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As férias

Ana Costa

 

Eis que chegam as férias escolares, e com grande força no mês de agosto, e isso significa que são férias para crianças, mas também para os adultos, correto? Pois é… No que me diz respeito, parecia que nunca mais chegavam…

Os mais pequenos ansiavam por estes dias, pois já nem sequer podiam ouvir os professores… (Sobre o que os professores ansiavam, nem vou falar!)

Mas enfim… Longe dos três famosos meses de férias de antigamente, as crianças têm agora cerca de dois meses e aguardam pelo período de “libertação” e por poderem estar com os amigos e familiares, ir à praia, dar quinhentos “bergulhos”, comer bolas de Berlim todos os dias, um gelado todas as tardes e, à noite, deitar bem mais tarde que o habitual. Um sonho, não é? Tão simples viver a vida, do ponto de vista de uma criança.

Só que… Pois… Os adultos não pensarão bem assim. A verdade é que as férias fazem surgir questões que nunca surgem durante o ano, pois quem é que está com as crianças nessa altura, quem é? Os professores! E agora?

“Para que são tantas férias?”, “Quando é que começam as aulas, mesmo?”, e a pior de todas, “Nunca mais começam as aulas!”, sendo que esta última frase é já dita atingindo uns decibéis muito mais altos e, até me atrevo a dizer, muito ao nível de algumas frases proferidas pelos professores ao longo do ano letivo…

Foto: pesquisa Web

Acho mesmo que será durante o período de férias, que alguns entenderão o que queria afinal a professora dizer com aquilo de “ser um pouco irrequieto”, “um pouco falador” … Sempre alegadamente, claro, que uma professora não pode, nos dias de hoje, fazer determinadas afirmações.

É durante o período de férias que se preparam viagens e atividades em família e que tanto ajudam a desenvolver as relações familiares. É durante esses dias que as crianças têm a oportunidade de estar em contacto com a natureza, e até, digo eu como professora, aproveitar para ver ao vivo algumas das aprendizagens escolares, que apenas estavam em livros.

E tudo isto para dizer o quê?

Sim, como professora, anseio pelos dias de férias que mereço, mas por vezes dou comigo a pensar que há uma troca de papéis… (“Toma lá o irrequieto, o falador! Ahahahah!”)

Não há dúvida que as férias são absolutamente necessárias e que as crianças também precisam delas. Precisam de fazer outras atividades, ter outros horários, estar com os irmãos, tios, primos, avós (nunca esquecer os avós), estar com os Pais e que os Pais estejam com ele/as.

As férias são fundamentais para quem trabalha e, acreditem que os mais pequenos, atualmente, têm vidas imersas em atividades que vão para além da escola, e que lhes tiram tempo útil vivido, por exemplo, em família.

Ainda que, muitas vezes, a vida familiar possa não se articular com a vida profissional dos adultos, pelas crianças vale a pena fazer o esforço de estar e esse estar, ser realmente para viver cada momento.

Quando as férias terminam, os adultos sentem-se nostálgicos e ensonados, faz parte… Mas quando as escolas abrem, as crianças já lá estão, felizes por poderem voltar às suas rotinas e estar com os/as colegas. E claro, vou “puxar a brasa à minha sardinha”, felizes por estarem de novo com a sua professora.

As férias escolares são uma oportunidade pata todos/as: descansamos, passeamos, convivemos e, sobretudo, vivemos momentos e situações com aqueles/as que mais amamos e que, muitas vezes, a nossa vida não deixa… As férias são para estarmos uns com os outros, em família, com amigos e não, (Desculpem-me por pensar assim…), em campos de férias, em colónias e centros de estudo…

Vivam as férias! Vivam-nas de verdade!

 

 

01set22

 

 

 

 

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