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O despertar da força vermelha

Miguel Correia

 

Há trinta e quatro anos, os habitantes do burgo celebraram o décimo segundo aniversário do dia em que, graças a umas flores vermelhas, conquistaram o direito à liberdade perante um ditador já falecido. Infelizmente, o regime vermelho tinha ainda alguns países sob a sua alçada e, nada faria prever que, no dia seguinte, no outro lado do mundo, uma cidade iria ficar eternamente gravada na nossa memória, personificando o que há de pior na raça humana: a estupidez, o compadrio e o poder.

Chernobyl, tal como o Holocausto, é algo que nunca deve ser esquecido. Porém – e apesar das convicções permanecerem inalteráveis – os tempos mudam e as formas de atuar, também. Sabemos que a força do regime comunista não deve ser menosprezada. Mesmo que a consideremos extinta, consegue encontrar forma de voltar ao ativo. Tal como as ervas daninhas. A humanidade enfrenta, em 2020, um novo inimigo, que não pode ser combatido com a força bélica. Para sobreviver a este surto pandémico invisível é necessário enfrentar a solidão e isolamento. Um sofrimento mais forte, marcante e duradouro que o impacto de uma bala…

É sabido que este vírus teve o seu epicentro na China. E apesar de toda a sua tecnologia e sofisticação, recorre a regras rígidas no que se refere à população. Talvez por isso tenham de incluir morcegos, cães e outros bichos esquisitos na sua alimentação. Contudo, é legítimo questionar a razão do aparecimento recente deste vírus, quando sabemos que os hábitos alimentares peculiares chineses não são recentes. Há quem defenda que se trata de uma nova forma de conflito para destruir a economia mundial, principalmente a de Ocidente.

Altos responsáveis, que divulgaram algumas verdades sobre o vírus, morreram subitamente ou desapareceram. A verdade tem um preço e, por vezes, demasiado alto! O regime vermelho controla a informação e, tal como aconteceu na central nuclear, recusa assumir culpas. O mundo, como o conhecemos, mudou. A política é (agora) a única força motriz e apenas tem olhos para a economia. A Igreja Católica – cuja importância na história é reconhecida – está desamparada, sem fiéis e de portas fechadas. Recorre a estratagemas e figuras mais ridículas para estar perto dos devotos. Os mesmos que, até há bem pouco tempo, eram desconjurados se não aparecessem nas missas…

Numa visão apocalíptica – aceito que o digam – olho para o excessivo papel do Estado e assusto-me. Receio que, talvez, estejamos à beira do despertar da força vermelha, numa espécie de profecia bíblica: “Porque às vezes, cedemos perante o medo. O Estado diz-nos que a situação não é perigosa. Tenham fé, camaradas. É verdade, quando o povo vir a polícia, terá medo. Mas, quando o povo faz perguntas qua não são do seu melhor interesse, devemos dizer-lhes apenas que pensem no seu trabalho, e que deixem os assuntos de Estado para o Estado. É assim que se impede que o povo estrague os frutos do seu trabalho. Seremos recompensados pelo que vamos fazer aqui!”. Foi este o discurso comunista, horas depois do desastre nuclear. O mesmo que, ainda hoje, oculta o real número de mortes e, apesar da evolução dos tempos, mantém-se obtuso e inabalável, à espera da oportunidade para brilhar. Saibamos nós lidar com a ameaça…

 

Foto: pesquisa Google

01mai20

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