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Rusgas de S. João do Porto: manter, só por manter, a tradição vai dar cabo da… tradição

José Gonçalves

 

Para além da dedicação, da criatividade e do entusiasmo evidenciado pelos participantes nas Rusgas de S. João do Porto deste ano, a verdade é que a exibição dos concorrentes ao concurso, na Praça General Humberto Delgado, frente à Câmara Municipal, ao final da tarde do passado dia 01 de julho – quase princípio de noite e sem iluminação apropriada para o evento -, foi, acima de tudo, em hora mal escolhida, facto que é demonstrativo e evidente na pouca adesão do público à iniciativa.

Há anos – e não vai assim tanto tempo -, quando as rusgas, ao princípio da noite, saíam da Batalha, em direção ao ‘coração’ da cidade, ou seja, precisamente junto à Câmara Municipal, ou, ainda antes, à Praça da Liberdade (hoje, local impossível para receber qualquer tipo de iniciativa, devido às obras da Metro), as ruas enchiam-se de gente, e de mais gente, junto ao local da exibição das rusgas.

O manter, só por manter, a tradição vai dar cabo da… tradição. Manter a tradição é dar-lhe nova vida de ano para ano, fazendo atrair mais público, pois sem gente nas ruas assim como no local onde é realizada a exibição – neste caso, das sete rusgas concorrentes -, é o mesmo que estar aqui a escrever para o boneco.

Quem trabalha – sim, trabalha -, ensaia e participa, de forma voluntária e entusiasta no desfile, gosta de ver o produto de toda essa dedicação, não só através da conquista de um lugar de destaque na classificação, mas, essencialmente, de ser aplaudido, admirado pelas pessoas (já foram milhares) que –  aqui há poucos anos – se acotovelavam para ver de perto as rusgas passar. Havia, inclusive, um convidado especial que, por si só, atraía ainda mais gente para assistir à exibição final das rusgas.

Tudo isso se perdeu! O que aconteceu no passado sábado foi algo de muito ‘insosso’, independentemente, como já referi, da dedicação, da criatividade e do entusiasmo evidenciado pelos participantes nas Rusgas de S. João do Porto.

Aliás, é de registar a ausência de Rui Moreira, o que, por si só, pode justificar o crescente desinteresse na iniciativa por parte da autarquia. Fiquei admirado com essa ausência e logo naquele que é o evento que encerra os Festejos do S. João do Porto, e reúne gente alegre, cheia de ‘sangue na guelra’, com destaque para muitos jovens, oriundos de todas as autarquias da ‘Sempre Leal’. Eu, pelo menos, não vi o presidente, e assisti às rusgas através da transmissão, em direto, do ‘Porto canal’, já que a minha saúde impediu-me de sair à rua.

Esperemos que, para o ano, tudo seja diferente para melhor, ainda que o mesmo não seja de eleições autárquicas.

 

02jul23

 

 

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2 Comments

  1. Rute CARDOSO

    Por motivos de trabalho já não vinha ao S.João a 4 anos este ano finalmente consegui fiquei triste porque se perdeu a essência da festa a começar pelas Fontaínhas e ruas adjacentes estam afastar tudo do verdadeiro local ?

  2. Laura

    Por todos estes motivos é que teremos de continuar a lutar em vez de ficar só a reclamar. Passem esta publicação até chegar onde deve

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