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Um dia histórico para o Porto

José Gonçalves

 

O dia 30 de novembro de 2020 ficará marcado na história da cidade do Porto, depois de ter sido aprovado, diria que “por unanimidade”, o Orçamento para 2021, apresentado pelo executivo liderado por Rui Moreira.

É certo que a oposição (PS, PSD e CDU) absteve-se, mas, na prática colocou-se ao lado de um orçamento expansionista, com um valor, nunca visto, de 328, 5 milhões de euros, representando esta verba, mais 12,5 pontos percentuais que a do Orçamento para 2020.

E que, como num breve apontamento, realço, para já, essa “unanimidade à moda tripeira”., pois, em meu entender, é uma forma de saber estar na política, na qual, acima de tudo, estão os interesses coletivos, demonstrando também como o Porto está à frente, nas últimas décadas, em questões fundamentais para o desenvolvimento estrutural da cidade e da… democracia.

Na verdade, tanto o plano de atividades, como todo o estudo apresentado, promete um futuro promissor para uma cidade que se prepara para ver nascer, entre outras obras em curso, um Terminal Intermodal; uma obra que será um ícone no antigo Matadouro Industrial, ou seja, um espaço nobre que surgirá na que foi, durante décadas e décadas, a zona mais esquecida e desprezada, como foi a oriental da cidade.

Assim como verá renascer o velho Mercado do Bolhão, o Liceu Alexandre Herculano, entre outras obras emblemáticas, as quais passarão também pela Habitação, o maior problema do Porto, mas que nunca mereceu tanta atenção por parte da Câmara Municipal como agora.

Não referi, com certeza, outros projetos que estão na calha, e que levarão, por certo, Rui Moreira a recandidatar-se à presidência do Município, uma vez que quem faz gerar uma obra, tem de estar – ou pelo menos, gosta de estar – presente ao “parto” da mesma.

Mas, há a salientar, outrossim, o papel interventivo da autarquia, para além dos projetos que estão a concretizar-se a bom ritmo: refiro-me à CDU pois é das forças partidárias a que mais ações (visitas e contactos diretor) tem desenvolvido, na companhia da comunicação social, no alerta para situações graves que afetam diversas zonas da urbe e, consequentemente, largas centenas, até mesmo, milhares de pessoas.

É neste contexto, que considero que o Porto está a dar uma lição de democracia e de convivência interpartidária, independentemente de exigíveis distâncias ideológicas e práticas, que fazem, obrigatoriamente, parte do Estado de Direito em que vivemos.

Como tripeiro não poderia deixar passar em branco este Dia Histórico para a cidade, e que deve ser vivido com alegria e satisfação, e logo num momento muito complicado, como o é esta guerra contra a propagação da Covid-19 e o respetivo estado de emergência em que vivemos.

O Porto, mesmo assim, cresce, e apresenta um Orçamento que revela uma “saúde financeira consistente”, como referiu o vereador socialista, Manuel Pizarro, e onde se regista ”o aumento da despesa total, na parte que deve aumentar – o investimento”, como salientou o social-democrata Álvaro Almeida, e tudo isto para que o Porto tenha “uma taxa de execução, muito acima da média dos municípios e invulgarmente acima dos municípios de grande dimensão”, como frisou a vereadora comunista, Ilda Figueiredo.

Vivemos um período que faz como que apagar os momentos de marasmo e polémicas que a Invicta viveu durante décadas –com especial destaque para o período compreendido entre 2001 e 2013. O Porto está no bom caminho, e nele deve continuar para bem de quem merece ter a cidade que já sofreu uma revolução significativa e se prepara para a consolidar e outros desafios importantes para o seu futuro.

 

Foto: Miguel Nogueira (Porto.)

 

01dez20

 

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