Menu Fechar

“Dia da Mãe” na China

Weihua Tang

 

De facto, o “Dia da Mãe” é uma expressão emprestada à China.

Os chineses começaram a utilizá-la no continente, após a abertura da porta ao mundo, nos anos oitenta do século XX.

Devido às tradições e culturas diferentes, o “Dia da Mãe” é uma festa mais distrital do que nacional. Contudo, a data é unificada e aceite, no segundo domingo de maio.

É de conhecimento geral que todos os países têm a sua origem e história do “Dia da Mãe”. Seja ocidental, seja oriental, o espírito de festejar nesse dia é idêntico. O objetivo é retribuir a gratidão materna, louvar a virtude materna e agradecer o amor materno. Esta virtude típica chinesa surgiu há milhares de anos.

Na planície do sul da província de Liao Ning, situa-se uma cidade denominada “Xiong Yue” com 2000 anos de história. No lado do leste da cidade, existe uma torre de tijolos negros, em cima de uma montanha proeminente e saliente entre as florestas de árvores de fruto. Se olhar ao longe, a torre parece uma “mãe carinhosa”, esperando o regresso do seu filho a casa. Por isso, esta montanha é conhecida como “Wang Er Shan” que significa “Montanha esperando o filho”!

Segundo a lenda, havia uma mãe que vivia sozinha com o seu único filho. Eram uma família pobre e viviam à beira do mar. A mãe tentava fazer tudo que estivesse ao seu alcance para ajudar o filho a ser um êxito no estudo. Ao mesmo tempo, o filho fazia todos os esforços para conseguir todo o sucesso na sua vida para que pudesse satisfazer a vontade da mãe. Um certo dia, o filho despediu-se da sua mãe e partiu no barco para ir realizar o exame nacional na capital.

Muitos anos passaram e a mãe não recebeu nenhuma notícia. Ficando tão preocupada e angustiada, a mãe começou a ir ao mar todos os dias para ver se o seu filho regressava. Passou um ano, passaram dois, passaram três… o cabelo da mãe tornou-se completamente branco e jamais tornou a ver a imagem do filho. A mãe gritava desesperadamente em frente ao mar: “ó meu filho, vem para casa! A mãe tem tantas saudades tuas…”. A mãe já era idosa, não resistiu, caiu e tornou-se uma estátua. Infelizmente, nunca mais conseguiu ver o regresso do seu filho.

A verdade é que a caminho da capital, o navio virou-se e o filho afogou-se no naufrágio. Até o céu ficou comovido por este grande amor materno. Levantou-se uma montanha no sítio onde a mãe esperava o seu filho. Os habitantes da cidade ficaram tão impressionados e emocionados, que denominaram esse pico como “Wang Er Shan”. Além de terem construído uma “torre de Ci Mu” (torre de mãe carinhosa) em cima dessa mesma montanha, também construíram um “pavilhão de Ci Mu” (pavilhão de mãe carinhosa) por baixo, no qual as gerações futuras, poderiam memorizar a bondade simples e grandiosa da mãe.

Desde os tempos imemoriais até agora, os residentes continuam a manter esta boa tradição antiga, ou melhor dizendo, o hábito de respeitar e amar a mãe. Por outro lado, todos os anos, no segundo domingo de maio, as pessoas desta terra natal, costumam organizar muitas atividades populares para festejarem o “Dia da Mãe”, tal como em outras zonas da China. Meng Jiao, o ilustre poeta do século VIII da Dinastia Tang, ficou conhecido pela sua “Canção de Viajante” há 1300 anos até aos dias de hoje. Sendo um povo muito agradecido, nós, chineses, quase todos sabemos decor os últimos dois versos deste poema maravilhoso de agradecimento às mães.

Shui Yan Cun Cao Xin,

Bao De San Chun Hui! 

Quem disse que as ervas ternas,

podem retribuir o raio do Sol 

na primavera?! 

Metáfora?! Os filhos,

nunca conseguem retribuir 

o infinito “Amor Materno”!

 

 

Fotos: pesquisa Google

 

01mai20

Partilhe:

3 Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.