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“Romeu e Julieta” na China

Weihua Tang

 

Durante a “quarentena”, em casa, aproveitei para apreciar de novo, a música maravilhosa chinesa “Liang Zhu”, a qual é um “concerto para violino”. No momento em que ouvi esta melodia fabulosa, típica da China, que está relacionada com os dois amados “Liang Shanbo e Zhu Yingtai”, lembrei-me da obra trágica “Romeu e Julieta” de William Shakespeare.

“Liang Shanbo e Zhu Yingtai” é uma das quatro lendas de Folclore antigo, sobre o grande amor, na cultura chinesa. Sendo uma arte da tradição verbal, a mais bela do povo chinês, esta também é escolhida como a herança cultural nacional, intangível. Ainda por cima, é a única lenda chinesa que possui uma grande influência global.

Segundo a lenda, durante a dinastia Dong Jin, a casa Zhu tinha uma filha que se chamava Zhu Yingtai. Naquela altura, as mulheres eram proibidas de estudar fora de casa. No entanto, Zhu Yingtai conseguiu convencer o seu pai a deixá-la sair de casa, disfarçando-se de “rapaz”. Assim já podia adquirir a aprendizagem noutra cidade. No caminho, encontrou um jovem estudante, que se chamava Liang Shanbo. Os dois, tornaram-se “grandes amigos”, logo à primeira vista. Tinham o mesmo mestre na mesma escola e estudaram juntos durante três anos. Entretanto, a Zhu Yingtai ficou apaixonada pelo colega Liang Shanbo. Dramaticamente, Liang Shanbo sempre a considerava como um “irmão”, pois ele não imaginava que Zhu Yingtai era uma “menina”.

Antes do regresso a casa, Zhu Yingtai insinuava muitas vezes a sua paixão, só que Laing Shanbo não percebia muito bem. Quando ele foi visitá-la a sua casa, ficou plenamente surpreendido pela sua identificação real. De facto, ele amava-a tanto e pediu-a para se casarem. Infelizmente, ele foi recusado, porque o pai de Zhu já tinha arranjado um noivo rico e poderoso para ela. Liang Shanbo ficou tão triste, tão doente e morreu novo, com “depressão”.

No dia do casamento, Zhu Yingtai passou pelo cemitério, no jazigo de Liang Shanbo. De repente, veio uma “rajada de vento”, impedindo as pessoas de continuarem a andar. Entretanto, Zhu Yingtai insistiu em descer da “cadeira de sedan” [cadeira fechada, forrada a vermelho, onde ia a noiva, sem ser vista, carregada aos ombros de quatro homens] para fazer adoração em frente à sepultura do Liang. Devido às trovoadas fortes, o túmulo imediatamente ficou rachado, em colapso. Sem hesitação, Zhu Yingtai deu um salto para dentro do túmulo e, ao mesmo tempo, tornaram-se duas borboletas e voaram juntas para longe…

Esta “lenda da deificação” circula há 1700 anos, até aos dias de hoje. Acima de tudo, evoluiu para a história amorosa, bem conhecida em todo o mundo, que é “Butterfly Lovers”.

Este final trágico revelava que as mulheres, na sociedade antiga na China, lutavam corajosamente para procurar o verdadeiro amor. Além disso, a história oriental também interpretava um espírito ideal em que os dois amados felizmente conseguiram juntar-se embora não tivessem vivido juntos. Quanto à tragédia de “Romeu e Julieta”, também era um louvor contra a consciência feudal. Sobretudo, introduziu o desejo de perseguir a igualdade, a liberdade e a felicidade. Seja oriental, seja ocidental, o poder do amor é idêntico: forte, infinito, enorme, irresistível e inimaginável!

É incrível, não acham?!

 

Foto: pesquisa da autora

 

01set20

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