinha ao fundo do túnel” no que concerne ao combate vitorioso sobre a Covid-19.

O PR referiu ainda que as aulas não iriam recomeçar em abril, tendo em conta a opinião dos especialistas. Entretanto, e segundo o jornal “Público” – na sua edição online – Portugal já “sequenciou mais de 100 genomas do novo coronavírus”. Soube-se, nesta data, da morte, aos 47 anos, da morte, no passado dia 06 de abril, de Catarina Sena, subdiretora-geral de Saúde.

E os totais nacionais da crise pandémica, tiveram no dia 08 de abril, um ligeiro mas importante abrandamento. Aliás, o denominado “planalto”, já para além do pico que segundo certos especialistas se terá verificado em meados de março, parece ser uma realidade.

Neste dia, os números globais relacionados com a covid-19, cifram-se em 380 óbitos; 13 141 infetados; 196 recuperados; 104 886 casos suspeitos; em internamento encontravam-se, à data, 1 211 pessoas, e em Cuidados Intensivos, 245. Os três concelhos com maior número de infetados eram: Lisboa (754 casos), Porto (730), e Vila Nova de Gaia (551). De salientar, uma vez mais, os números preocupantes que afetam o Grande Porto, os quais representam 31 por cento dos casos a nível nacional.

Neste dia, o Governo permite a abertura de mercados abertos e a venda ambulante, por forma, a ajudar, essencialmente, ao escoamento de produtos agrícolas. É ainda aprovada, no Parlamento e com os votos dos partidos de esquerda, a Libertação condicional dos Presos devido à pandemia, como era proposta da ministra da Justiça.

Rui Pinto, o célebre “pirata informático”, é um dos libertados, mas sujeito à coação de permanência na habitação, ficando, a seu pedido e com quem decidiu colaborar, a viver em instalações da Polícia Judiciária. Rui Pinto não pode aceder à Internet.

Dia 09 de abril, foi a data escolhida para o primeiro-ministro, António Costa, anunciar as medidas a tomar em relação ao ensino, depois das aulas terem sido suspensas no passado dia 16 de março. Assim, o 3.º período inicia-se, como previsto a 14 de abril, mas sem atividades letivas presenciais. A avaliação será feita pelos professores nos respetivos estabelecimentos de ensino, sem provas de aferição e sem exames do nono ano. No Ensino Básico, todo o terceiro período prossegue com ensino à distância. A emissão de conteúdos programáticos fica agendada para dia 20 de abril, na RTP Memória.

Em relação ao Ensino Secundário, António Costa considerou importante que se “retomem as aulas presenciais”, mas “hoje (09abr20) não é preciso tomar essa decisão”. O calendário de exames do 11.º e 12.º ano fica adiado para (1.ª fase) o período de 06 a 23 de julho e (2.ª fase) de 01 a 07 de setembro do corrente ano. Os exames serão presenciais e com máscara para todos os alunos e professores, permanecendo o 10.º ano em regime de ensino à distância. Estas regra são válidas tanto para o ensino público como privado.

Desta data (09abr20) e até13 de abril, foram proibidas viagens entre concelhos, menos para quem declare se encontrar em trabalho, sendo esta uma das medidas relativas ao Estado de Emergência, direcionadas para a época pascal. Foi montada uma mega operação policial (mais de 35 mil agentes) por todo o País. Mas, o dia iria acabar com a grande notícia; notícia essa esperada há já algum tempo: os ministros das Finanças europeus chegavam, finalmente, a acordo sobre um pacote, de dimensões sem precedentes, par fazer face à crise originada pela Covid-19…. 500 mil milhões de euros(!) “disponíveis imediatamente”, como frisou, na altura, o ministro francês, Bruno Le Maire. A decisão foi recebida com aplausos no Eurogrupo.

Em comunicação ao País e recetivo a perguntas dos jornalistas, o Presidente da República aproveitou a sexta-feira Santa (10abr20), para, à hora do almoço, revelar as suas posições acerca dos casos mais importantes do País, naturalmente relacionados com a pandemia Covid-19, referindo, enfatizando, que é sua intenção renovar o Estado de Emergência, até ao dia 01 de maio.

E isto num dia em que os casos de infeção em Portugal voltaram, como há algum tempo não acontecia, a disparar, neste caso mais 10 por cento. Casos confirmados de infetados: 15 472 (Norte: 8 897); mortes: 435 (Norte: 240); recuperados: 233; suspeitos: 123 564; aguardam resultado laboratorial: 4 509; em vigilância pelas autoridades: 25 914; casos internados: 1 179; casos internados na UCI: 226. Casos confirmados por concelho (top5); Lisboa (797); Porto (776); Vila Nova de Gaia (631); Gondomar (587) e Braga (521).

O dia 11 de abril – véspera de domingo de Páscoa – fica marcado pelo facto de se ter registado, em 24 horas, a menor taxa de contágio desde o início da pandemia em Portugal: 515 casos (3,3%). No global, o número de infetados é, nesta altura, de 15 987. De óbitos: 470; e de recuperados: 266. Mas, muito mais preocupantes, são os registos a nível mundial, tendo, neste dia, sido ultrapassada a fasquia um milhão de infetados com a Covid-19, a par de um total 104 923 mortes. E segundo o semanário “Expresso”, é também de um milhão, mas o número de portugueses que vai passar a quarentena, em período pascal, sem ninguém por companhia.

Ainda neste dia 11, autarcas de diversas regiões do País acusaram o Ministério da Saúde e a DGS de “lei da rolha” – como intitulou o presidente da Câmara Municipal de Espinho -, tudo por causa de ser proibida a partilha de dados epidemiológicos a nível regional. Ou seja, os autarcas exigem a derrogação da Diretiva do Ministério da Saúde que proíbe informação sobre a Covid-19…

Marta Temido, a ministra da Saúde, explicou, na habitual conferência de imprensa à hora do almoço, que a Direção-Geral de Saúde “está neste momento a trabalhar numa metodologia que permita que as suas entidades locais e regionais possam também aferir o que são os seus próprios números informativos pelos mesmos períodos de tempo”. Entretanto, o primeiro-ministro, António Costa, que se desdobra em entrevistas, em mais uma – desta feita à Lusa – referiu relevando que jamais tomará medidas de austeridade idênticas há de dez anos, com o social-democrata, Pedro Passos Coelho à frente do Governo: “esta crise é uma crise económica, global, que resulta de uma crise sanitária. Portanto, querer aplicar a mesma receita que já se demonstrou errada há dez anos seria agora duplamente errado”, disse o líder do Governo.

A rematar, algo de preocupante para as autoridades: Meia centena de pessoas foram detidas em todo o país, desde que foi prorrogado o Estado de Emergência Nacional, das quais 11 nas últimas 24 horas, por incumprimento do dever de recolhimento, informou a Polícia de Segurança Pública. Dos detidos, quatro estavam infetados.

O Dia de Páscoa (12abr20) teve esta frase como destaque na Imprensa: “quero dar um cumprimento especial a dois enfermeiros que se mantiveram junto a mim durante 48 horas, quando tudo poderia ter acontecido. Assim, agradeço à Jenny, da Nova Zelândia, e ao Luís, de Portugal, perto do Porto“. As palavras são do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, depois de ter alta hospitalar, ganha que foi a luta contra a Covid-19.

Este foi um dia atípico e mais a diferença se notou, tratando-se a Páscoa, tal como o Natal, de um dia de reunião de famílias e amigos, “eventos” tradicionais que o novo coronavírus deu cabo por completo, se bem que, e já em termos mais religiosos, e com missas virtuais, certas tradições, ainda que pontualmente modificadas, não deixaram de ser realizadas, mas com a maioria… em casa.

E outra declaração que se destacou neste dia, foi a da ministra da Saúde, Marta Temido:

O que sabemos, neste momento, é que as previsões que gostávamos de fazer relativamente ao futuro são caracterizadas por grande incerteza. É no equilíbrio entre a incerteza e a esperança que temos de nos mover. O que enfrentamos é novo e tem uma evolução ainda desconhecida. Temos de equilibrar o futuro que desejamos com a necessidade de adaptar a nossa vida ao contexto de cada momento”.

“Estamos a ultimar uma norma sobre a utilização de meios de proteção geral na vida comunitária e social, mas sabemos que essa vida social está entre parênteses, porque estamos em estado de emergência. A expetativa de retomar a normalidade vai ter sempre de ser temperada, até se descobrir a vacina, por medidas de proteção e restrição. Nada será como antes e teremos de nos saber adaptar. Tenho a certeza de que os portugueses têm a resiliência para isso”, concluiu Marta Temido.

A 13 de abril – último dia de “confinamento concelhio” – é registada a taxa mais baixa de crescimento de casos de infetados (2,1 por cento) desde que em Portugal se iniciou a pandemia, o que significa um total de 16 934 infetados confirmados. Em termos de óbitos, há um total de 535 mortos, mantendo-se o número dos últimos dias em termos de recuperados, 277. A região do Norte continua a liderar, pelo pior dos motivos, os registos da DGS, com 303 mortes em praticamente 10 mil casos (9 984) de infetados confirmados.

Enquanto, a ministra da Saúde, Marta Temido, aconselha à” utilização de máscaras em recintos fechados”, da Organização Mundial da Saúde vem a informação que a “Covid-19 e dez vezes mais mortal que a Gripe A”. A União Europeia, por seu turno, não aconselha a marcação de férias no Verão e os Estados Unidos, pela primeira vez na sua história, declaram “calamidade geral”.

A fechar o dia, sabe-se que, em Portugal, são já 126 o número de detidos por desrespeito das regras de confinamento, nesta segunda fase do Estado de Emergência, e que as fronteiras com Espanha ficarão encerradas até ao próximo dia 15 de maio.

Praticamente a meio do mês de abril, o dia 14, abre com o recomeço do ano letivo (3.º período), desta feita à distância e com outras ferramentas, e ainda com a pior das estimativas derivadas dos efeitos diretos da pandemia na economia portuguesa, e nada que Mário Centeno, ministro da respetiva pasta, não tenha, entretanto, avisado: o FMI prevê para Portugal uma recessão de oito por cento, a pior dos últimos cem anos, e desemprego nos 11,3 pontos percentuais.

António Costa reúne com economistas para, em maio, poder, e de forma faseada, a retoma da economia. O primeiro-ministro admite que o País pode sair do confinamento a ritmos diferentes, durante o mês de maio. E concluiu dizendo que a “economia só reabre em maio se as pessoas sentirem confiança para voltar à rua”.

Por último, e de acordo com a Organização Mundial da Saúde, são estes os seis critérios definidos pela OMS para o regresso possível à normalidade:

1-A transmissão está controlada;

2-Os sistemas de saúde estão munidos da capacidade para detetar, testar, isolar, tratar e rastrear todos os contactos;

3-Os riscos de surto são minimizados em contextos especiais, como unidades de saúde e lares de idosos;

4-As medidas preventivas estão em vigor nos locais de trabalho, escolas e outros onde o acesso da população é essencial;

5-Os riscos de importação do vírus podem ser geridos;

6-As comunidades estão instruídas, envolvidas e capacitadas para se ajustarem à “nova norma”.

Este dia no Norte de Portugal, e principalmente no Porto foi marcado por uma onda viva de contestações – incluindo do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, a um rodapé colocado, com a Ribeira do Porto como pano de fundo, pela TVI num dos seus noticiários, e relacionado com os elevados números de infetados e mortes nesta região do País: “ Norte de Portugal mais castigado: População menos educada; mais pobre; envelhecida e concentrada em lares”.

Esta frase e as reações à mesma levaram os responsáveis pela TVI a pedirem publicamente desculpas, as quais, entre outros meios, foram reveladas na abertura do principal jornal da estação… o das oito.  Essas desculpas foram ridicularizadas nas redes sociais pelos nortenhos…

E, precisamente a meio do mês, a 15 de abril, eis os números do dia em relação à propagação da Covid-19 no nosso país: regista-se um total de 599 óbitos; 18 091 casos confirmados de infetados; 383 recuperados; 150 804 casos suspeitos; 1200 internados e 208 pessoas em Cuidados Intensivos. O concelho do país com mais casos é o do Porto (980), seguido de Lisboa (962), Vila Nova de Gaia (923) e, um mais distante, Matosinhos (798).

Marcelo Rebelo de Sousa, depois de reunido com o primeiro-ministro, António Costa, e dirigentes dos partidos com assento parlamentar, além de outras altas figuras do Estado, de modo a preparar aquele que será certo “Estado de Emergência” por mais 15 dias (até 01 de maio de 2020), afirmou, no final do encontro, que “se abril correr como esperamos, em maio os portugueses vão começar a habituar-se à ideia de um vírus que foi vencido, e saber conviver socialmente com ele”. Admitindo a reabertura gradual da economia, o Governo não excluiu a possibilidade de recorrer a sistema de vigilância eletrónica para controlar a circulação de infetados, hipótese, entretanto, vivamente contestada por vários setores da sociedade.

Este dia ficou também marcado pela demissão da direção do “Diário de Notícias”, chefiada pelos jornalistas Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho, por motivos relacionados com a posição da administração (Global Média Group) que, por causa da crise da covid-19 pela administração que a crise da covid-19 “vai levar o grupo GMG a medidas em que a redação do DN está entre as mais atingidas”.

Enquanto isso, no mundo, e quando os EUA decidiram retirar apoio financeiro à Organização Mundial da Saúde, o secretário-geral da ONU, António Guterres refere que “este não é o momento para reduzir financiamento da OMS”. Em termos desportivos e por causa da pandemia, a Volta à França em bicicleta foi adiada para finais de agosto, cumprindo, contudo, o itinerário já agendado.

A 16 de abril, o dia iniciou-se com a notícia da morte do escritor chileno, Luis Sepúlveda, aos 70 anos, vítima do novo coronavírus, e que participou na última edição das “Correntes de Escrita”, na Póvoa de Varzim, onde se começou a sentir mal, sendo depois diagnosticado a infeção pela covid-19.

Este dia foi marcado, contudo, pela renovação, por mais uma quinzena (até hoje data, da presente edição), do Estado de Emergência. Decreto do Presidente da República, aceite pelo Governo, assim como pela Assembleia da República, que aprovou o decreto com os votos a favor do PS, PSD, BE, CDS e PAN, a abstenção do PEV e Chega e os votos contra do PCP, IL, e da deputada não inscrita (Joacine Katar Moreira)

Com uma “luzinha ao fundo do túnel”, mas sempre dentro de certos condicionalismos, a respeitar em abril, e depois em maio e a partir daí sine die.  A DGS informou, durante as habituais conferências de imprensa à hora do almoço, que o cordão sanitário a Ovar seria levantado nos próximos dias, e que o número de recuperados da doença covd-19, são já cerca de meio milhar de pessoas, isto num dia em que se registaram mais 30 mortes (629 no total) e o número de infetados é de 18 841.

Entretanto, fi que a saber que desde o passado dia 03 de abril até às 17 horas deste dia, foram detidas 167 pessoas por desobediência ao estado de Emergência.

O dia 17 de abril ficou marcado pela homenagem da PSP e dos Bombeiros ao Pessoal de Saúde dos hospitais portugueses e que têm estado na linha da frente do combate à covid-19. Isto, num dia em que o governo autorizou as comemorações do Dia do Trabalhador nas ruas, mas respeitando a distância social, e que abriu as portas à reabertura de portas ao Ensino Superior para aulas presenciais, no mês de maio.

Sabe-se que 32 mil pessoas pediram subsídio de desemprego à Segurança Social desde que foi decretado o Estado de Emergência e que a 02 de maio poderão reabrir os cabeleireiros e barbeiros para satisfação higiénica de milhões de portugueses, ainda que essa reabertura se faça cumprindo as normas de marcação e limite de clientes.

Neste dia, registou-se a mais baixa percentagem de novos casos do surto, o número de óbitos desce (ainda que pouco), há redução de internamentos e cuidados intensivos. Os dados desta sexta-feira mostram as curvas portuguesas a descer. Será a saída do planalto? A pergunta ficava no ar.

O fim-de-semana de 18 e 19 de abril, que começou com Ovar aberta à circulação geral – retirado que foi o cordão, cerco ou cerca sanitária(o) – foi de boas notícias, se tivermos em conta o facto de que já houve, até sábado (18abr), 610 pessoas a recuperar da covid-19, o número de mortos, ainda que de 30 em 24 horas, estabilizou, revelando a DGDS que o pico da pandemia ter-se-á verificado de 23 a 25 de março.

De salientar que, nesta altura, as atenções já se viram para uma reabertura ou relançamento da economia, assim como um regresso faseado à normalidade social para o mês de maio António Costa, em entrevista ao “Expresso” diz querer anunciar o seu plano de desconfinamento a 30 de abril, mas já tem uma ideia de como o fazer, faseadamente, ao longo dos próximos meses. O primeiro-ministro avisa, porém, que ainda é preciso um esforço e que, se houver novo surto, tudo pode ser revertido. Para já, a economia reabrirá contando apenas com o mercado interno. Ao contrário de vários países, o Governo escolheu começar as aulas presenciais pelos alunos mais velhos.

“A mensagem fundamental é que abril é o esforço final que temos de fazer para conseguir consolidar o controlo da pandemia e termos margem para que em maio possamos começar a ir retomando as atividades, sabendo que durante ano, ano e meio, vamos ter de conviver com o vírus sem vacina. É um processo de aprendizagem, e como todos os processos de aprendizagem deve ser gradual, deve ser progressivo, deve ser controlado, para que não se perca em maio aquilo que ganhámos nestes dois meses”, lê-se no referido semanário.

Domingo (19abr) teve os seguintes números relacionados com a propagação do novo coronavírus, a começar pelo número de detidos, por desobediência ao dever geral de recolhimento domiciliário e circulação fora do concelho na época da Páscoa, foram detidas 292 pessoas, tanto pela PSP como pela GNR, isto até hoje, e nos dois períodos de Estado de Emergência.

O estado geral da situação pandémica do dia foi a seguinte:

De salientar, destes números, o facto de ter sido ultrapassado os 700 óbitos e os 20 mil infetados. A propagação no norte voltou a crescer acima da média, e o concelho do Porto lidera, neste dia a lista de concelhos com mais infetados (1 059). Entretanto, e de madrugada, e em Portugal através da TVI e da Rádio Comercial, foi transmitido o Grande Concerto em Casa contra a covid-19. Lady Gaga juntou-os e alguns dos maiores músicos do mundo cantaram em casa para apoiar os profissionais de saúde do planeta. Rolling Stones, Elton Jonh, Stevie Wonder, entre outros, não falharam este Live Aid.

Dia 20. Depois de terem chegado a Portugal 66 novos ventiladores provenientes da China, dos quais 40 destinam-se à Região Norte/Centro, e os restantes distribuídos por Lisboa, Alentejo e Algarve, registe-se o facto que, de acordo com o boletim epidemiológico do dia, assinalaram-se 21 vítimas mortais pela covid-19, o número mais baixo desde o passado dia 06 de abril. O balanço geral do dia, conta com um total de 20 863 infetados e 735 óbitos.

Neste dia foi também notícia o cancelamento, por parte do Papa Francisco, da sua visita a Portugal em 2022, no âmbito das Jornadas Mundiais da Juventude, que, entretanto, foi adiado para 2023, tudo devido à pandemia da covid-19.

E a fechar o dia, a notícia que surpreendeu o mundo inteiro: pela primeira vez na História, o preço do barril de petróleo atingiu valores negativos na negociação em Nova Iorque. Que é como quem diz que a pandemia fez colapsar a procura de crude e os produtores não têm onde armazenar.

A 21 de abril, e continuando a polémica relativa às comemorações do 25 de abril se realizarem na Assembleia da República em tempos de pandemia (?) – uns concorda, outras não -, é com satisfação que se regista, pela primeira vez, que o total de número de recuperados é superior ao de óbitos, ou seja 917 contra 762. Pelo terceiro dia consecutivo, apesar de uma ligeira subida, o número de vítimas mortas mantém-se abaixo dos 30 casos. No que diz respeito a infetados, regista-se um total de 21 379 casos confirmados.

Para ajudar ao combate à covid-19, ficou assente, neste dia, que 80 equipas de militares vão lançar uma “operação gigantesca” em cerca de 800 escolas, para a sua desinfeção antes de reabrirem as aulas do 11.º e 12.º anos, isto de acordo com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro.

No dia 22 de abril, o centro das atenções foi a Assembleia da República, não devido à polémicas das comemorações a lã efetuar do 25 de Abril, mas por mais um debate quinzenal, com os focos direcionados, como sempre, para o primeiro-ministro, António Costa.

António Costa que prometeu uma abertura do país já em maio, com o impacto do desconfinamento social a ser avaliado quinzenalmente.

Relativamente ao estado em que se encontra a economia no País, e perspetivando o futuro, o primeiro-ministro foi lacónico, além de admitir recuar se alguma medida for menos eficaz, garantiu que “não haverá austeridade”. Mas espera ter o PSD ao seu lado quando apresentar o plano de recuperação do país.

“A austeridade não é um caminho para responder a uma crise que não precisa de austeridade. Esta não é uma crise das finanças do Estado, esta é uma crise de saúde que está a impactar na economia. O que temos de fazer é dar apoio à economia, às famílias, ao rendimento, ao emprego, ao investimento, de forma a relançar a economia”, disse.

Para já, António Costa quer é que o regresso à normalidade seja de “forma progressiva, com cadência de quinze em quinze dias, setor a setor, atividade a atividade, evitando a aglomeração em determinados pontos ou locais, com gestão crítica da rede de transportes públicas, com melhoria da oferta e procura horário desfasada”

Quanto às aulas presenciais, depois de ouvidos os epidemiologistas, a regra é a da prudência e de levar em conta os exemplos dos países que já o fizeram, como a Dinamarca e a Noruega, frisou.

Neste dia o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde esta quarta-feira indica que nas últimas 24 horas foram registados mais 23 mortos em Portugal (uma taxa de variação de 3%)  perfazendo um total de 785 vítimas mortais devido à Covid-19. Por cá há ainda 21.982 infetados, um aumento de 603 casos face a terça-feira, o que traduz uma variação de 2,8%.

As boas notícias dizem respeito ao número de recuperados  que são agora 1.143, mais 226 nas últimas 24 horas.

Na conferência de imprensa desta quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde assinalou que a taxa de letalidade global em Portugal é de 3,6% e, acima dos 70 anos, é de 13%. Encontram-se em domicílio 86% dos casos e 5,2% em internamento (0,9% em unidades de cuidados intensivos e 4,3% em enfermaria).

Por sua vez, e regressando às questões económicas e financeiras, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, disse que o banco está disponível para prolongar as moratórias de crédito à habitação, além dos seis meses, e previu que as imparidades vão aumentar em “milhares de milhões de euros”.

 A 23 de abril foi interrompida a tendência de quebra e ultrapassou a barreira dos 800 mortos. Com mais 371 casos, estão registados agora 22353 doentes com Covid-19.

De acordo com os dados do boletim epidemiológico revelado pela Direção-Geral de Saúde, morreram 35 pessoas nas última 24 horas, elevando o total de vítimas mortais para 820. Com mais 371 casos registados.

No dia em que passa dois números redondos, registou-se o valor diário mais alto desde 11 de abril, 35 mortos, só superado pelos 37 anunciados a 3 de abril, o máximo num dia desde que começou a pandemia. Com 35 mortos nas últimas 24 horas, Portugal quebrou, ainda, uma sequência de sete dias, com 30 ou menos vítimas mortais registadas por Covid-19.

Neste dia soube-se também que a taxa de letalidade da Covid-19 em Portugal é de 3,3%, um valor que sobe para os 13,3% acima dos 70 anos. Portugal já fez 302 mil testes do novo coronavírus.

“Desde 1 de março, foram realizados cerca de 302 mil testes de diagnóstico Covid-19. Estamos a falar de uma testagem de 27 925 pessoas por milhão de habitantes, em linha, e à data de hoje, superior a países como a Noruega, a Suíça, a Itália e a Alemanha”, sublinhou.

Entretanto, a Proteção de Dados conta que recebeu queixas de cidadãos que viram os seus “dados pessoais, de identificação e contacto, incluindo de crianças, expostos nas páginas e nas redes sociais da responsabilidade da autarquia local”, depois de lhes ter sido confirmado o diagnóstico de infeção por coronavírus. Em pelo menos um caso é identificada a etnia do doente. Outras situações houve em que, apesar de não serem expostos os dados pessoais, a informação discriminada por freguesia permitiu identificar os doentes por se tratar de pequenas localidades.

Esta informação está sujeita a um regime legal “especialmente protegido”, afirma a CNPD por se tratar de dados pessoais suscetíveis de “gerar ou promover a estigmatização e a discriminação”.

A 24 de abril o Governo anunciou ir adotar as mesmas restrições de deslocação que estiveram em vigor na Páscoa para o fim-de-semana prolongado do 1.º de Maio. Assim, entre 1 e 3 de maio será proibido fazer deslocações entre concelhos, anunciou o primeiro-ministro António Costa, após uma reunião coma Confederação do Comércio Português.

Também, e em relação a essa reunião, foi referido a mesma visou “testar quais as normas de higienização para que todos sintam segurança na ida aos estabelecimentos” a partir do momento em que sejam levantadas as restrições ao funcionamento da atividade destes setores.

Relativamente ao relatório da Direção-Geral de Saúde quanto a casos registados até este dia, eis a tabela:

Por concelhos, Lisboa lidera a tabela de casos confirmados com infeção (1 271), seguido de Vila Nova de Gaia (1 163), Porto (1 103) e sem ter chegado ao milhar de casos, Braga (950).

Já a finalizar o dia, surge a notícia que “o Governo está a equacionar decretar a situação de calamidade pública por causa da pandemia de Covid-19 a partir de 3 de maio.

Esta informação sobre o período seguinte ao previsível fim do estado de emergência foi transmitida à agência Lusa por fonte do executivo.

“Esses cenários ainda a ser estudados e não há decisões tomadas. Até ao Conselho de Ministros da próxima quinta-feira consideraremos várias hipóteses. Mas a situação de calamidade pública é uma delas”, disse a mesma fonte do Governo.

25 de abril. Dia da Liberdade. Depois de tanta polémica, originada, essencialmente pelos partidos da direita e extrema-direita, a Sessão Solene evocativa da Revolução do 25 de Abril é celebrada na Assembleia da República, contrariando aqueles que eram contra a realização de tal evento na Casa da Democracia, devido ao confinamento originado pela pandemia, que foi “imposto” aos portugueses e que o mesmo deveria ser seguido pelos políticos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa acabou por lhes responder à letra

Civicamente vergonhoso era haver um país a sofrer e o Parlamento demitir-se “nunca hesitei um segundo em aqui estar“.

Relativamente ao Boletim Epidemiológico do dia, divulgado pela DGS, de salientar que o novo coronavírus já matou 880 pessoas em Portugal e infetou 23.392. São mais 595 infetados, uma variação de 2.61% em relação a ontem e mais 26 mortos nas últimas 24 horas, isto é, uma variação de 3.04%

O número de recuperados é de 1.277. Em 24 horas 49 pessoas conseguiram vencer a luta contra a Covid-19. O boletim da autoridade de saúde  informa ainda que há 1.040 pessoas internadas, 186 em unidades de cuidados intensivos (UCI). Aguardam resultado laboratorial 4.783 pessoas, estando, nesta altura, 29.932 em contacto e vigilância pelas autoridades de saúde.

A região Norte continua a ser a mais afetada pelo novo coronavírus, com 14.072 casos de infeção e 502 mortes registadas. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo, com 5.435 casos

Entretanto, um casal foi detido, esta, por estar a vender pão numa pastelaria de Matosinhos, quando devia estar isolado em casa devido à Covid-19. Ele, de 69 anos, é um doente infetado e ela, de 58, recusou fazer o teste ao novo coronavírus, apesar das várias tentativas de contacto das autoridades de saúde. Estão os dois indiciados por crimes de desobediência e propagação de doença contagiosa.

No Dia 26 de abril, regista-se, a morte, na últimas 24 horas de mais 23 infetados por Covid-19 em Portugal. Número total de óbitos é de 903..Com mais 472 casos detetados (a 25 de abril foram 595), são agora 23 864 os doentes afetados pela pandemia em Portugal, segundo os números do boletim da DGS, enviado este domingo às redações.

Morreram 23 infetados nas últimas 24 horas, menos três do que ontem. De acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, a taxa de letalidade é de 3,8%, subindo para os 13,6% em cidadãos acima dos 70 anos. O número de doentes internados voltou a descer. São agora 1 005 (ontem eram 1040 e, na sexta-feira, 1068), sendo que há 182 pessoas nos cuidados intensivos (menos quatro do que este sábado). O número de recuperados subiu para 1 329. São mais 52 face aos números de ontem. Do total de óbitos, 448 foram homens e 455 mulheres, a maioria dos quais com mais de 70 anos.

Já no dia 27 de abril soube-se que os estudantes do 11.º e 12.º anos voltam às aulas presenciais a 18 de maio e as creches reabrem a 1 de junho. O pequeno comércio local abre a 4 de maio e o grande reabre a 1 de junho.

A retoma gradual da “normalidade” vai assentar neste calendário, segundo adianta o “Público” e confirmou o JN, cujas datas são passíveis de serem alteradas conforme a evolução da pandemia da Covid-19 em Portugal e poderão ser reavaliadas de 15 em 15 dias, como já tinha adiantado pelo primeiro-ministro, esta sexta-feira.

A retoma das aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos, com disciplinas sujeitas a exame nacional, vai acontecer com medidas de contingência, nomeadamente o uso de material de proteção e normas de distanciamento social. “Até decisão expressa em contrário das autoridades de saúde, alunos, professores e trabalhadores não docentes utilizarão máscara de proteção no interior da escola, que será disponibilizada pelo Ministério da Educação”, tinha avisado Costa a 9 de abril.

E Costa, de visita a indústrias da região do Grande Porto, deixou mais um aviso: “Se as coisas correrem mal, temos de dar um passo atrás”. O primeiro-ministro sublinhou que “a normalidade só será possível quando houver uma vacina para a Covid-19” e que será necessário adotar medidas de distanciamento social durante muito tempo. Reconheceu ainda que o risco de contágio vai aumentar à medida que a população começar a sair mais de casa, sendo preciso manter esse risco sob controlo, de forma a evitar a rutura do Serviço Nacional de Saúde.

 Nos últimos dias do mês, o primeiro destaque foi, logo no dia 28, para as declarações do Presidente da República ao referir que o país vai entrar numa terceira fase do combate à pandemia de Covid-19, em que o “fechamento” deixa de ser foco. No entanto, a retoma da atividade “em pequenos passos” terá de ser acompanhada pelo controlo da situação, com avaliação permanente dos dados.

“Estado de Emergência termina “dia dois à meia-noite. Desengane-se, no entanto, que o país vai retomar a normalidade, alertou Marcelo Rebelo de Sousa. “Já não é ideia do fechamento drástico e radical, mas de outros instrumentos. Espera-se não ser necessário recorrer ao no futuro novamente ao estado de emergência. Interessa este equilíbrio em que é preciso saber que a contenção é importante, mas os pequenos passos de abertura e avaliação também. Não é a normalidade definitiva. O Estado de Emergência desempenhou um papel jurídico, político e psicológico, que correspondia à preocupação de fechar”, sublinhou, garantindo no entanto que nesta terceira fase não será necessário renová-lo.

No dia 29, sabe-se que “não há nenhuma máscara certificada que resista a 25 lavagens, muito menos a 50 e ainda menos a 90”, garante Braz Costa, diretor-geral do Citeve.

Prometem máscaras com cores, feitios e dezenas ou centenas de lavagens com certificação. No entanto, uma grande parte das empresas que vendem máscaras reutilizáveis na Internet e em algumas lojas de retalho nunca pediram testes de produtos ao Citeve, o único centro tecnológico têxtil com protocolo com o Infarmed e DGS para certificar.

Uma rápida pesquisa no Google ou Facebook permite encontrar dezenas de vendedores que asseguram estar certificados pelo centro tecnológico ou que vendem máscaras reutilizáveis várias vezes.

A “Safe Máscaras Reutilizáveis”, por exemplo, promete “enorme resistência e durabilidade” em “mais de 100 lavagens”. O problema é que o Citeve ainda não certificou máscaras que sejam reutilizáveis mais de cinco vezes.

E, um dia antes da intervenção do primeiro-ministro, já se sabe quais as fases de regresso à “normalidade” na sociedade portuguesa.

Em cada fase vai ser também preciso decidir se as medidas implementadas continuam, se devem ser adaptadas ou se é preciso voltar atrás. É importante lembrar que podem existir alterações no que respeita às datas de abertura descritas abaixo.

1.ª FASE – 4 DE MAIO

-Espaços até 200 m;

-Pequeno comércio, preferencialmente com porta virada para a rua;

-Cabeleireiros, barbeiros, stands de automóveis, conservatórias, serviços de atendimento ao público não concentrados;

-Livrarias, bibliotecas e arquivos;

-Autocarros com cabine no motorista de forma a isolá-los;

-Atividades desportivas individuais por exemplo o ténis e o golfe.

2.ª FASE – 18 DE MAIO

-Espaços até 400 m2 ;

-Restaurantes, museus, cafés, esplanadas e similares;

-Palácios;

-Creches (numa primeira fase, os pais podem ainda optar por continuar de apoio à família);

-Escolas (aulas presenciais para 11.º e 12.º anos);

-Autarquias podem decidir pontualmente pela abertura de outros estabelecimentos. Por exemplo, se um espaço tiver mais de 400 m2 mas não concentrar muita gente, a autarquia pode mandar abrir.

3.ª FASE – 1 DE JUNHO

-Espaços com mais de 400 m2 ;

-Creches, pré-escola e ATL;

-Lojas;

-Lojas do Cidadão;

-Centros comerciais;

-Cinemas e teatros com lotação restringida;

-Reinício das provas desportivas em recinto aberto mas sem público;

-Desportos coletivos.

E, por fim, no dia 30 de abril, o relatório da situação epidemiológica em Portugal, revelado para a Direção-Geral de Saúde era o que documenta o registo que se segue, sendo de salientar o aumento de 2,2 por cento (o maior dos últimos dias) do número de infetados.

Mas as atenções estavam viradas para a intervenção de António Costa, ao final da tarde, quanto às regras a cumprir durante o Estado de calamidade…

Com os números da pandemia a estabilizar e a curva de infetados a descer, António Costa justificou, esta quinta-feira, o fim do Estado de Emergência e a passagem para o Estado de Calamidade.

Depois de o Presidente da República ter entendido – e o Governo apoiado – que não se justificava voltar a renovar o estado de emergência, que cessa no sábado, o Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, a transição para o estado de calamidade. “Era o momento de descer um degrau no nível de contenção”, disse o primeiro-ministro, ressalvando que, apesar dos indicadores positivos, não está em causa o regresso à normalidade: “O risco mantém-se elevado, a pandemia mantém-se ativa e, por isso, nós temos de continuar ativamente prevenir e a combater a pandemia.” Sobre o valor de R0, que indica quantas pessoas são infetadas por cada doente, o primeiro-ministro revelou que Portugal tem todas as regiões com esse valor abaixo de 1.

Máscaras obrigatórias e confinamento para doentes

“Face à evolução da pandemia e a capacidade do nosso SNS, podemos começar de forma gradual e progressivas e com todas as cautelas, a dar pequenos passos, tendo em vista o desconfinamento e eliminação das limitações que têm sido impostas à vida dos portugueses”, considerou, apontando que a existência de máscaras de uso comunitário e gel desinfetante no mercado – disponíveis este fim-de-semana – é um dos fatores que permite avançar com as medidas. O uso de máscaras será obrigatório em escolas, comércio e escolas.

O confinamento vai continuar a ser obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa. Para o resto das pessoas, mantém-se o dever cívico de recolhimento domiciliário já a partir de segunda-feira (04mai20). Também nesse dia, passam a ser permitidos funerais com a presença de familiares. Missas e cerimónias religiosas só no fim de maio. A partir de 4 de maio, autoriza-se também o desporto individual, mas sem utilização de balneários, sendo que só a 30 de maio são retomadas as competições oficiais da 1.ª Liga de Futebol e Taça de Portugal, mas sem público.

(texto JN)

E no último dia de abril, Portugal registou um total de 25045 casos de Covid-19, um aumento de 540 registos (2,2%) em relação ao boletim epidemiológico anterior. Há ainda registo de 989 vítimas mortais, um aumento de 16 casos (subida de 1,6%).

3794 pessoas aguardam o resultado de testes já realizados e há 1519 casos recuperados. Em vigilância pelas autoridades de saúde, estão 29467 pessoas.

Segundo o mais recente balanço da situação epidemiológica da Direção Geral de Saúde, há 968 pessoas internados com Covid-19, da quais 172 em unidades de cuidados intensivos.

Analisando a distribuição geográfica do vírus, o Norte ultrapassou os 15 mil casos e registou 566 óbitos. Na região Centro, há 3389 infetados e 198 mortes. Lisboa e Vale do Tejo tem 5815 casos e 199 óbitos. O Alentejo mantém um caso fatal de Covid-19 e o Algarve, 13.

Na distribuição por concelhos da epidemia, Lisboa tem 1465 casos, logo seguido de Gaia, com 1374 casos, Porto, com 1219, Matosinhos (1127), Braga (1063) e Gondomar (1000).

 

 

Texto: José Gonçalves

Fontes: JN, Público, Observador; RTP3, SIC, SIC NOTÍCIAS e TVI, TSF, RR e Antena 1; Notícias ao Minuto; Lusa, Facebook

 

01mai20

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