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Paulo Ribeiro: “ Campanhã é, para mim, a melhor freguesia do mundo”, e é a tal que ‘está na moda’, muito devido ao “trabalho incansável do presidente e dos vereadores da Câmara Municipal do Porto”…

Tem 52 anos e é, desde março do corrente ano, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, substituindo no cargo Ernesto Santos, falecido a 12 do referido mês, com 74 anos, vítima de doença prolongada, isto depois de oito anos à frente dos destinos da autarquia. Paulo Ribeiro é, assim, e por força das lamentáveis circunstâncias, o líder da única Junta socialista do concelho do Porto. E se a sua ligação ao PS vem de longe, de longe vem também a sua intrínseca relação com a atividade de bombeiro, a qual desenvolve. com distinção, há 36 anos, sendo hoje um ativo membro dos ‘Voluntários’ de Pedrouços.

Paulo Ribeiro – que fez parte de vários executivos da autarquia campanhense nos últimos 21 anos -, quer dar continuidade à obra que a Junta tem vindo a desenvolver, destacando, para já, a concretização de um objetivo, como é o da instalação de um Crematório em Campanhã.

Mas, de projetos, o presidente nado, criado e residente no Bairro do Cerco do Porto, não fica por aqui, e para lhes dar corpo salienta a excelente relação da Junta com a Câmara Municipal do Porto, sendo um defensor da descentralização de poderes, desde que a mesma seja efetuada na companhia dos respetivos ‘cheques’.

Fique, então, com Paulo Ribeiro, na primeira pessoa do singular…

 

 

 

José Gonçalves       Francisco Teixeira

(texto)                                (fotos)

 

  

A ‘herança’ que Ernesto Santos deixou foi… boa?

Se foi uma boa herança, foi. Isto é o continuar de um trabalho de equipa que já vínhamos a desenvolver juntos, no executivo, desde há doze anos, então com o Fernando Amaral, e continuamos com o Ernesto Santos…

Isto na única junta de freguesia socialista do concelho do Porto…

A partir da altura em que Rui Rio iniciou o seu mandato à frente dos destinos da Câmara Municipal, que Campanhã é a única freguesia socialista no concelho do Porto.

Nas últimas eleições autárquicas, e devido às excelentes relações do falecido Ernesto Santos com Rui Moreira, o movimento por ele liderado, apoiou o PS em Campanhã, não lançando, aqui, nenhuma lista candidata à Junta… facto que reforçou a vitória do PS, hoje, com maioria absoluta?!

O movimento de Rui Moreira apoiou o candidato Ernesto Santos! Não apoiou, diretamente, o PS. Devido à relação entre os dois, que eram fortes, Rui Moreira apoiou o Ernesto Santos, pois gostava muito do seu trabalho como autarca, e por causa dessa situação, disse que não apresentava candidato em Campanhã. ‘Campanhã estava bem entregue’, foram, na altura, as palavras de Rui Moreira.

E o PS teve maioria absoluta, o que já não acontecia há algum tempo…

Já não a conseguia nos últimos oito anos.

Disse que tem pela frente um trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, mas há sempre um, digamos que ‘toque pessoal’, no meio disso tudo…

Neste momento, não há! Ainda só cá estou há sete meses, mas este executivo é a continuação de tudo quanto até agora fizemos em conjunto, através do programa plurianual que estava feito para quatro anos com o Ernesto Santos, e é um programa que eu quero continuar a levar em frente. Poderá haver uma ou outra coisa que, durante o mandato, possa ser mudada, mas é para cumprir o programa até ao fim!

O ‘INTERMODAL’ FOI DAS MELHORES COISAS QUE SE FEZ EM CAMPANHÃ

Estamos a falar de uma freguesia que, nos últimos anos, saltou do esquecimento, para a atualidade e as grandes obras na cidade. Refiro-me ao Terminal Intermodal de Campanhã; às obras que se iniciaram no ex-Matadouro Municipal; à despoluição do Rio Tinto e requalificação das suas margens; do, crescente, pulmão verde no Parque de S. Roque, entre outras obras, que, com certeza, são importantes para Campanhã…

São obras importantes para a freguesia! Umas que já avançaram, outras que ainda estão no papel. O Intermodal, em meu entender, foi a melhor das coisas que se fez, até hoje, em Campanhã. No Rio Tinto foi processada a sua despoluição. A propósito, estamos a falar com as ‘Águas do Porto’ e com o vereador do Ambiente, a ver se conseguimos fazer a mesma coisa no Rio Torto. Agora, não sei como é que estão as coisas na autarquia de Gondomar em relação a este assunto. Mas, com a Câmara do Porto há esse projeto.

Rio Torto que, aqui em Campanhã, e na sua margem direita, antes de chegar ao Rio Douro, banha a degradada zona de S. Pedro, ali a dois passos de Azevedo. Essa zona será intervencionada?

Há dois projetos que estão para sair…

Há anos que se fala nisso… pelo menos o Ernesto Santos já falava neles.

Um deles já devia ter saído, e que diz respeito à despoluição do Rio Torto, desde o Freixo até à Granja. E há um projeto de Reabilitação Urbana para a zona de Azevedo, desde o Freixo até às Areias, que ainda apanha um bocado da Circunvalação, e que está em discussão pública. Se essa discussão não acabou, ela deve acontecer no mês de outubro.

A CÂMARA DO PORTO FEZ UM GRANDE ESFORÇO PARA RECUPERAR OS BAIRROS SOCIAIS

Relativamente aos bairros sociais, houve só um’ lavar de cara’ e os problemas sociais por lá continuam – com destaque para os problemas relacionados com consumo e tráfico de estupefacientes -, ou a situação é diferente?

Ao nível de ‘lavagem de cara’, ou seja, à recuperação dos bairros sociais, ela traduziu-se num grande e positivo esforço por parte da Câmara do Porto e da DOMUS. Sobre o resto, as coisas continuam! Num sítio melhor, num outro, pior… temos tido algumas conversas com responsáveis ligados à PSP, designadamente, da esquadra da Corujeira. Sei que eles estão a tentar fazer o seu melhor. Está também previsto pedir uma reunião com o senhor ministro da Administração Interna, e dentro das nossas capacidades vamos fazer o nosso melhor.

Mas, independentemente das importantes obras realizadas, Campanhã continua a debater-se com graves problemas sociais?

Sempre foi uma freguesia com mais bairros sociais e mais ‘ilhas’. Agora já não tem tantas, mas no passado foi um centro de habitação. Todas as pessoas que vinham para a cidade trabalhar encontrava o seu abrigo, a sua casa, em Campanhã e no Bonfim. Mas, mais em Campanhã do que no Bonfim. Aliás, e já agora um à parte, nasci em Campanhã e moro em Campanhã há 52 anos! Nasci na casa onde ainda hoje resido; durmo no quarto onde nasci e espero acabar a minha vida cá. É uma freguesia que gosto, e pela qual sempre lutei pelo seu melhor…

O MEU OBJETIVO, COMO PRESIDENTE DE JUNTA, É FAZER O CREMATÓRIO DE CAMPANHÃ ATÉ AO FINAL DO PRESENTE MANDATO

 Qual é o seu grande objetivo como presidente de Junta?

Fazer o Crematório em Campanhã. Esse é o meu objetivo, como o era também do Ernesto Santos. Estava, e está, no nosso programa, e eu quero ver se o consigo fazer até ao fim deste mandato.

E quanto ao relacionamento da Junta com as coletividades da freguesia?

É positivo. Ou seja, continua a ser igual ao que sempre foi.

São coletividades/instituições dinâmicas?

Sim. Não quer dizer que sejam todas, mas na maioria, sim. Estão a nascer algumas associações, como as companhias de teatro que não havia em Campanhã. Com o presidente Ernesto Santos foram montadas três companhias de teatro na nossa freguesia, uma delas é juvenil e continua a dar frutos. A propósito, vamos fazer no próximo dia 15 de outubro, um fórum sobre teatro… Depois, todas as associações têm o apoio da Junta desde que nos entreguem projetos destinados à população. Quando assim é, o nosso dever é ajudar essas associações ou instituições.

As juntas e uniões de freguesias continuam a ter limitações para o desenvolvimento de diversas ações. A distribuição de competências, ou a descentralização de poderes em relação á Câmara Municipal, seria a política positiva para as autarquias, digamos que ‘de base’?

Sim. Acho que a descentralização de poderes seria positiva. A Câmara do Porto quer passar algumas competências para as juntas, como ela quer que o Estado faça o mesmo para com ela. Desde que essa descentralização seja feita com o cheque devido, todas as competências que nos passem serão cumpridas. Quanto a essas competências ainda nada está decidido, até porque só agora vamos começar a discutir o Plano e Orçamento para o próximo ano, e depois saberemos quais as novas competências. Todas as que já nos passaram foram devidamente acompanhadas pelo respetivo cheque, como o caso do apoio ao associativismo, que está a ser feito pelas juntas. O Orçamento Colaborativo, que já também tem três anos, tem aumentado, quase todos os anos… há dois anos para cá ficou nos 120 mil euros, mas já se falou, e devido à crise, que poderá vir a ser aumentado. Esse apoio associativo é para todas as instituições, associações, clubes e até IPSS que desenvolvam algum tipo de desporto…  Há quatro eixos a que se podem candidatar: desporto, recuperação de instalações, teatro e juventude. Uma associação que faça parte desse eixo, e que, por exemplo, necessite de umas obras, candidata-se e será depois apoiada.

GOSTAVA QUE A ZONA ORIENTAL DE CAMPANHÃ MANTIVESSE O SEU CARIZ RURAL

Como Campanhã está na moda, regista já algum interesse de pessoas em residir ou estabelecer-se na freguesia?

Regista-se! Desde que sou presidente já tive três reuniões com empresários que vieram construir para Campanhã, e uma delas é uma senhora de Azevedo, mais concretamente da zona das Areias, que ficou com umas casas para recuperar. Essa senhora mora em Gaia, junto à praia, e diz que quer vir viver para Campanhã quando a primeira casa estiver recuperada, porque – diz ela – sente-se melhor em Campanhã, e naquela zona que é um ponto, que muita gente diz, que aquilo é Porto, mas é aldeia; é uma aldeia pura, onde os vizinhos são como uma família. Esse é o retrato que devemos ter de Campanhã. Esta freguesia pode mudar-se e abrir-se mais à cidade na parte ocidental, mas a parte mais oriental – Areias, Azevedo e S. Pedro – gostava que continuasse com o seu cariz rural… No mandato do presidente Ernesto Santos comprámos uma casa e estamos a fazer um Polo, nas Areias, onde será criado um centro de convívio…

Lá está a questão, que por certo, não será só de Campanhã, mas de todo o Porto, ou seja, a da elevada percentagem de população envelhecida…

Isso faz parte do nosso dia-a-dia! Digo normalmente, que, se calhar, morre mais gente do que a que nasce, o que é uma pena, pois a realidade deveria ser o contrário…

Mas sente-se a juventude em Campanhã?

Sinto. Desde que passei a presidente, tenho falado com muita gente, que era de Campanhã, e quer regressar à freguesia… estão, pelo menos, a tentar isso. Conheço algumas pessoas que moram na periferia, mais precisamente em Gondomar, e que querem voltar às origens. Nesse aspeto só há um problema: Campanhã, como é do Porto, tem o metro quadrado das casas aumentou muito… os valores das casas estão muito maiores, mas, mesmo assim, conheço dois que já voltaram, depois de terem vendido as suas casas em Gondomar e, com um bocado de sacrifício, vieram para cá morar, e isto porque querem voltar às suas origens, ao grupo dos seus amigos. Aquele convívio que se fazia, à noite, nas coletividades e que se perdeu muito quando as pessoas daqui foram saindo. Há sítios onde se tenta recuperar essa vida…

CAMPANHÃ É TAL E QUAL A FOZ, SÓ QUE A FOZ TEM O MAR, E CAMPANHÃ TEM O SOSSEGO…

E Campanhã está a servir de ensaio em termos de avanços tecnológicos…

Isso é importante. É um desenvolvimento muito grande para a cidade e para Campanhã. Toda a nova tecnologia é sempre bem-vinda para a nossa freguesia.

E a verdade é que, entre todas as freguesias, foi Campanhã a escolhida.

Lá está, Campanhã tem sido escolhida por muitas questões. Primeiro, porque tem muito espaço livre, no qual se pode fazer muita coisa, e depois porque Campanhã é tal e qual a Foz, só que a Foz tem o mar e Campanhã tem o sossego.

E tem os rios…

Tem os rios, é verdade, mas também tem o sossego. Há quem goste de mar – como eu -, mas também goste de sossego. Campanhã é igual à Foz, Nevogilde… a toda aquela zona. Quando tenho uma pessoa que mora à beira da praia dizer que ‘quando tiver a sua casa recuperada vai mudar para Campanhã, está tudo dito…

Em questões de segurança, Campanhã está melhor?

Os problemas que se passam aqui são normalmente empolados por certa comunicação social. Se acontecer algo aqui, esse algo tem logo direito a duas páginas, mas, se coisa parecida acontecer na Foz, nem uma linha. E não se passa isso na comunicação social porque é a zona da Foz. Campanhã foi sempre vista como zona mais pobre… com mais problemas sociais, e, então quem é mais pobre tem os seus problemas mais badalados. Conheço muita gente que mora cá na freguesia e tem um enorme coração, por isso é que digo que Campanhã, é, para mim, a melhore freguesia do mundo! E não é por ser presidente que digo isto, pois já o dizia antes de o ser.

E a “melhor freguesia do mundo” vai ter uma nova ponte que a ligará a Gaia, e que, pelos vistos, já não será a que estava projetada. A verdade, contudo, é que será sempre nesta freguesia e não em outro sítio da cidade, até porque será uma ponte destinada, essencialmente, ao futuro TGV e a estação de Campanhã continua a ter um peso enorme, juntamente agora com o seu Terminal Intermodal…

Ainda, recentemente, na Assembleia Municipal falámos sobre esse assunto. Agora, lá está, Campanhã é sempre Campanhã, a via para o comboio mais rápido vai entrar na cidade do Porto por Campanhã, e não vai entrar por outra parte da cidade…

SOU BOMBEIRO HÁ 36 ANOS…E FOI NOS BOMBEIROS QUE APRENDI A SER HOMEM

Portanto, confirma-se assim – ou reconfirma-se – que Campanhã está na moda. E a sua vida sempre ligada a esta freguesia…

E não só. Antes de ser presidente de Junta sou bombeiro há 36 anos. Estive 33 anos nos Bombeiros Voluntários do Porto, saí e agora estou nos Bombeiros Voluntários de Pedrouços.

A propósito concorda que o Batalhão de Sapadores Bombeiros tenha passado a Regimento?

Já o devia ter sido há muito mais tempo. Já falava nisso há muitos anos, pois pensava, e penso, que Lisboa não devia ser diferente do Porto. O que se dizia, na altura, é que a nível de bombeiros essa transformação não se verificava por causa dos efetivos, mas daquilo que sei – e ainda estive, recentemente, a falar com o comandante do Batalhão -, é que já chegaram ao topo dos efetivos e já têm pessoal suficiente. Assim sendo, passar a Regimento é algo que esse excelente corpo de bombeiros merece; um corpo de bombeiros que tem duzentos e muitos e que, em todos os sítios em que vai representar Portugal – e a cidade do Porto, em concreto – representa-o sempre bem.

O que é que, até hoje, de mais importante aprendeu nessa sua vida de bombeiro?

Tudo o que possa surgir na vida de uma pessoa, ser humilde, ser humano. Aprendi isso a partir dos 17 anos. A partir daí aprendi a ser homem! Ao contrário do que se possa pensar, e naquela altura ouvia-se muito dizer que a tropa servia para se formar homem, a verdade, é que, no meu caso, não foi a tropa que me fez ser homem, foi mesmo os bombeiros. Sou bombeiro de 1.ª Classe. Fui formador. Estive em muitas escolas de bombeiros. Fui responsável por muitas áreas…

Isso é, sem dúvida, uma grande vantagem para quem exerce o cargo de presidente de junta.

É. E é porque estou habituado a lidar com a população… com toda a gente. Lido com um branco, como com um negro; com ‘a’ ou ‘b’, para mim, e acima de tudo, está o ser humano que cada um é. Quem tento ajudar, aqui, é o ser humano, não interessa ser o António, o Manuel ou o Joaquim, o que interessa é o ser humano que está a precisar de ajuda…

SOU SOCIALISTA DESDE OS 14 ANOS…

E sempre foi socialista?

Sim. Comecei no PS aos 14 anos. Três anos mais tarde estava na Juventude Socialista, onde fiz parte de tudo o que havia de fazer. Sou membro honorário da JS a nível nacional… sou comissário nacional. Faço parte do PS a nível da Concelhia e da Distrital…

É um ‘peso pesado’ no PS?!

Sou militante-base do PS. Não me considero um ‘peso pesado’. Sou um militante base do PS, e que gosta muito da minha freguesia.

Está satisfeito com o Governo Socialista a nível nacional? Ainda que, este novo executivo, tenha, relativamente poucos meses de atividade?

Estou satisfeito com o Governo socialista e com o secretário-geral também…

E logo um Governo que tem cada vez mais ministros do Porto e do Norte…

… também ajuda! Mas o secretário-geral, a nível de política, foi sempre um homem com uma visão concreta para o futuro. António Costa foi um homem que iniciou a descentralização por Lisboa, como presidente da Câmara Municipal. Acho-o uma pessoa muito inteligente, e espero que faça um bom trabalho. Se o deixarem trabalhar e ele tiver um bom acompanhamento por parte dos ministros, estou convicto que ele fará um trabalho positivo. Isto, independentemente do facto de como se encontra o mundo…

O SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA E OS SEUS VEREADORES TÊM SIDO INCANSÁVEIS POR CAMPANHÃ

A Associação Nacional das Freguesias está a trabalhar bem?

Acho que sim.

E a Associação Nacional de Municípios, tendo já em conta a posição da Câmara do Porto, que dela deixou de fazer parte?

A Associação Nacional de Municípios devia ‘puxar’ mais pelas câmaras de modo que, depois, a juntas pudessem ter mais competências e, consequentemente, mais verbas. Isso é que me interessa.

…e as relações da Junta com a Câmara são positivas?!

Tento manter a excelência em termos de relações que a Junta tinha com a Câmara na altura do presidente Ernesto Santos. O senhor presidente da Câmara e os seus vereadores têm sido incansáveis por Campanhã. Sempre que preciso de alguma coisa, eles estão sempre ao dispor.

NÃO FOI SÓ RUI MOREIRA QUE, NUM DISCURSO, SE ESQUECEU DE ERNESTO SANTOS, HOUVE TAMBÉM PESSOAS COM RESPONSABILIDADES NO MEU PARTIDO QUE DELE TAMBÉM SE ESQUERAM…

Ernesto Santos (foto: Miguel Nogueira – Porto.)

O presidente Ernesto Santos era uma pessoa incansável… resiliente. Digo-o porque conheci de perto o seu trabalho; trabalho esse que este jornal deu a devida projeção. Mesmo já muito doente nunca deixou Campanhã de parte. E estou a relembrar estes factos, porque nós fizemos um reparo ao senhor presidente da Câmara Municipal, aquando da inauguração do Terminal Intermodal de Campanhã, ao não referir, uma vez sequer, o nome de Ernesto Santos…

Eu sei. Ele esqueceu-se de Ernesto Santos, assim como aconteceu já com outras pessoas, até do meu partido. Não foi só o presidente da Câmara do Porto que se esqueceu de Ernesto Santos. No meu partido, pessoas com responsabilidades no mesmo, também dele se esqueceram. Esqueceram-se de um homem que deu muita luta pela freguesia; deu muito ao PS; deu muito ao associativismo a nível distrital. Ele fez parte da Associação de Futebol do Porto durante muitos anos e deu, nesse sentido, muito ao distrito. Por isso há pessoas que o conheciam bem e que em certos discursos esqueceram-se dele. Há algo que ainda hoje me dói: passadas duas semanas, um presidente de câmara estava a fazer um discurso – eu estava lá em representação da Junta -, mas esse presidente de câmara que o conhecia bem e dele dizia mil maravilhas, de Ernesto Santos se esqueceu em discurso efetuado só quinze dias após o falecimento do senhor Ernesto.

ESTOU CONFIANTE NO FUTURO

Há um projeto para a Praça da Corujeira. É para arrancar ou para ficar em ‘águas de bacalhau’?

Está para sair. Está em discussão pública. Como já está um projeto pronto para requalificar parte do Falcão. Vem do viaduto de Alameda de Cartes até ao Parque Oriental. Já esteve em discussão pública e esteve recentemente em orçamento, só que não apareceu nenhuma firma interessada, se não fosse esse problema, já tinha arrancado no início de setembro…

E a zona de Justino Teixeira?

Não conheço nenhuma resposta a essa questão.

É uma nódoa negra em Campanhã. Aquela fazia parte, antigamente, da zona industrial… lá estavam sediadas, entre outros, a fábrica dos ossos, o ‘Ar Líquido’?…

Sim. Mas, sobre essa zona ainda não falei ao pormenor com ninguém. Se tivéssemos orçamento e mão-de-obra poderíamos dar resposta a essa e outras situações.

E houve uma ‘remodelação’ no Parque de São Roque.

Eu estive lá na inauguração. O parque está bonito e a Casa de S. Roque está espetacular. Tem, ano após anos, mais visitantes. É algo que eleva o nome de Campanhã.

E a oposição, na Assembleia de Freguesia – pela primeira vez, nos últimos oito anos, em minoria -, tem, que se saiba, deputados participativos?

Vamos ver na discussão do próximo Orçamento se irão apresentar ideias interessantes.

Está confiante no futuro? E em recandidatar-se?

Recandidatar-me? Não sei. Confiante no futuro… estou! Estou confiante em Campanhã. Como me alegra muito o passeio a realizar com 600 idosos a Vila Praia de Âncora, dia 30 de setembro, que é demonstrativo de algo que se quer fazer com e por esse leque de pessoas que merecem todo o nosso apoio. Queria ver se Campanhã, daqui a mais dez aninhos, terá outra cara. Tenho orgulho em ser de Campanhã. Como já disse nasci em Campanhã, mais concretamente no Bairro do Cerco do Porto. Vou continuar a morar no Bairro do Cerco do Porto, por isso continuarei a ser um campanhense de gema.

 

 

27set22/07out22

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