De uma expedição que uniu o encenador Ricardo Pais, o percussionista Rui Silva e o compositor e guitarrista Miguel Amaral nasceu talvez… Monsanto, espetáculo que vai estrear-se a 3 de dezembro, às 19h00, no Teatro Nacional São João (TNSJ).
Composto pela palavra (dita e cantada), por música e, sobretudo, por ritmos e percussões, o espetáculo pretende dar a conhecer ao público as canções, litanias, rezas e lendas de Monsanto – a “Aldeia Mais Portuguesa de Portugal”, de acordo com um título atribuído à localidade em 1938.
Mais do que um concerto, Ricardo Pais propõe (mais) uma visita ao espólio melódico nacional, através de uma junção coreográfica de sinais, gestos, imagens e sons. O reportório conta com as interpretações da atriz Luísa Cruz, do fadista Miguel Xavier e das Adufeiras de Monsanto, um grupo criado em 1997, em resposta a um desafio lançado pela etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco e pelo próprio encenador, cujo objetivo é o de preservar e divulgar o património tradicional de Monsanto, através dos trajes, cantares e também do adufe, um instrumento de origem árabe.
O exercício do encenador não é novo, sobretudo quando se recorda o espetáculo Raízes Rurais. Paixões Urbanas (1997), um retrato da música feita em Portugal, desde a saudade do fado até ao ritmo eufórico do fandango. À semelhança do que acontece agora em talvez… Monsanto, já nessa apresentação o encenador tinha reunido em palco as Adufeiras da “Aldeia Histórica” de Monsanto.
talvez… Monsanto nasce de um convite feito pelo Município de Viseu ao encenador Ricardo Pais, no âmbito das comemorações do 20.º aniversário da reabertura do Teatro Viriato, e dá origem a uma representação da condição de ser português. Este “jogo” entre a voz e o som dos instrumentos que partem em busca de “narração” de uma história sobe ao palco do TNSJ nos dias 3 e 4 de dezembro, às 19h00, e no dia 5, às 11h00. O preço dos bilhetes varia entre os 7,5 e os 16 euros.
Texto: Central de Informação / Etc e Tal jornal
Foto: João Tuna
01dez20