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Museu de Ovar elegeu novos corpos sociais com regular programação cultural

Com os escassos recursos financeiros disponíveis para manter toda a dinâmica museológica proporcionada no Museu de Ovar, tanto na necessidade de manutenção e conservação das exposições permanentes, essencialmente etnográficas, que caraterizam a essência fundadora deste Museu, cujos horizontes culturais dos seus fundadores, como José Augusto Almeida, alargaram à pintura e à cerâmica ali representada por mestres e artistas de renome. Assim como, sem os meios indispensáveis para garantir a manutenção e preservação das muitas coleções de diferentes vertentes artísticas que integram o seu espólio. É no entanto a este vasto património, que as suas técnicas, Leonor Silva e Lurdes Soares, continuam a recorrer, como curadoras das exposições sobre temáticas diversificadas, que asseguram a regular programação cultural do Museu de Ovar.

O espólio artístico e etnográfico do Museu de Ovar de âmbito regional, nacional e internacional, que vem sendo acumulado ao longo de mais de seis décadas, é uma das “heranças” deixadas desde a sua fundação às gerações vindouras, com a responsabilidade de cada mandato dos órgãos de gestão assegurarem a sua preservação, mas também a sua divulgação, a exemplo das mais recentes exposições que aqui deixamos referência, bem elucidativas da sua importância cultural, social e mesmo pedagógica.

Também a colaboração com várias outras instituições locais e nacionais, é valorizada, como aconteceu a propósito do Dia da Europa (9 de maio), em que a convite da Câmara Municipal de Gondomar estiveram expostos durante três semanas na Escola de Rio Tinto (n.º 3), trajes com pares da Lituânia, Polónia, Suíça, Áustria e Alemanha. Mais uma vez com a dedicação de técnicas, como Leonor Silva e Lurdes Soares, que já levaram elementos do espólio etnográfico do Museu de Ovar a vários países.

Entre algumas das relíquias retiradas do “baú” do Museu de Ovar, destacaram-se mais de duas centenas de miniaturas de sapatinhos que integraram a “Exposição Miniaturas” (5 de fevereiro a 16 de abril).

Tratou-se de mais uma mostra proporcionada aos visitantes com recurso ao espólio, que neste caso resulta da coleção de miniaturas de calçado de vastíssimos modelos, cujos exemplares que estiveram expostos, produzidos em cerâmica, plástico, têxtil e cabedal, foram doados por uma cidadã de Sintra, Alice Gomes Silva, em outubro de 2009.

Esteve igualmente aberta ao público de 27 de janeiro a 26 de março, a “Exposição Pintura a Óleo” com obras, essencialmente, paisagens, como “Serra de Sintra”, de Maria Vinhal Costa, ou a “Tapada Ducal e Vila Viçosa”, de Ventura Moutinho. Dos quadros datados, surge à curiosidade dos visitantes a pintura de J. Caxaux “No Campo” de 1900, assim como de Barata Moura, “Ponte Poço Santiago, Vale do Vouga”, um óleo de 1957. Destacava-se igualmente “Ponte de Puteaux” do artista Konstantin Smirnow, 1971.

Ainda com data de 1974, de todo este espólio do museu de Ovar, foi possível contemplar na exposição, “Casa de Aldeia” de F. Lamarão. Esta mostra incluiu também obras de pintores que ficaram ligados ao Museu de Ovar e ajudaram a enriquecer, entre tantos outros nomes de artistas plásticos, o vasto património na área da pintura, nos primeiros anos da fundação deste Museu, como: Luísa Bastos, “Sem Título”, X. Scherbatoff, “Paisagem”, Armando Freitas, “Paisagem”, Marie Buisset, “O Moinho” ou ainda, “Vila Piscatória”, Lauro António Corado.

Uma das mais recentes temáticas recuperadas do espólio, e divulgadas na atual programação do Museu de Ovar, foram os bordados artesanais, através da “Exposição de Trabalhos Manuais” (30 de abril a 2 de julho), que contou com Bordadeiras ao vivo no âmbito da colaboração do GAC de Válega, nomeadamente através de, Alice Magina, Belmira Pinho e Deolinda Soares, que destacaram na mostra, a arte dos diferentes tipos de pontos, como ponto aberto, cheio, grilhão ou flor.

Como realçou o reeleito presidente do Museu de Ovar, António Dias, no momento da inauguração da mostra dos Bordados, “esta exposição vem no sentido que venho tentando implementar que é também mostrar o espólio que o Museu foi adquirindo ao longo do tempo”, adiantando ainda que, uma das salas de exposições, “será dedicada ao espólio do Museu de Ovar”.

Para a vereadora Ana Cunha, esta foi “mais uma oportunidade de conhecer o espólio”, em que, “consigo encontrar em cada peça, diferentes motivos que nos contam histórias da vida quotidiana das comunidades”.

Também Manuel Brandão, que continua nos órgãos sociais como vice-presidente da Assembleia Geral, fez referência ao espólio que, “tem estado escondido”, sugerindo que deve ser mostrado a exemplo de outras artes e artistas, e, “ter em conta o turismo à procura de coisas da terra”, colocando “o espólio à vista”, como realçou ainda Américo Matos do GAC de Válega.

Também a exemplo do espirito da fundação do Museu de Ovar, reconhecido pelo seu papel na abertura aos jovens pintores, ainda recentemente voltou a abrir portas aos jovens artistas, com a exposição “Origem” de Sara Miguel.

Trata-se de uma pintora que dá asas às suas emoções e expressões nas peças que produz, influenciada pelos grandes pintores da arte abstrata. Os seus sentimentos são representados diretamente, através de movimentos formados nas telas, as cores e tonalidades. Projeto artístico que está patente até 11 de junho.

 

CORPOS SOCIAIS PARA TRIÉNIO 2022-2024

 

Assembleia Geral

Presidente – Manuel Oliveira Dias

Vice – presidente – Manuel Almeida Brandão

Secretário – Esmeralda Faria Couto

 

Direção

Presidente – António Sá Dias

Vice – presidente – Jorge Bacelar Vilar

Secretário – Martim Correia Guimarães

Tesoureiro – Manuel Ribeiro da Silva

Vogal – Manuel Henrique Cleto

Suplente – Ricardo Óscar Alves

Suplente – Mário da Silva Marques

 

Conselho Fiscal

Presidente – José Augusto Ferreira

Secretário – Carlos Nuno Granja

Relator – Rosa Maria Reis Mendonça

 

 

Texto e fotos: José Lopes

 

12mai22

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