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Barroso Resiste: A Luta Contra a Mineração que Ameaça um Património Mundial

No próximo dia 18 de janeiro, diversos coletivos estão a organizar uma ação de resistência em Covas do Barroso contra o projeto de mineração de lítio, que pode ser acompanhada através da página de Facebook da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso. A ação, intitulada “O TEMPO DA SERVIDÃO ACABOU! O BARROSO VIVE E RESISTE!”, surge como resposta à imposição de uma “servidão administrativa” que permite a entrada de empresas mineradoras em terras coletivas e privadas, desafiando a vontade das comunidades locais e pretende salvar o património natural, segundo os organizadores.

Nesse sentido fizemos uma entrevista com um ativista que revela os detalhes desta importante mobilização que visa defender o território, a biodiversidade e os modos de vida tradicionais da região do Barroso. O nosso entrevistado é um ativista e voluntário associativo e fez questão de não ser identificado para não se tornar a face do movimento que diz ser coletivo e a alma de uma região.

Pode explicar-nos o que está a acontecer na região do Barroso e por que razão estão a organizar esta ação?

A região do Barroso, no norte de Portugal, está a enfrentar uma ameaça sem precedentes. Uma empresa multinacional, sem experiência em mineração, pretende iniciar um projeto de extração de lítio que pode destruir uma das primeiras regiões Património Agrícola Mundial da Europa3. Este projeto põe em risco a biodiversidade única da região e o modo de vida ancestral das populações locais.

Qual é a importância desta região do ponto de vista ambiental e cultural?

O Barroso é uma das poucas regiões da Europa onde ainda existe uma relação harmoniosa entre os habitantes e os recursos naturais. É um território com uma biodiversidade excecional e um sistema de propriedade coletiva dos montes e serras que remonta a mais de oito séculos. Esta forma de gestão comunitária é um exemplo raro de sustentabilidade e resistência ao modelo de propriedade privada ou estatal.

Como tem sido a resposta das populações locais a este projeto de mineração?

As populações locais, juntamente com o poder municipal, têm lutado contra este projeto há sete anos. Recentemente, o Estado português impôs uma decisão burocrática chamada “servidão administrativa” que autoriza a empresa mineradora a entrar nos terrenos coletivos e privados contra a vontade dos seus proprietários e gestores. Esta decisão anti-democrática colocou as populações em posição de legítima defesa.

Qual é o objetivo da ação planeada para 18 de janeiro?

A ação “O TEMPO DA SERVIDÃO ACABOU! O BARROSO VIVE E RESISTE!” visa chamar a atenção para esta luta e mobilizar apoio. Queremos mostrar que resistir é a única resposta normal face a esta ameaça. Lutamos em defesa da Serra e dos modos de vida que dela dependem, por um combate à crise ecológica que seja justo e que não sacrifique comunidades inteiras.

 Como podem as pessoas apoiar esta causa?

Pedimos a todos que difundam a informação sobre esta ação nas suas redes de contactos e redes sociais. É crucial que mais pessoas tomem conhecimento do que está a acontecer no Barroso e se juntem a nós nesta luta. Como dizem os Unidos em Defesa de Covas do Barroso, “Não somos nem seremos meros territórios de extração. E nunca desistiremos de lutar”.

 

Informação relevante este movimento:

https://www.facebook.com/udcovasdobarroso

Intervenção de Sofia Gomes no dia 11 de Dezembro no Parlamento, em nome da população local e da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, no âmbito da audiência da Comissão de Ambiente e Energia da Assembleia da República, reunindo representantes da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso, deputados e especialistas. De forma clara e eloquente, estes dez minutos contêm toda a informação sobre a actual fase da luta.

https://www.youtube.com/watch?v=ErGES91voQI&list=LL&index=2

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