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O tempo, um patife dos tempos modernos

Luísa Camarinho

 

O conceito de tempo está presente no dia a dia de todos, mas será que alguma vez pensámos realmente no que ele significa? Será que alguma vez olhámos para ele com a meninice característica de uma criança que está a descobrir o mundo? A resposta é não.

Passamos a vida a barafustar com o sacana do tempo, ora porque estamos de férias e ele está a passar muito depressa, ora porque queremos ir de férias e o patife teima em não passar. Somos uns insatisfeitos e isso fez-nos deixar de ver a beleza da passagem do tempo, nas rugas de um velho, numa criança que cresce a olhos vistos, e em nós próprios. A vida que levamos não nos deixa parar e apreciar os efeitos da passagem do tempo.

Este agente com quem tanto refilamos é a cura para muitos dos males da nossa sociedade e é o melhor conselheiro.

Woddy Allen dizia que “comédia é igual a tragédia mais tempo”, e eu não podia concordar mais. O tempo estabelece uma distância entre nós e as coisas que nos faz olhar para elas de outra maneira e até rirmo-nos delas. As nossas atitudes, as coisas que nos aconteceram e até algumas das nossas decisões tornam-se cómicas quando deixamos passar algum tempo, precisamente porque o tempo nos faz olhar para elas com outros olhos.

Existe apenas uma coisa que por mais tempo que passe, nunca nos vamos rir dela: a morte. Por muito tempo que passe, vamos sentir sempre o mau perder de quem sabe o que é uma boa chanfana para um dia deixarmos de a comer.

Termino esta reflexão com uma pergunta: Será que o tempo é um patife porque não para, ou será que os patifes somos nós que não apreciamos a sua passagem?

 

 

23jan23

 

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