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Os sete pecados capitais

Luísa Camarinho

 

Dos sete pecados capitais, a inveja é o único que abomino, verdadeiramente. Enquanto a Soberba, a Avareza, a Ira, a Luxúria, a Gula e a Preguiça me parecem apenas reações momentâneas e superficiais, sem intenção de ferir ninguém, a Inveja, no meu ponto de vista, implica o pensamento premeditado e maldoso que faz um ser ficar chateado com a felicidade de outro.

A maldade pode assumir muitas formas, sendo que, para mim, uma das piores é a inveja. A incapacidade de ser feliz com a felicidade dos outros faz-me questionar toda perfídia que a espécie humana é capaz de conter dentro de si. Quantas vezes vemos pessoas a ficarem tristes com o sucesso daqueles a quem chamam de amigos, nunca sendo capazes de lho dizer, mas, claramente, manifestando-o. Dizem que os olhos não mentem e são quase sempre os ditos olhos que as denunciam.

Elias de Lima Carvalho dizia que o mal dos invejosos era a falta de sonhos próprios e isso é tão verdade como o facto de os invejosos se invejarem reciprocamente, como disse Joaquim Nabuco. Só alguém com uma vida suficientemente miserável, sem sonhos nem objetivos, alguém covarde é que é capaz de invejar outra pessoa.

Diz-se que as pessoas atraem os seus semelhantes e com os invejosos não é diferente. Já famílias se destruíram, vezes sem conta, pela inveja de ambas as partes, porque “a galinha da vizinha é sempre melhor do que a minha”. A casa do meu irmão é maior do que a minha, a minha prima ganha mais do que eu, o meu pai tem um carro mais veloz do que o meu, mas no fundo somos os quatro igualmente tristes e pérfidos.

A inveja é pequenina e indigna das boas pessoas, quando a sentimos tornamo-nos pequeninos e indignos das boas pessoas também.

 

Foto: pesquisa Web

 

 

01set22

 

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