Confirmado ficou, na tarde do passado dia 29 de julho, a entrega das assinaturas relativa às candidaturas, reunidas em torno do movimento independente protagonizado por Rui Moreira, à Câmara Municipal, Assembleia Municipal e assembleias de freguesias.
E tudo foi feito através de uma caminhada, com saída da sede de candidatura (Av. dos Aliados), em direção ao Juízo Local Cível do Porto, no Palácio da Justiça (Cordoaria), como provam as imagens que se seguem.
As mais de 23 mil assinaturas chegarão transportadas pela pão-de-forma, após uma caminhada dos candidatos, a partir das 14,30 horas, desde a sede de campanha (Avenida dos Aliados, 66-80), até à Cordoaria.
A entrega do processo, dividido em dezenas de pastas, representa mais um obstáculo superado, criado pelos partidos políticos. A lei autárquica obriga todos os Grupos de Cidadãos Eleitores à recolha de assinaturas para a efetivação legal das suas candidaturas.
Em menos de um mês, o Grupo de Cidadãos Eleitores “Aqui Há Porto” recolheu 3.101 assinaturas entre os portuenses, viabilizando aquele que era o objetivo inicial: apresentar as candidaturas à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e a seis Juntas de Freguesia. O mínimo exigido por lei de 13.377 assinaturas foi francamente superado (em mais 72%), o que em contexto de pandemia é ainda mais assinalável.
O número de assinaturas recolhidas pelo Grupo de Cidadãos Eleitores “Aqui Há Porto” para todos os órgãos autárquicos excedeu em 72% o mínimo exigido por lei.
Para a Câmara Municipal, o número de assinaturas apresentada atingiu 194% (às 5041 assinaturas validadas, acrescem 2758 não verificadas) em comparação ao requerido.
O processo de recolha de assinaturas envolveu dezenas de apoiantes, representando uma notável capacidade de mobilização cívica dos portuenses, mais ainda considerando o contexto atual de pandemia. Em 2013, o Movimento Independente desenvolveu o processo durante quatro meses, em 2017, em apenas um mês, e, em 2021, em menos de um mês.
Concorrem às eleições autárquicas pelo Grupo de Cidadãos Eleitores “Aqui Há Porto”, mais de 300 candidatos, distribuídos pelas oito listas apresentadas.
ÁREA METROPOLITANA DO PORTO PRECISA DE LEGITIMAÇÃO DEMOCRÁTICA PARA EVOLUIR
Avaliar “O Porto e a Escala Metropolitana” foi o desafio lançado aos convidados da terceira sessão do ciclo “Conversas à Porto”, os especialistas António Figueiredo e Paulo Pinho. A questão é complexa, dizem, mas não é uma causa perdida. Bastaria que, em certos aspetos, a Área Metropolitana do Porto (AMP) pudesse ter legitimação democrática e a conversa já seria outra. Enquanto isso não acontece, reconhecem, pouco se evolui numa lógica concertada, porque não existe “solidariedade intermunicipal”, de certo modo compreensível dada a heterogeneidade do território.
A sustentabilidade, quer ao nível da mobilidade como da transição energética, digital e ainda fiscal são desafios que se colocam à AMP, assim como o desenvolvimento da ferrovia, matérias que só serão bem-sucedidas sob o chapéu de uma estratégia conjunta, concluiu-se na conversa de ontem, em que também se olhou ao crescimento do Porto e à ideia ultrapassada do “donut”.
A FORÇA SIMBÓLICA DO PORTO É TEMIDA PELO CENTRALISMO DO TERREIRO DO PAÇO
Na primeira sessão das “Conversas à Porto” esteve em debate o tema “Porto Simbólico e Porto Percebido”. Pedro Abrunhosa e Pedro Marques Lopes foram os oradores convidados da conversa, moderada por Rui Moreira, em que se abordou a força simbólica do Porto, as suas bandeiras e o contrapoder que exerce ao centralismo do Terreiro do Paço. Para os dois portuenses, o Movimento Independente liderado por Rui Moreira simboliza uma ameaça ao poder central, o que explica a série de “armadilhas” colocadas no processo eleitoral. A Cultura é um poderoso ativo do Porto, estão de acordo, em contraponto com o tecido empresarial da Região Norte, que, apesar de ser economicamente forte, não tem voz política. Na conversa, concluiu-se ainda que o sistema partidário receia a divisão do país por regiões. Depois do “foguetório” da descentralização, que foi “assassinada à partida”, a regionalização “vai ser adiada para sempre”, sintetizou Rui Moreira.
APRESENTAÇÃO DOS CANDIDATOS ÀS FREGUESIAS DO “PORTO, O NOSSO MOVIMENTO”
Rui Moreira, no Parque do Covelo (01jul21) “Os próximos quatro anos – continuou Rui Moreira – não serão para brincadeiras. Serão fundamentais para a afirmação do Porto, para a manutenção da economia da cidade e para recriar emprego, depois da perda de emprego com que fomos confrontados e com que ainda estamos a ser confrontados com a pandemia. Vamos continuar a exigentes, não para fazer obras faraónicas, mas para olhar pelas pessoas. É isso que vamos continuar a fazer, a procurar ajudar as famílias”.
O presidente da Câmara recolheu os aplausos dos apoiantes que foram ao Parque do Covelo assistir à apresentação dos candidatos e apelou à mobilização do movimento independente, desde logo na recolha de assinaturas, “um problema que os partidos não têm”.
Candidatos
Tiago Mayan (ex-candidato às Presidenciais – Aldoar, Foz do Douro Nevogilde
Nuno Cruz – Centro Histórico (Cedofeita, Miragaia, Santo Ildefonso, São Nicolau, Sé e Vitória)
Sofia Maia – Lordelo do Ouro, Massarelos
João Aguiar – Bonfim
Paulo Silva – Paranhos
Patrícia Rapazote -Ramalde
O Movimento de Rui Moreira apoia o socialista Ernesto Santos, em Campanhã, pelo que não apresenta candidato a esta freguesia.
A recandidatura de Rui Moreira para um terceiro mandato tem apoio anunciado do CDS-PP, da Iniciativa Liberal (IL), do Nós, Cidadãos!, do MAIS – Movimento de Cidadania Independente e do MPT – Partido da Terra.
Texto e fotos: Porto, o Nosso Movimento
Etc e Tal jornal
01ago21